Durante o lançamento do
programa federal que visa combater crimes na internet, a presidente Dilma
Rousseff reafirmou nesta terça-feira (7) o compromisso do governo em garantir a
livre manifestação de qualquer cidadão mas ressaltou que as redes sociais têm
sido usadas para disseminação de ofensas e preconceitos.
"As redes sociais
têm sido palco de manifestações de caráter ofensivo, preconceituoso,
discriminatório, de grave intolerância. Escondidas no anonimato que as redes
sociais permitem com o distanciamento que promovem, algumas pessoas se sentem à
vontade para expressar todo tipo de agressão e difusão de mentiras, ferindo
honra e dignidade das pessoas", afirmou Dilma.
A presidente ressaltou que
as mesmas regras que regem a sociedade cotidianamente devem ser aplicadas ao
ambiente on-line. "Como extensão da nossa vida real, esse mundo virtual
deveria também ser regido pelas mesmas regras éticas, comportamentais e de
civilidade que queremos que ocorram na sociedade, no nosso dia a dia. Não é, no
entanto, o que vem ocorrendo", destacou.
As redes sociais têm sido cada
vez mais utilizadas por políticos para defenderem programas tanto do governo
quanto ações da oposição. As próprias manifestações populares têm sido
convocadas, majoritariamente, pelas redes sociais. Documento revelado
recentemente produzido pela Secretaria de Comunicação da Presidência, admite
que a própria pasta usa "robôs" para disseminar conteúdo favorável ao
governo nas redes sociais.
Sem citar estes fatores diretamente, Dilma voltou a
defender a liberdade de manifestação de qualquer cidadão. "O governo tem
compromisso inabalável com a liberdade de expressão e manifestação. Tem
compromisso inabalável com direito de cada cidadão e cidadã se expressar, se
informar, ser informado, criticar, enfim, se manifestar e usar todos os
mecanismos para pensar por conta própria. Somos a favor do bom debate",
disse.
O governo federal lançou na manhã desta terça, em cerimônia no Palácio
do Planalto, o chamado Pacto pelo Enfrentamento às Violações de Direitos
Humanos na Internet. A iniciativa, com o nome de "Humaniza Redes",
prevê uma ouvidoria online, onde denúncias poderão ser feitas e, em seguida,
encaminhadas a provedores de internet. "Estamos criando a primeira
ouvidoria de direitos humanos online.
Em uma parceria inédita no mundo, o
governo federal, as maiores empresas, órgãos da sociedade civil brasileira como a
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), instituições como Ministério Público vamos
juntos promover internet livre, pacífica segura", disse. "Queremos
que as redes sociais sejam campo fértil de ideias, de proposições, de críticas
e debates. Não queremos um campo de desrespeito e violência verbal",
completou.