Fora a Copa e a
inauguração, o estádio candango nunca mais lotou
A Copa passou pelo Brasil e deixou
saudades nos torcedores. Para quatro cidades em especial, o sentimento não é
bem esse. Pouco menos de um ano depois da realização do torneio, os estádios de
Brasília, Manaus, Natal e Cuiabá acumulam prejuízos sobre prejuízos.
Na capital,
os números são os maiores. Muito por conta do tamanho da arena. O estádio Mané
Garrincha comporta 72.788 pessoas, o que faz com que o local só perca em
capacidade para o Maracanã (78.838), dentre os estádios usados durante o
Mundial. Das outras quatro arenas candidatas a “Elefantes Brancos” antes do
início da Copa, a cidade que conta com o maior espaço é Manaus, cuja Arena da
Amazônia comporta 44.351.
Segundo os
dados da matéria do portal BBC Brasil, os custos mensais de manutenção do Mané
Garrincha giram em R$ 600 mil. O Jornal de Brasília confirmou a informação com
a Secretaria de Turismo do Distrito Federal, pasta responsável atualmente pelo
estádio.
Calculando-se
que 22 meses se passaram desde a inauguração, em maio de 2013, o valor gasto
chega a R$ 13,2 milhões. Nem mesmo o status de ser o estádio com maior
arrecadação, com R$ 5,5 milhões, dá saldo positivo à arena candanga. O
resultado dessa subtração é um prejuízo de R$ 5,9 milhões. E o custo pode
crescer.
“Não há uma
equipe destacada para realizar o balanço destes gastos. Os valores são baseados
em contas a serem pagas e valores que entram nos meses de evento. Os números
podem variar de acordo com o mês de evento”, explica a Secretaria de Turismo,
por meio da assessoria de imprensa.
Nos outros
estádios, os prejuízos também são altos. Na Arena da Amazônia, o déficit é de
R$ 2,7 milhões. Já na Arena Pantanal, o resultado estaciona na casa de R$ 1,4
milhões. Apenas na Arena das Dunas não foi possível saber o prejuízo, de acordo
com a BBC Brasil.
Desde o
início de 2015, o Mané Garrincha não recebeu um jogo oficial. A arena foi palco
de uma partida de exibição de futebol americano, de um encontro de ex-jogadores,
além de um torneio internacional de futebol.
As partidas
previstas para o Mané Garrincha são as finais do Candangão, nos dias 25 de
abril e 2 de maio e Cruzeiro x Corinthians, na abertura do Campeonato
Brasileiro.
Saiba
mais
Antes mesmo
da Copa das Confederações ter início, o Mané Garrincha foi palco de partidas
memoráveis.
Entre os
jogos, o encontro entre Santos e Flamengo, na primeira rodada do Brasileirão de
2013. Além do maior público da história da competição, o embate também marcou a
despedida de Neymar do Peixe. Pouco depois ele se transferiria para o poderoso
Barcelona.
O Flamengo
fez do Mané Garrincha sua segunda casa. O Rubro-Negro enfrentou o Vasco duas
vezes no estádio.
Fifa tem
arrecadação recorde
Enquanto os
estádios brasileiros acumulam quantias milionárias de prejuízos, o mesmo não
acontece em relação aos lucros da Fifa com a realização da Copa do Mundo no
Brasil.
De acordo
com levantamento publicado no jornal O Estado de São Paulo, a entidade máxima
do futebol faturou a bagatela de R$ 16 bilhões com o torneio. Nunca a Fifa
contou com tanto dinheiro em caixa quanto atualmente, graças ao que foi
conquistado com o Mundial em terras brasileiras.
A efeito de
comparação, a Copa anterior, na África do Sul, rendeu R$ 4,1 bilhões de lucros.
Baixinho
na bronca
Crítico
ferrenho da forma como a realização da Copa do Mundo foi conduzida no Brasil, o
ex-jogador e deputado federal Romário não poupou críticas à entidade que rege o
futebol no mundo.
“O modelo de
negócios da Fifa é realmente extraordinário. Especialmente em países como o
nosso, onde o governo abre as pernas e concede todo tipo de isenção fiscal à
entidade. Para ser mais exato, R$ 1 bilhão em isenção fiscal”, disparou, em
postagem no Facebook.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília - Lucas
Magalhães, com BBC Brasil