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#DF:ELEIÇÕES >> Candidatos à prova

Na reta final da campanha, analisamos as soluções dos candidatos ao governo líderes de votos para os temas que mais afligem os brasilienses


Por: Lilian Tahan, Clara Becker e Ullisses Campbell - Veja Brasília

Seja qual for a bandeira partidária que o eleitor empunhe, quando apertar a combinação de dígitos de seu candidato predileto, no próximo dia 5, vai desejar que essa escolha seja o início de dias melhores. Uma cidade em ordem é como uma casa bem organizada. Vive mais feliz quem mora em um ambiente onde tudo funciona direito. Assim, eleger um bom administrador pode fazer toda a diferença para o bem-estar de cada um dos cidadãos candangos. Se essa é uma decisão tão importante, como ter certeza de que se está optando pela melhor alternativa? Conhecer o perfil do candidato é um ótimo parâmetro inicial. Quem confiaria as próprias finanças a um contador ou a um procurador com um currículo reprovável? Minimizar o risco de atos irresponsáveis ou desonestos com o orçamento público, no entanto, não garante uma administração de excelência. Por isso, a checagem do eleitor precisa também levar em consideração o programa de governo dos candidatos. Nele, devem estar especificadas as propostas de cada um. Esse documento reúne também a contextualização de cenários e as perspectivas de correção de rumo para o futuro. Quanto mais detalhado o texto, mais fácil será para o eleitor avaliar o desempenho do governo — e mais difícil para o governante se desviar de suas promessas.

Dentro desse contexto, VEJA BRASÍLIA questionou os três candidatos ao governo do DF líderes em intenção de voto, segundo pesquisa mais recente do Ibope: Rodrigo Rollemberg, do PSB (31%), Jofran Frejat, do PR (21%), e Agnelo Queiroz, do PT (19%). Todos responderam a perguntas relacionadas aos quatro temas que mais afligem os brasilienses e tiveram a chance de abordar números, soluções e metas. Com esse material em mãos e seus respectivos programas de governo, a reportagem pediu a especialistas que analisassem e comparassem os planos dos principais postulantes ao Buriti. Foram ouvidos dez profissionais experientes ligados a saúde, educação, segurança e transporte. Embora cada um tenha avaliado assuntos pertinentes à sua área de atuação, há pelo menos uma análise comum entre eles. De modo geral, as propostas apresentadas pecam pela falta de informações. Elencam medidas sem mostrar, claramente, como atingir os objetivos traçados. A contaminação política nas polícias e a rixa entre as corporações no DF, por exemplo, são citadas por dois candidatos como um problema a ser enfrentado. Nenhum deles, contudo, aponta o que fará para atingir um bom resultado. Considerada pilar para uma sociedade mais justa, a educação certamente será um dos obstáculos mais desafiadores para qualquer um dos políticos que sair vitorioso na corrida eleitoral do DF. A previsão de medidas dos candidatos para lidar com o setor, entretanto, desagradou aos experts no assunto. Não adianta despejar um monte de propostas para o eleitor ficar satisfeito. De acordo com os analistas, faz-se necessário eleger prioridades, explicá-las e provar como é possível chegar às melhorias. “Ao ler os projetos, eu me senti como um cego no quarto escuro, procurando um gato preto que não estava lá”, resumiu o doutor em psicologia social Wanderley Codo.

Mais para esboços do que para planos de voo detalhados, as propostas a seguir registram as promessas do próximo governador do DF. Portanto, além de ajudar o eleitor a tomar sua decisão na urna, essas informações servirão como prova dos compromissos assumidos durante a campanha. Fiquemos atentos.



Hospital do Gama: filas e improviso no atendimento (Foto: Josemar Gonçalves / Jornal de Brasília)

Entra e sai governoe a saúde é semprea área mais mal avaliada pelos brasilienses. A desaprovaçãoreflete um problema sistêmico: superlotação nos hospitais, filas de espera, falta de médicos e ausência de insumos. Há 10 000 pessoashoje aguardando uma ressonância magnética. A previsão é que esperem dois anos para realizar o exame. Como mudar esse quadro?

Agnelo Queiroz (PT)
Vamos aumentar de 284 para 400 o número de equipes de Saúde da Família. Assim, daremos conta da atenção primária. Faremos um novo plano de carreira para a classe médica. Seis novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) serão erguidas na Estrutural, Asa Norte, Planaltina, Brazlândia, Taguatinga e Santa Maria. Construirei os hospitais do câncer, do transplante, do trauma, de São Sebastião, do Recanto das Emas e uma nova unidade no Gama. O Hospital da Criança será ampliado. Em meu segundo mandato, pretendo investir 20 bilhões de reais nessa área.

