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Brasília, bairro nobre: Falsificava bebidas e vendia no Lago Sul

Com o acusado, a polícia recolheu 100 garrafas de vodca e de uísque adulteradas, além de rótulos e selos da Receita Federal.

A Delegacia de Combate aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DCPIM) prendeu ontem o dono de um laboratório de bebidas falsificadas. Paulo Roberto Duarte Costa, 59 anos, é suspeito de comercializar os produtos adulterados com embaixadas, ministérios e promotores de festas do Lago Sul. Ele foi preso depois de os agentes flagrarem o negócio ilegal na casa dele, em Taguatinga Sul. Antônio das Chagas Marques, 64 anos, acusado de atuar como revendedor, acabou detido ao tentar deixar o local de carro. No porta-malas, havia várias bebidas adulteradas. Ao ser questionado pela polícia, confessou o crime e se entregou.

O delegado-chefe da DCPIM, Luiz Henrique Dourado Sampaio, informou que a investigação durou cerca de duas semanas. Teve início a partir da denúncia de um escritório que representa um fabricante de bebidas destiladas internacionais. No total, a polícia apreendeu cerca de 100 garrafas de vodca e de uísque, além de rótulos, lacres, selos da Receita Federal e até álcool hospitalar. Paulo negou que utilizasse o álcool, mas a polícia aguarda a análise da perícia. O acusado mantinha uma receita para cada produto.

Paulo havia sido preso no fim do ano passado pelo mesmo crime, sendo enquadrado por falsificação de bebidas e estelionato. Respondia em liberdade por ser réu primário e ter idade avançada. A audiência pelos delitos praticados por ele no ano passado ocorreu na última terça-feira. Dois dias depois, ele foi flagrado em Taguatinga Sul. O chefe da investigação afirmou que a polícia demorou alguns dias para abordar o criminoso, duvidando que ele operasse o laboratório no mesmo local. “Isso é incomum. Estávamos monitorando e percebendo uma movimentação, mas imaginamos que ele poderia ter mudado o local. Quando tivemos certeza, agimos e realizamos as apreensões”, detalhou.

Com os produtos apreendidos na operação, Paulo teria um lucro de aproximadamente R$ 10 mil. As bebidas com custo original de R$ 400, como os uísques 18 anos, eram negociadas com o revendedores por R$ 150. Esses, por sua vez, repassavam por R$ 250 ou R$ 300. Paulo vendia para todo o Distrito Federal, principalmente clientes do Lago Sul, e também tinha compradores em Belo Horizonte. Ele confessou aos investigadores que voltou a falsificar, pois teria recebido uma grande encomenda da capital mineira.

No processo de adulteração, o acusado usava bebidas mais baratas e nacionais e misturava com pequenas quantidades das originais, todas importadas. Com lacres e selos falsificados da Receita Federal, sprays de tinta, cola e uma técnica aperfeiçoada, ele se especializou na adulteração. “Trata-se de um especialista. É muito difícil distinguir a falsificação dele da original”, revelou Luiz Henrique. As garrafas eram conseguidas de forma clandestina. “Muitas pessoas as vendem vazias, e isso não é ilegal, mas facilita o crime. Pedimos que, ao descartar as embalagens, a população as danifique, impedindo, assim, a reutilização”, acrescentou o delegado.


Por: Ailim Cabral - Correio Braziliense - 26/07/2014

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