Francisco Bendl
Por ironia do destino, determinados ministros do Supremo, escolhidos a dedo para beneficiar o PT em seus crimes no mensalão e outros ilícitos que por acaso chegassem à Justiça, podem estar contribuindo para prejudicar o desempenho eleitoral da presidente Dilma Rousseff (ou do ex-presidente Lula, se vier a substituí-la na chapa).
A tendenciosidade de Suas Excelências tem sido tão explícita que causa asco à população mais esclarecida, especialmente com relação à conduta empregada pelo Supremo quando existem parlamentares envolvidos, ocasionando que até se saiba antecipadamente as providências que serão tomadas.
As decisões sobre a operação Lava Jato dão conta, de forma indiscutível, que a nossa mais Alta Corte é de fato um mero apêndice do Executivo.
DESCRÉDITO
Não acredito que alguém se lembre, nos últimos 50 ou 60 anos de tamanho descrédito do Supremo, uma situação extremamente preocupante para o País, diante da instabilidade jurídica. Exemplifico com a medida do ministro Teori Zavascki, que libertou os presos pela operação Lava Jato sob justificativa de erro técnico do juiz Moro, que imediatamente solicitou maiores esclarecimentos ao Supremo sobre esta decisão, antes de obedecê-la, isto é, não acreditando nas razões oferecidas pelo ministro quanto à legalidade da soltura dos envolvidos!
Ora, ora, se o andar de baixo começar a se rebelar contra as decisões do andar de cima, isto é demonstração de que o Supremo não tem se mostrado isento e imparcial como deveria. Pessoalmente, não levo fé neste Supremo, constituído por ministros escolhidos a dedo para defesa dos interesses do governo.
OUTRO EXEMPLO
O mesmo Supremo hesita em restituir os valores subtraídos da poupança popular, beneficiando a elite mais perniciosa que temos, os banqueiros, que lucraram abusivamente ao não pagarem os reajustes corretos de planos econômicos no passado!
A soma é alta, mas muito aquém do que nos exploram diariamente através dos juros e taxas bancárias, fato demonstrado a cada balanço publicado, comprovando que os sucessivos governos brasileiros se curvaram à ganância dos banqueiros, os dráculas da economia, os que vivem à custa de sacrifícios alheios.
Duvido muito que este Supremo venha a prolatar qualquer sentença que seja favorável ao explorado cidadão, em detrimento dos interesses governamentais diante do custo de uma possível indenização ao sistema bancário, que alegará prejuízos imensuráveis e instabilidade no setor.
Quanto ao povo, se conseguiu sobreviver até aqui, continuará seguindo em frente sem a compensação reclamada. E também sem serviços adequados de educação, saúde, segurança, transportes etc.
Fonte: Tribuna na Internet