Jofran Frejat (PR)
Retomaremos os convênios de saúde do GDF com as prefeituras do Entorno. Será uma forma de ajudarmos a pagar os salários dos médicos de lá. Assim, reduzimos a pressão de demanda na rede do DF e propiciamos atendimento a pessoas que moram fora do quadrilátero, mas vivem sua rotina na capital federal. Aplicaremos métodos básicos de controle de estoque de medicamentos, para distribuí-los na rede. Temos ainda de ampliar o atendimento básico, com o médico da família.

Rodrigo Rollemberg (PSB)
A grande saída é ampliar a saúde preventiva e melhorar a gestão. Vou descentralizar a gerência dos hospitais. Cada diretor terá um orçamento a gerir. A verba será liberada de acordo com metas e resultados. Tão importante quanto tratar bem os doentes é investir na prevenção. Contratarei 2 000 novos agentes comunitários e formarei 485 equipes de Saúde da Família. Vamos ampliar o atendimento em casa e iniciar um programa de entrega domiciliar de remédios. As consultas médicas passarão a ser marcadas por meio de um serviço telefônico.


ANÁLISE DE ESPECIALISTA
Os três projetos exibem fortes laços de parentesco. As propostas estão desordenadas e apontam serviços isolados. Nenhum dos planos explica como funcionaria uma rede de saúde integrada. O eleitor continua sem saber como, onde e por quem será atendido de acordo com a sua doença. “A omissão dos programas em relação à forma de estruturação da oferta pública e privada de serviços nos próximos quatro anos antecipa a continuidade dos problemas atuais: o sistema público funciona mal e o privado, também”, diz Ligia Bahia, estudiosa do Sistema Único de Saúde e professora de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mecanismos de ressarcimento dos planos privados ao SUS não são esboçados. “Os candidatos não quebram a lógica hospitalocêntrica, que só fortalece o complexo médico industrial e coloca o SUS no patamar diminuto de setor complementar”, diz Maria Fátima Sousa, diretora da Faculdade de Medicina da UnB. Segundo ela, ninguém menciona a intenção de promover a escolha de gerentes das Unidades Básicas de Saúde e dos hospitais por meio de eleições internas e com base na competência técnica. A medida evitaria as tradicionais indicações políticas. 





Escola pública em Candangolândia: qualidade mediana (Foto: Geyzon Lenin / Jornal de Brasília)

O DF tem a maior remuneração deprofessores do Brasil,um índice respeitável de docentes com mestrado e doutorado e um plano de carreira considerado bom pela própria categoria. Ainda assim, a nota das escolas públicas distritais no Ideb, para o ensino médio, ficou abaixo da média nacional. Para piorar, temos um alto índice de falta de professores por doença. Que fazer para retomar o nível de excelência que o ensino daqui teve na década de 80?

Agnelo Queiroz (PT)
Queremos chegar até 2018 com os estudantesde todo o DF matriculados na educação integral. Faremos investimentos humano e físico para melhorar a qualidade de ensino. Um colégio de dois turnos precisa de quadra esportiva, refeitório, laboratório de informática. Vou reformar as escolas que ainda não estão preparadas. Entreguei 28 creches, estou construindo outras trinta. A ideia é que tenhamos 112 unidades para universalizar o acesso, hoje com carência de 100 000 vagas. Cada creche custará 2,5 milhões de reais. Ampliarei o ensino técnico e, também, o número de vagas na etapa universitária. Nesta administração, foram investidos 20,4 bilhões de reais em educação. Isso se repetirá no nosso próximo governo. Vamos valorizar os educadores a partir da negociação permanente com as entidades.

Jofran Frejat (PR)
Proponho a implantação da escola em tempo integral em toda a rede pública. No turno, cada escola ganhará autonomia para desenvolver projetos pedagógicos que se adequem à realidade local, respeitando-se as diretrizes do Conselho de Educação. No contraturno, o nosso modelo se valerá das vilas olímpicas para massificar a prática desportiva. Assim, afastamos nossos jovens dos riscos e da vulnerabilidade social e criamos,na escola, um ambiente de busca pelo conhecimento. Vamos voltar com os programas parceiros da escola e o da oferta da educação profissional no contraturno e nas escolas de ensino médio. Outra medida será garantir a gestão democrática nas escolas. Vamos ainda informatizar as unidades de ensino e resgatar o compromisso de repasse de recursos a essas instituições.

Rodrigo Rollemberg (PSB)
A educação integral da gestão em exercício éuma falácia. Faremos educação integral, em tempo integral, de verdade. Valorizaremos o professor. Vamos incorporar novas tecnologias nas escolas, atividades extracurriculares. Faremos, ainda, uma revisão do currículo educacional. Nós nos programamos para construir 247 novas escolas e reformar 80% das que existem hoje. Essa iniciativa custará 1,2 bilhão de reais. Parece muito, mas foi o valor da obra do Mané Garrincha. Melhoraremos a remuneração dos docentes de acordo com as possibilidades orçamentárias. Além disso, contrataremos mais professores. Vamos, também, buscar novas formas de avaliação da aprendizagem no Distrito Federal. Nesse processo, estabeleceremos metas e resultados a partir da realidade local.


