Idealizadora do evento, Cristiane Mardine ressalta o crescimento da gastronomia de rua. A bordo de uma kombi personalizada, Sethora e Iano venderão picolés artesanais
Segunda edição do Chefs nos Eixos espera reunir 30 mil
pessoas, amanhã, na 111/211 Norte
A cultura gastronômica de levar o alimento até o
público tem transformado cartões-postais de Brasília em restaurantes a céu
aberto. Os eventos que reúnem boa comida a preços acessíveis também contribuem
para inserir a cidade em uma tendência mundial: a de ocupar os espaços públicos
e conhecer as especialidades de chefs de cozinha. Depois do sucesso da primeira
edição do Chefs nos Eixos, em novembro do ano passado, o Eixão Norte será
novamente cenário do festival. A organização do evento, que ocorre na altura da
111/211 Norte, amanhã, deve atrair cerca de 30 mil pessoas e superar a marca do
ano passado, quando 20 mil espectadores passaram pelo local.
Nesses quatro meses, o evento cresceu: passou de 34 quiosques para 48. A oferta
de comida itinerante em trailers, caminhões ou kombis também aumentou. Antes,
eram quatro food trucks e, desta vez, serão 10. A valorização das
particularidades geográficas da cidade é uma características do festival. Os
blocos onde estarão os chefs são organizados em letras, assim como nas
superquadras, e os quiosques, numerados seguindo a lógica das quadras de
Brasília. “O evento foi pensado para que a população tivesse fácil acesso, não
apenas os moradores do Plano Piloto, mas também quem reside em outras regiões
administrativas. É uma oportunidade de as pessoas participarem ativamente com a
família, de bicicleta, passeando com filhos ou cachorros”, ressalta a
idealizadora do Chefs nos Eixos, Cristiane Mardine.
Dessa vez, 130 pratos estarão à disposição da clientela, com preços que variam de R$ 10 a R$ 20, além de sucos e sorvetes a partir de R$ 5. As comidas são diversificadas. Estarão à venda quitutes brasileiros, chineses, americanos, japoneses, indianos e até tailandeses. “A gastronomia está crescendo mundialmente. As pessoas querem comer bem, conhecer coisas novas. A intenção é acessibilizar a comida e a cultura gastronômica. No Brasil, essa onda cresceu nos últimos três anos”, destaca Cristiane. Ela explica o conceito básico do festival: reunir chefs que usam ingredientes nobres para preparar comidas a serem vendidas a preço popular. “É diferente de um evento de rua que vende cachorro-quente ou churrasquinho. O Chefs nos Eixos oferece uma comida mais elaborada e qualificada.”
Empreendorismo
Em uma kombi personalizada, Iago Lins, 21 anos; a mãe, Sethora Lins, 44; e o primo Kaue Borges, 24, vão começar um novo empreendimento: a comercialização de picolés artesanais, conhecidos como paletas. A estreia será no Chef nos Eixos. Os sócios quiseram reunir a onda dos food trucks com o sucesso dos picolés. “Vendo a febre das paletas, começamos a maturar a ideia. Fomos atrás de fornecedores e personalizamos uma kombi”, explica Iago. O grupo tem planos de estender o negócio a outras cidades. “Em Brasília, falta um pouco dessa cultura. Pensamos, inclusive, em fazer parceria com outros food trucks.”
Morador da Asa Norte, Eugênio Oliveira, 44, compareceu à primeira edição e pretende retornar amanhã. O dentista se surpreendeu com a qualidade do festival. “Na primeira vez, fui sem muita expectativa, mas percebi um alto nível das comidas feitas pelos próprios chefs. Fiquei impressionado.”
Serviço
O evento ocorre amanhã, das 10h às 17h30. O espaço oferece áreas cobertas, mesas, cadeiras, banheiros e bicicletários. Nem todos os quiosques aceitam cartão; por isso, é importante levar dinheiro em espécie. O festival gastronômico conta, ainda, com um aplicativo, nas versões IOS e Android, para ajudar o público a localizar os chefs, conhecer os cardápios e os preços.
Alguns participantes
ANCHO Bistrô de Fogo - Renata Carvalho
Bar do Calaf - Venceslau Calaf
Dolce Far Niente - pizzaiolo Duarte Neto
Empório Árabe - Lídia Nasser
Universal Diner - Mara Alcamim
SpringNow, Trio Gastronomia - Emerson Mantovani
Olivae - Agenor Maia
Cru Balcão Criativo - Lui Veronese
Oliver - Nilson Favacho
Villa Tevere - Flávio Leste
Fonte: Isa Stacciarini - Correio Braziliense - 28/02