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Revisão é justa, mas IPTU vai pesar no bolso


Essa é a opinião de representantes de condomínios ante a proposta do GDF. Falta a avaliação da Câmara

Defasado há sete anos, o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) pode aumentar no ano que vem. De acordo com o governo, os carnês atuais ainda são emitidos com base nos preços dos imóveis em 2008. A medida faz parte do Pacto por Brasília, anunciado recentemente pelo GDF  com o intuito de equilibrar os cofres públicos. Apesar da atualização na tabela não poder superar 20%, em comparação aos valores de hoje, muitos contribuintes estão preocupados.

O GDF alega que, de 2008 para cá, muita coisa mudou nas construções.  Elas cresceram, mas o valor pago continua menor do que deveria. E, quanto maior a construção, mais caro fica o IPTU.
  
Agora, a mudança depende de aprovação da Câmara Legislativa. A extensão do parcelamento do IPTU, de seis para oito vezes, é outra novidade. Mas poderá ser aplicada por meio de decreto. Templos religiosos e casas assistenciais permanecem isentos da taxa.

Para o presidente de Sindicondomínio, José Geraldo Pimentel, a reavaliação dos preços de mercado dos imóveis é justa, desde que não haja um aumento concomitante a alíquota do IPTU. “Com a revisão dos preços de mercado, o IPTU  já sofrerá um aumento considerável. Não é justo aumentar também a alíquota. Deixamos um apelo para que os deputados não aprovem tal medida, que afetaria diretamente os mais de 1,9 milhão de condôminos do DF”, reclama.

Pimentel também cobra transparência na aplicação dos recursos: “Queremos que eles sejam investidos na finalidade para a qual foram criados, que é custear despesas de administração e dos investimentos em obras de infraestrutura”.

Medida valerá para todos
“A regularização dos nossos lotes nunca sai, mesmo assim pagamos o IPTU, que  ainda vai aumentar”, comenta a agente de educação Maria do Carmo Campos, de 38 anos, moradora da chácara 14, do Setor de Chácaras de Águas Claras. “Se os impostos fossem pelo menos revertidos em melhorias... Mas não é isso que vemos”, completa.

Seu vizinho, o comerciante Adilson Antônio da Silva, de 53 anos, levou um susto ao tomar conhecimento do aumento. “Credo! Sabia que poderia haver reajuste, mas não tanto. Já temos que pagar inúmeros  impostos. Não acho justo sobrar tudo para o cidadão”, lamenta. 

Venda
O Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) - recolhido em toda transmissão de bens móveis e imóveis, seja ela onerosa ou não - também vai aumentar.

No sistema atual, o contribuinte paga 2% de ITBI sobre qualquer transação, independentemente do valor do imóvel. Com o novo modelo progressivo, o comprador pagará alíquota de 1% sobre os primeiros R$ 100 mil. Se o imóvel custar entre R$ 100 mil e R$ 250 mil, a alíquota será de 2%. E em valores superiores a R$ 250 mil, serão descontados 3%
Segundo o GDF, a medida visa à “justiça social”. “Se tivesse sido adotada em 2014, cerca de 60% dos contribuintes teriam pago ITBI menor em operações como compra e venda, doação ou permuta”, compara o governo. A proposta também passará pela Câmara Legislativa e, caso seja aprovada, passa a vigorar em 2016.

Se todas as propostas forem aprovadas, o aumento de receita em 2016 será de R$ 800 milhões. Ainda assim, as contas públicas  não serão normalizadas, já que só os reajustes concedidos a servidores, na gestão passada, somam R$ 1,8 bilhão em 2015 e 2016.

A reportagem não conseguiu contato com a União dos Condomínios Horizontais e Associações de Moradores do DF.

Alternativas para aumentar a arrecadação

Diversas outras medidas estão incluídas no pacote de propostas batizado de Pacto por Brasília. Entre elas, o governo pediu a Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) no valor de R$ 300 milhões. O recurso servirá para quitar os débitos salariais dos servidores da Saúde e da Educação, atrasados desde o ano passado.

Em relação ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), foram  sugeridas mudanças   nas alíquotas de carros, de 3% para 3,5%, e de motos, de 2% para 2,5%.   E acabará a isenção do imposto no primeiro ano para os zero-quilômetro. 

Já  a Taxa de Limpeza Urbana  passará a ser cobrada de acordo com a extensão da área construída. No entanto, templos religiosos e casas assistenciais permanecem isentos.




Fonte: Da redação do Jornal de Brasília - Ludmila Rocha


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