ANÁLISE DE ESPECIALISTA
O programa de governo do candidato Jofran Frejat é, segundo observou a educadora Gisele Andrade, o mais detalhado. Com pós-doutorado em Avaliação Educacional pela UFRJ, a ex-professora da UnB considera que o plano herdado de Arruda “aborda ações objetivas para lidar com o status quo do sistema educacional no DF”. Para Gisele, o socialista Rodrigo Rollemberg destaca temas relevantes, “mas não cita todas as necessidades a ser enfrentadas”. A educadora ressalta que os três concorrentes sinalizam a importância das escolas em tempo integral. Mas apenas Rollemberg e Frejat citam, em seus projetos, estratégias para a integração de saberes. Já na avaliação do doutor em psicologia social Wanderley Codo, os três programas pecam pela falta de itens que ele considera essenciais. “São planos de uma pobreza franciscana”, opina  o pesquisador do Instituto de Sociologia da UnB. Embora o programa de Frejat seja o mais extenso, para Codo a iniciativa erra ao não estabelecer prioridades. “É apenas uma lista de tarefas para agradar a todo tipo de eleitor”, critica. Na opinião dele, a apresentação das propostas de Rollemberg é a que mais se aproxima de um bom programa de governo. Ainda assim, ele acredita que as iniciativas teriam de ser mais bem delineadas para que o plano fosse considerado satisfatório.




Violência nas ruas: índices alarmantes neste ano (Foto: Raphael Ribeiro / Jornal de Brasília)

Apenas no segundo semestre do ano passado tivemos 1 664 roubos a pedestres, 1 266 furtosde veículos e 598 furtos a residências. Além disso, em 2014 apresentamos uma taxa de homicídios de 25,6 para cada 100 000 habitantes e uma média de dois estupros por dia.O sentimento de insegurança amedronta a cidade. Como osenhor pretende trazer a pazde volta aos candangos?

Agnelo Queiroz (PT)
O mais importante é a integração daspolícias para otimizar os recursos humanos e materiais. O programa Ação pela Vida integra todas as forças de segurança. Continuarei investindo em tecnologia, equipamentos, viaturas e aviões de incêndio. Ampliaremoso policiamento inteligente, com a utilização de tecnologia de ponta, como as câmeras de monitoramento distribuídas de forma estratégica. Novos policiais serão contratados. Além disso, haverá um plano de valorização profissional, a partir de um diálogo franco com as categorias. Manteremos a redede atenção psicossocial ao dependentede drogas. E ainda trabalharemos a ressocialização do preso, com ações voltadas para a valorização do ensino e do trabalho.

Jofran Frejat (PR)
Em Brasília, os criminosos são todos presos. Significa que o trabalho de investigação policial é muito bom. A Polícia Civil precisa aumentar o efetivo e restabelecer a paridade com a Polícia Federal. Trata-se de uma bandeira histórica. A novidade ruim que veio com o atual governo é o desestímulo da Polícia Militar. Por isso, existe uma sensação de insegurança entre os moradores. A forma de resolver esse problema se ampara em dois pilares: respeito e comando. Por respeito, considero atender à principal demanda da corporação: a revisão do plano de carreira. O que existe foi feito em 2009,e está congelado desde então. No meu governo, o comandante da PM não viráa partir de indicação política.

Rodrigo Rollemberg (PSB)
Vamos evitar a ingerência política nas polícias. Um comandante não pode ser indicado por deputado. Promoverei a integração das ações entre as diferentes forças. Farei também a reestruturação dos planos de cargos. Queremos profissionais motivados. Criaremos o Plano Distrital de Segurança Pública.A partir desse estudo, vamos identificar e elaborar propostas para cada cidade, atuando em conjunto com as polícias civil e militar, os bombeiros, o Detran e a comunidade. Reduziremos o número de PMs emprestados a outros órgãos. Outra medida do nosso programa é a criação do Observatório da Secretaria de Segurança. Fortaleceremos, ainda, as medidas de proteção às testemunhas e vítimas de violência doméstica.


