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Morador do DF usa 67% mais água ao dia do que o indicado pela ONU

DF é a quinta unidade da federação com maior gasto, aponta governo. Nove estados vivem crise hídrica; Caesb prevê curso para conscientização.

Um levantamento feito pela Caesb aponta que os moradores do Distrito Federal usam 67% a mais de água todos os dias do que o preconizado pela Organização das Nações Unidades. 

A média do consumo é de 184 litros por habitante, quando 110 litros seriam suficientes para atender às necessidades básicas diárias de uma pessoa, sgundo a entidade. Dados do Ministério das Cidades mostram ainda que a capital é o quinto local do país onde mais se gasta o recurso.

O dado chama a atenção diante da crise hídrica vivenciada por nove estados do Nordeste e do Sudeste do país. O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, afirmou no início do mês que 56 cidades nordestinas – Ceará (23), Paraíba (15), Rio Grande do Norte (9), Bahia (5), Alagoas (2) e Pernambuco (2) – estão em situação de "colapso" hídrico mesmo depois das chuvas. Além disso, o nível dos reservatórios de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais ainda está abaixo do ideal.

Diretor da Adasa, Diógenes Mortari diz que o consumo excessivo é uma questão cultural. “O que está acontecendo hoje no país é o conhecimento de que a água é um bem finito, e isso está ajudando no uso racional da água. Agora há um entendimento de que não é porque você abre a torneira e tem que você pode gastar.”

A agência, que regula águas e saneamento básico, tem desenvolvido apresentado projetos em escolas públicas e particulares para estimular a conscientização desde cedo. De acordo com o diretor, há instituições agendadas em todas as segundas, quartas e sextas até o meio do ano. A ideia é que o trabalho siga em todos os períodos, independentemente de haver estação seca ou chuvosa.

A comerciante Vanessa Soares Prudencio conta não temer racionamento de água no DF, mas disse que a família decidiu mudar os hábitos em casa desde a aplicação em março do reajuste de 16,2% na tarifa. Ela mora com outro adulto, um bebê e um adolescente no mesmo prédio onde trabalha.

"Diminuímos o tempo no banho. Antes minha bebê brincava no chuveiro, agora brinca na banheira, e tomamos banho juntas e mais rapidamente. Reutilizamos a água da máquina de lavar, a parte do enxague, para lavar o banheiro, desligamos os registros de águas porque percebemos que durante a noite há pingos de água tanto em casa quanto no mercadinho, e agora não usamos baldes para lavar a loja, não usamos mais mangueira", cita.

Para Mortari, já é possível observar nas crianças uma preocupação em relação ao tema. “E em alguns bairros também dá para notar uma mudança. No Lago Norte e no Lago Sul, por exemplo, que tinham um consumo maior, o pessoal já fala em reuso, em utilizar a água da chuva e da máquina de lavar.”

Um relatório apresentado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, vinculado ao Ministério das Cidades, no final de do ano passado mostrou que apenas Rio de Janeiro (253,1 litros), Maranhão (230,8 litros), Amapá (194,9 litros) e Espírito Santo (191,1 litros) tinham média de consumo de água per capita superior à do DF (189,9 litros) em 2013. A média brasileira era de 166,3 litros no período.

Conscientização hídrica
A Caesb informou que elabora um planejamento de educação ambiental, a ser implementado de 2015 a 2018. Estimativas da companhia mostram que é possível economizar até 16 litros de água, por exemplo, quando se opta por não escovar os dentes com a torneira aberta continuamente.

Em relação ao banho, a substituição de uma higienização de 20 minutos por uma de 5 minutos reduz o consumo de 120 litros para 30 litros de água. Já quanto a lavar louça, é possível economizar até 170 litros quando se escolhe abrir a torneira apenas para o enxague.

No caso de calçadas, a recomendação é usar a água da máquina de lavar e do tanquinho em vez de gastar 120 litros por meio do uso da mangueira. Quanto à descarga, que consome entre 7 e 10 litros a cada utilização, o ideal é que a válvula esteja sempre regulada.


Em janeiro, o técnico em telecomunicações Márcio dos Santos ficou indignado ao encontrar 15 cartilhas sobre uso racional de água jogadas em frente à Escola Classe 24 de Ceilândia. O descarte, além de ocorrer em meio à crise hídrica, provocou sujeira na rua e desperdício de dinheiro público – o material foi produzido pela Adasa. Em nota, a Secretaria de Educação disse que houve um engano e que os panfletos foram recolhidos.

Raquel Morais
Do G1 DF

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