Carlos Newton
A novela da corrupção na Petrobras está longe de se aproximar dos capítulos finais. Pelo contrário, ainda está praticamente no início e a cada dia o respeitável público é surpreendido com novidades de “estarrecer”, para usarmos uma das expressões da preferência da presidente Dilma Rousseff.
O próximo capítulo, realmente sensacional, será a tão esperada divulgação dos nomes dos políticos envolvidos, em episódio que vai funcionar como uma espécie de presente coletivo de Natal para os brasileiros.
Depois, vai se desenrolar a trama seguinte, conforme já revelamos aqui na Tribuna da Internet, com a Polícia Federal e o Ministério Público investigando a corrupção em outras estatais e em órgãos do governo federal, com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que é o nome atual do antigo DNER, famoso pela corrupção desde o regime militar.
OUTROS DOLEIROS
A apuração das irregularidades em outras estatais e órgãos do governo será feita paralelamente à investigação de outros doleiros identificados (dois deles já estão presos em Curitiba), que faziam a lavagem do dinheiro de outros casos de corrupção, pois o doleiro Alberto Youssef não dava conta de tanto dinheiro sujo e estava sempre assoberbado com suas atividades no esquema da Petrobras.
Tudo isso, é claro, será debitado na conta da base aliada e do próprio governo, porque a quadrilha comandada por Lula e Dirceu cometeu a insensatez de instituir um pedágio, para cobrar percentagens fixas destinadas ao enriquecimento ilícito dos dirigentes petistas e também para sustentar o projeto político de eternização do partido no Poder.
BURRICE DO PT
Se o PT e a base aliada tivessem se aproveitado da corrupção sem envolvimento direto, apenas recebendo doações das empreiteiras, a presidente Dilma Rousseff poderia atribuir tudo aos empresários e executivos da Petrobras, e dormir tranquila. Mas não é o caso.
Já está mais do que comprovada a participação direta do PT, de José Dirceu, do tesoureiro petista José Vaccari Neto e de políticos da base aliada. Agora a Polícia Federal começa a chegar no envolvimento de Lula e da própria Dilma. Mesmo que nada fique provado contra ela, tudo isso vai desmoronar sobre sua cabeça, pois não há a menor dúvida de que a atual presidente se tornou hoje a grande beneficiária desse esquema criminoso.
E se ficar provada também a participação direta do PMDB, o vice-presidente Michel Temer será alvejado, pois presidia o partido na época da corrupção. E o caminho ficará limpo para que o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como presidente da Câmara e segundo na linha sucessória, assuma a Presidência da República, e que Deus nos proteja.