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DF: O velho horizonte de sempre

Já no primeiro debate entre os cinco candidatos ao Governo do Distrito Federal, é possível vislumbrar o que vem por aí. E o que virá será sempre mais do mesmo. Infelizmente, a emancipação política do Distrito Federal, trazida às pressas pela Carta de 1988, tem, ao longo dessas décadas, demonstrado, de forma inegável, que o transplante das práticas políticas que já assolavam outras unidades da Federação veio para ficar e criar raízes daninhas na cidade. Na ânsia de demonstrar serviço e realizações futuras, todos os candidatos foram pródigos em enumerar as mil e uma obras que vão erguer, os sem-número de viadutos, estradas, hospitais e outras façanhas mirabolantes. A miséria da política tomou conta de outras partes do país e tem servido apenas para o enriquecimento de alguns mandatários. No DF, a prática repete-se de forma monótona. A bem da verdade, nenhum candidato representa a Brasília que pensa. No máximo, representam a si próprios e ao partido. Ficou patente no debate bate-boca que nenhum dos excelentíssimos candidatos se importa verdadeiramente com o eleitor.


Principalmente o eleitor contribuinte, que no fim é quem vai bancar os sonhos derramados. O que nossos honoráveis candidatos deveriam acenar e não o fizeram em tempo algum é anunciar a redução drástica de tantos impostos, contribuições e taxas. É priorizar as crianças, dando-lhes responsabilidades além de liberdade. Educação com escolas sem medo dos alunos. Hospitais com médicos suficientes para atender à demanda. Transporte decente para os trabalhadores. Caça aos corruptos, fiscalização no serviço público local. O que a população quer é se libertar do Estado arrecadatório e perdulário. Chega! A cidade não aguenta mais ver a Câmara distrital legislando por interesse, quando trabalha, ou completamente vazia. Chega de obras monumentais sem dar satisfação à população. Basta de políticos envolvidos com malfeitorias e crimes. Só nos resta o desânimo e a certeza de que a farra de promessas vai sair bem cara. Novamente.


Coluna "Visto, lido e ouvido" Ari Cunha com Circe Cunha - Correio Braziliense - 1/08/2014

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