Os tucanos Antonio Anastasia e José Serra são os senadores eleitos que
mais arrecadaram, segundo as prestações de contas uma gigante da indústria da
alimentação, uma das maiores instituições financeiras do país e uma das
empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato foram as empresas que mais
doaram para a campanha dos senadores que serão empossados no próximo dia 1º.
Líder mundial na produção de carnes, a JBS (Friboi) também foi a campeã em
contribuições para os candidatos vitoriosos ao Senado: doou R$ 9,3 milhões. Já
o Bradesco, segundo maior banco privado do país, foi o financiador que botou
dinheiro no maior número de campanhas vitoriosas na Casa: 15 dos 27 eleitos
receberam R$ 4,7 milhões da instituição – segundo maior volume de repasses de
uma empresa. O terceiro maior doador foi a empreiteira OAS, investigada por
participação no esquema de cartel e corrupção da Petrobras, que destinou R$ 2
milhões para os eleitos...
O Congresso em
Foco publica, abaixo, a relação completa dos financiadores dos 27 senadores
eleitos, de acordo com a prestação de contas apresentadas por eles à Justiça
eleitoral. Juntos, eles declararam ter recebido R$ 130 milhões, sobretudo de
grandes empresas. Três oposicionistas foram os campeões em arrecadação.
Campeões de
arrecadação
Conforme a
prestação de contas, Antonio Anastasia (PSDB-MG) encabeça a lista das campanhas
mais caras. O ex-governador mineiro informou ter arrecadado R$ 18,3 milhões. Em
segundo lugar ficou o senador eleito por São Paulo José Serra, também do PSDB,
que disse ter recebido R$ 10,7 milhões para fazer sua campanha. O atual
deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) declarou ter levantado R$ 9,3 milhões para se
eleger senador.
Os dois
parlamentares que dividem a quarta colocação no ranking da arrecadação – Tasso
Jereissati (PSDB-CE) e Wellington Fagundes (PR-MT), com R$ 8,7 milhões cada –
foram também aqueles que informaram ter desembolsado mais recursos próprios
para se eleger. Wellington tirou mais de R$ 1 milhão do bolso; já Tasso
declarou ter usado R$ 820 mil como pessoa física e outros R$ 385 mil de uma de
suas empresas.
A relação dos
senadores que informaram ter arrecadado menos é encabeçada por três
representantes do PDT: Telmário Mota (RR), Reguffe (DF) e Lasier Martins (RS).
O roraimense declarou ter recebido R$ 240,5 mil; o pedetista do DF, R$ 407 mil,
e o gaúcho, R$ 866.138.
Custo do voto
Reguffe e Lasier
também figuram entre os parlamentares que tiveram o voto mais barato quando se
compara o valor investido na campanha e a votação obtida. Os dois só ficaram
atrás de Romário (PSB-DF). Cada um dos 4.683.963 votos obtidos pelo deputado e
ex-jogador de futebol saiu a 25 centavos. Os votos conquistados por Lasier e
Reguffe “custaram” 40 e 47 centavos, respectivamente.
Na outra ponta,
o voto mais caro ficou com a senadora reeleita Kátia Abreu (PMDB-TO), atual
ministra da Agricultura. Ela gastou R$ 6,9 milhões e recebeu 282.052 votos. É
como se cada voto recebido pela senadora tivesse saído por R$ 24,71. Gladson
Cameli (PP-AC), com R$ 22,46, e Wellington Fagundes, com R$ 13,50 por voto,
completam a lista dos senadores eleitos com votação mais “onerosa”.
***
Fonte: Portal UOL/ Congresso
em Foco