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Ideb mostra piora no ensino médio, mas alcança meta de anos iniciais

DF só atingiu a meta nos anos iniciais do ensino básico. Goiás teve o melhor desempenho no ensino médio.

Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados nesta sexta-feira (5/9), revelam que o Brasil superou as metas propostas pelo Ministério da Educação (MEC) para 2013 relativas aos ciclos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano) em 0,3 ponto, mas não alcançou as metas estabelecidas para o fim do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e para o ensino médio.

Os índices apontam piora no ensino médio do país em relação ao ano de 2011. Na rede privada, o índice nacional caiu 0,3 ponto, passando de 5,7 para 5,4. A rede estadual manteve o mesmo índice (3,4), assim como a rede federal (5,6).

Ensino médio

O Ideb nacional do ensino médio se manteve em 3,7. A rede estadual – responsável por 97% das matrículas da rede pública – registrou o mesmo índice de 2011 (3,4), assim como a rede federal (5,6). A rede privada apresentou queda, passando de 5,7 para 5,4.

Educação básica
Em relação ao ensino fundamental em território nacional, nos anos iniciais (1º ao 5º ano), o índice subiu 0,3 ponto em relação à 2011, enquanto que, nos finais (6º ao 9º ano), a melhora foi de apenas 0,1 ponto – totalizando 5,2 e 4,2 pontos, respectivamente.

Nos anos finais (6º ao 9º ano) do ensino fundamental, o Ideb nacional cresceu de 4,1 em 2011 para 4,2 em 2013. Do total de 5.369 municípios com índice da rede pública calculado nessa etapa, 39,6% atingiram as metas previstas para 2013 na rede pública, que atende a 86,5% dos matriculados nessa etapa (um total de 13.304.355 estudantes). Na rede federal, o Ideb se manteve em 6,3.

O Ideb é obtido pelas notas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e pela taxa média de aprovação percentual. 

Números locais
No ensino médio, os únicos estados que superaram a meta foram Amazonas, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro e Goiás. Mato Grosso do Sul teve índice igual ao estabelecido pela meta. Goiás obteve nota de 3,8 no Ideb e figura na primeira posição entre as unidades da Federação. Em 2011, ocupava a 5ª posição e, em 2009, estava na 16º colocação. 

Posição do MEC
Franciso Soares, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Ideb, destacou que o órgao está trabalhando em indicadores capazes de medir a formação dos docentes. O ministro da Educação, Henrique Paim, afirmou que "é preciso rever o ensino médio no país" e atribuiu o resultado ruim dos anos finais dos ensinos fundamental e médio à infraestrutura e à formação dos professores. Paim disse ainda que 250 mil professores de escolas públicas estão na universidade e que a melhora no ensino requer ampliações em investimento e gestão. O ministro citou ainda o custo anual de um aluno de ensino médio para os cofres públicos, de R$2,7 mil, e o papel do Plano Nacional de Educação, que, segundo ele, põe o MEC em papel central para uma possível reforma educacional. O ministro da Educação nega que a demora na divulgação dos resultados seja por conta de resultados negativos. 
Progressão
Em 2005, quando o Ideb foi calculado pela primeira vez, 57,5% (7,1 milhões) das crianças nos anos iniciais estavam matriculadas em escolas municipais de redes de ensino com avaliação abaixo de 3,7 — média nacional de então. Com a evolução do indicador nos últimos anos, o percentual caiu para 16,2% (1,7 milhão) em 2013. Com relação aos índices de avaliação mais elevados, ainda nos anos iniciais, o registro em 2005 era de 2,9% das crianças (cerca de 357 mil matrículas) matriculadas em escolas municipais com Ideb acima da nota 5,0. Em 2013, o percentual saltou para 45% - 4,8 milhões de estudantes – na mesma situação.

Como o Ideb é calculado
A nota varia de 0 a 10. O Ideb é calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento escolar (aprovação) e médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo Inep. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente pelo Inep. As médias de desempenho utilizadas são as da Prova Brasil (para Idebs de escolas e municípios) e do Saeb (no caso dos Idebs dos estados e nacional). 

A forma geral do Ideb é dada por:
IDEBji%uF020 =%uF020 Nji Pji; em que,
i = ano do exame (Saeb e Prova Brasil) e do Censo Escolar;
N ji = média da proficiência em Língua Portuguesa e Matemática, padronizada para um indicador entre 0 e 10, dos alunos da unidade j, obtida em determinada edição do exame realizado ao final da etapa de ensino;
P ji = indicador de rendimento baseado na taxa de aprovação da etapa de ensino dos alunos da unidade j;

Envio das notas às escolas
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) esclarece que os resultados da Prova Brasil foram encaminhados às escolas e aos secretários estaduais e municipais de educação para validação. Os recursos apresentados, mais de 300, foram analisados pelo Inep e após a comunicação aos interessados, os valores do Ideb para escolas e sistemas de ensino foram calculados e estão sendo finalizados para divulgação.

Fonte: Correio Braziliense - 05/09/2014

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