Polícia Civil investiga o
vazamento de áudios de uma reunião entre o governador Rodrigo Rollemberg,
secretários e parlamentares no dia 14 de maio; é que informa o governo do
Distrito Federal; na gravação, deputados distritais cobravam do governador
cargos na administração; em nota, o GDF diz condenar "veementemente o
vazamento” e informou que os áudios foram editados e tirados de contexto
A Polícia Civil investiga o vazamento de
áudios de uma reunião entre o governador Rodrigo Rollemberg, secretários e
parlamentares no dia 14 de maio. É que informa o governo do Distrito Federal.
Na gravação, deputados distritais cobravam do governador cargos na
administração.
Em nota, o GDF diz
condenar "veementemente o vazamento" e informou que teve acesso aos
áudios por meio da imprensa. De acordo com o Executivo, eles foram editados e
tirados de contexto. O governo afirmou que a reunião foi "pautada por um
debate de medidas" que visavam "dar governabilidade" à atual
gestão.
A Polícia Civil
informou ao G1 que tomará "todas as providências" referentes ao caso.
A presidente da Câmara Legislativa do DF, Celina Leão (PDT), afirmou que 11
distritais – ela inclusive – e pelo menos dois secretários estavam com
Rollemberg na reunião grampeada.
"Nós já
pedimos abertura de investigação ao Ministério Público, à Polícia Civil e à
Polícia Federal, para acompanhar. Se você parar pra pensar, é um caso muito
grave, dentro de um gabinete, da sala do governador", disse ela à Tv
Globo.
O secretário de
Relações Institucionais do DF, Marcos Dantas, disse ao G1 o grampo é
"lamentável". "Não é nossa prática ficar 'arapongando', gravando
as pessoas. Eu estava nessa reunião na sala do governador. O que foi colocado
foi um pedido para indicar deputados para o Executivo, o que não vejo nenhum
problema", acrescentou.
No trecho atribuído
a Celina Leão, a deputada comenta sobre a ausência de parlamentares no primeiro
escalão do governo. O nome e a voz do interlocutor não aparecem no áudio, mas a
parlamentar se refere a ele pelo termo "senhor".
"A classe
política, querendo ou não, precisa estar presente no governo do senhor. O
senhor não tem um secretário deputado. Um secretário deputado. 'Tô' falando que
pode ser deputado federal, pode ser deputado local. Querendo ou não, a classe
política 'tá' fora do governo", disse Celina no áudio.
"Eu falei uma
coisa para o senhor e volto a repetir: o senhor é bom demais. Coração bom
demais. 'Não, vai lá, eu vou deixar você fazer o trabalho político do jeito que
você quiser, eu te dou liberdade.' [...] Se a gente não tiver uma pauta com o
senhor, a Câmara vai arrumar a pauta dela", continuou a parlamentar.
O segundo áudio,
supostamente da mesma reunião, é atribuído ao deputado Juarezão (PRTB);
Conforme a gravação, voz gravada disse que "o bolo tinha que ser dividido
por igual" entre os distritais.
O parlamentar não
confirmou a autoria das declarações. "Não me lembro. Tenho que ver o áudio
para saber se fui eu", afirmou. A voz captada na gravação fala sobre
melhorias em Brazlândia, reduto eleitoral do político.
Fonte: Brasília-247