Pode parecer óbvio, mas o que os eleitores almejam, de fato, numa possível reforma política, é justamente aquilo que o país mais necessita para tornar o processo racional e liberto da ingerência fisiológica e perversa dos partidos. O poder de penetração da mídia, principalmente das tevês é incontestável nos lares brasileiros de Norte a Sul. A esse poder se somam as mídias sociais, disponíveis a um grande contingente de brasileiros na rede em tempo real. Nesse sentido, as pesquisas feitas com população, utilizando-se desses dois meios de comunicação, resultam em um retrato instantâneo do país, abrangente e, atual com a instantaneidade. A campanha Reforma Política Já, feita pela TV Cultura desde novembro, colheu, ao longo de semanas, a opinião da população sobre os principais temas envolvendo o processo eleitoral e político ideal para o país.
O resultado reflete bem o amadurecimento democrático de boa parcela da população e aponta soluções simples para tornar as eleições mais ajustadas ao atual desejo de todos para o bem do país. Sobre um item fundamental ao processo eleitoral, representado pelo modelo de financiamento de campanha, os eleitores não tiveram dúvidas e cravaram as doações privadas de pessoas físicas como o modelo mais justo com 38,2% dos votos, seguidos dos recursos do próprio candidato com, 36% das preferências. Nesse mesmo item, a opção doação de empresas ficou em terceiro lugar com apenas 17,85% da preferência. No quesito reeleição para o Legislativo, novamente um percentual revelador da opção do eleitor. Nada mais do que 84,05% disseram não a reeleição para deputados, senadores e vereadores.
Na avaliação dos eleitores pesquisados, o sistema de voto ideal é o facultativo com nada menos do que 90,20% de aprovação. O sistema eleitoral pretendido pelos eleitores é o distrital simples, com 35,54% dos votos. O voto único e intransferível ficou na segunda posição com 34,92% votos dos dados. O atual sistema de coligações partidárias também foi recusado por 95,05% dos eleitores consultados. Um mandato com cinco anos de duração foi a opção favorita de 84,11% dos votantes. Outro quesito importante perguntado foi sobre o limite de gastos nas campanhas. Para 96% dos pesquisados, deve haver esse limite. Para 84,11% dos eleitores consultados, o ideal seria que não houvesse reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República, limitando os mandatos em cinco anos também. Outro ponto fundamental questionado aos eleitores referia-se à cláusula de barreira e desempenho dos partidos. Nada menos do que 90,41% dos entrevistados defenderam esse dispositivo, como importante para dar um fim às legendas de aluguel, entre outras vantagens para a democracia.
Qualquer reforma política, digna do nome e em consonância com o desejo do eleitorado deveria adotar o caminho proposto pela maioria esmagadora dos cidadãos. Qualquer outro arranjo, vindo apenas das mesmas parcelas de políticos profissionais que a tempos infestam o Estado, não é do interesse da nação e não serve a um povo que a própria Constituição nomeia como soberano.
Fonte: Coluna "Visto, lido e ouvido - Correio Braziliense - 28/12/2014
O resultado reflete bem o amadurecimento democrático de boa parcela da população e aponta soluções simples para tornar as eleições mais ajustadas ao atual desejo de todos para o bem do país. Sobre um item fundamental ao processo eleitoral, representado pelo modelo de financiamento de campanha, os eleitores não tiveram dúvidas e cravaram as doações privadas de pessoas físicas como o modelo mais justo com 38,2% dos votos, seguidos dos recursos do próprio candidato com, 36% das preferências. Nesse mesmo item, a opção doação de empresas ficou em terceiro lugar com apenas 17,85% da preferência. No quesito reeleição para o Legislativo, novamente um percentual revelador da opção do eleitor. Nada mais do que 84,05% disseram não a reeleição para deputados, senadores e vereadores.
Na avaliação dos eleitores pesquisados, o sistema de voto ideal é o facultativo com nada menos do que 90,20% de aprovação. O sistema eleitoral pretendido pelos eleitores é o distrital simples, com 35,54% dos votos. O voto único e intransferível ficou na segunda posição com 34,92% votos dos dados. O atual sistema de coligações partidárias também foi recusado por 95,05% dos eleitores consultados. Um mandato com cinco anos de duração foi a opção favorita de 84,11% dos votantes. Outro quesito importante perguntado foi sobre o limite de gastos nas campanhas. Para 96% dos pesquisados, deve haver esse limite. Para 84,11% dos eleitores consultados, o ideal seria que não houvesse reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República, limitando os mandatos em cinco anos também. Outro ponto fundamental questionado aos eleitores referia-se à cláusula de barreira e desempenho dos partidos. Nada menos do que 90,41% dos entrevistados defenderam esse dispositivo, como importante para dar um fim às legendas de aluguel, entre outras vantagens para a democracia.
Qualquer reforma política, digna do nome e em consonância com o desejo do eleitorado deveria adotar o caminho proposto pela maioria esmagadora dos cidadãos. Qualquer outro arranjo, vindo apenas das mesmas parcelas de políticos profissionais que a tempos infestam o Estado, não é do interesse da nação e não serve a um povo que a própria Constituição nomeia como soberano.
Fonte: Coluna "Visto, lido e ouvido - Correio Braziliense - 28/12/2014

