Por: Fred Leão, do R7
— O sonho pode parecer distante, só que mais distante ainda foi ter passado de vendedor de bananas a juiz de direito em Brasília.
Chagas é o segundo filho de uma família de cinco irmãos. O pai, que era tratorista, morreu quando ele tinha dois anos. A mãe, dona de casa, ganhou uma casa, de apenas um cômodo, e usou o dinheiro do seguro da morte do marido para construir dois quartos, para alugá-los e, assim, aumentar sua renda de pensionista – que era de um salário mínimo – e criar os filhos.
— A situação de minha família era muito difícil. Contávamos com comida de um programa alimentar do governo federal para as refeições.
O trabalho na vida do juiz começou aos oito anos. Assim que aprendeu a fazer contas e lidar com dinheiro, foi a uma feira, pegou uma caixa de bananas em esquema de consignação e começou a vender. Depois, ele foi vendedor de jornal – dos que passavam gritando pelas ruas da vizinhança para oferecer o produto – , flanelinha, faxineiro, policial e segurança.
O primeiro concurso público para o qual foi aprovado foi para o de fuzileiro das Forças Armadas. Em seguida, passou para policial, faxineiro do TST (Tribunal Superior do Trabalho), fiscal do Trabalho e juiz do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios).
Chagas acabou puxando o bonde dentro de sua própria família. Três de seus irmãos entraram para cursos de direito. Dois deles foram alunos do juiz, que dá aulas em duas faculdades e em um cursinho da área jurídica.
Atualmente, o juiz que já vendeu bananas na favela, se prepara para a realização de mais um sonho: ter seu primeiro livro nas lojas. A obra, que trata sobre direito empresarial, deve chegar às livrarias em agosto deste ano.
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