ANÁLISE DE ESPECIALISTA
Os três candidatos apresentam propostas razoáveis, mas de difícil aplicação. A integração das forças de segurança é uma delas. Nenhum dos postulantes explica que medidas tomaria para enfrentar uma rixa histórica entre as corporações, politizadas e com interesses próprios. Para o professor de sociologia da UnB Antônio Testa, a segurança pública não parece ser uma prioridade. ”Os três propõem ações paliativas. Com isso, a violência e a insegurança devem crescer, seja quem for o governador”, prevê. Segundo ele, as propostas de Agnelo foram requentadas. Eram consideradas interessantes quando implementadas, mas acabaram fracassando — estatísticas atuais comprovam isso. As ideias de Rollemberg, acredita Testa, aparentam mais consistência. Porém, não trazem apontamentos para medidas objetivas. No plano de Frejat, questões subjetivas são abordadas. Algumas delas, como o respeito à corporação, nem precisavam constar no programa de governo. O professor da Universidade Católica de Brasília Nelson Souza não vê nada novo nas atuais promessas. “Nenhuma traz propostas concretas de política pública capazes de produzir a necessária redução das taxas de crime e da sensação de insegurança”, diz. Em função disso, para o especialista, os três planos não inspiram confiança e credibilidade a ponto de ser determinantes na escolha de um dos candidatos.




Hora do rush no Eixo Monumental: drama recorrente (Foto: Paulo Victor Lago / Jornal de Brasília)

Agnelo Queiroz (PT)
No meu segundo mandato, vamos investir e estimular cada vez mais o uso de transportes públicos coletivos e de bicicletas. Já apliquei 1 bilhão de reais em corredores exclusivos, como os expressos DF Sul e Norte. Uma de minhas prioridades será concluir o Eixo Oeste. Outra meta importante é a ampliação do metrô até o fim da Asa Norte. As obras começarão com uma expansão de2 quilômetros em Samambaia e em Ceilândia.O investimento inicial para a construção das cinco novas estações será de 700 milhões de reais, com recursos do PAC. Também vamos modernizar e requalificar a Rodoviária do Plano Piloto, além de expandir o VLT e o BRT. Tenho planos de construir mais 600 quilômetros de ciclovias para consolidar a bicicleta como modal. Para executar esses projetos, farei parcerias com o governo federal.

Jofran Frejat (PR)
Vamos investir pesado no transporte por trilhos.A ideia é construir mais duas estações do metrô em Samambaia, outras duas em Ceilândiae mais duas na Asa Norte. Isso representa2 quilômetros de trilhos além do que já existeem cada um desses locais. Também planejamos refazer todo o processo do VLT, que terá duas linhas. A primeira sairá do aeroporto e percorrerá a W3, desde a Asa Sul até a Asa Norte. A outra vai unir a antiga rodoferroviária e a Esplanada. Vamos aproveitar os trilhos que hoje ligam a rodoferroviária a Luziânia (GO) e adaptá-los para receber um trem leve. A intenção é interligar a saída Sul e os municípios do Entorno Sul ao Plano Piloto. Alargaremos todas as vias de acesso de chegada ao Plano Piloto para acabar com o afunilamento do trânsito.

Rodrigo Rollemberg (PSB)
Na minha avaliação, o setor de transportes precisa mais de serviços do que de obras. Vou implantar o bilhete único em um ano ao custode 210 milhões de reais. Pretendo ampliar a frota e as linhas de ônibus, além de criar uma central de controle para acompanhar se os coletivos cumprem os horários. No meu governo, serão construídas cinco novas estações de metrô, duas em Ceilândia, outras duas em Samambaia e uma quinta no início da Asa Norte. Tenho planos de adaptar a estrada de ferro para transportar passageiros e estudamos a possibilidade de substituir os BRTs por VLTs, além de implantar um corredor exclusivo para ônibus ligando o Plano Piloto a Sobradinho e a Planaltina do DF. Vamos contar com recursos federais para tirar esses projetos do papel.


ANÁLISE DE ESPECIALISTA
Os quatro especialistas em mobilidade que analisaram as propostas dos candidatos batem na mesma tecla: é preciso ser cauteloso na hora de fazer promessas para esse setor. “Obras de mobilidade urbana, em especial metrô e VLT, dependem de investimentos pesados. Ao anunciar projetos como esses, o ideal é já apontar a fonte dos recursos”, observa o professor de planejamento ambiental urbano Cláusio Tavares Viana Teza, da Universidade Católica de Brasília. Dizer em campanha, por exemplo, que vai realizar parcerias com o governo federal para tirar grandes projetos do papel é algo vago. Flavio Dias, pesquisador do Centro de Estudos em Transportes da Universidade de Brasília, defende que os investimentos em corredores de transporte coletivo sobre pneus devem ser prioridade em relação aos sistemas sobre trilhos, pois têm menor custo e eficácia semelhante. “A utilização de corredores exclusivos gera maior mobilidade e acaba estimulando o uso do transporte coletivo em detrimento do individual”, avalia Dias. Quanto à ampliação de ciclovias, os especialistas apontam dois grandes desafios aos governantes nessa área: desenvolver uma rede que permita que as pessoas se desloquem com segurança para a escola e para o trabalho e fazer com que, no trânsito, a bicicleta tenha prioridade em relação ao carro. 

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