O Espaço Renato Russo está entre as obras de centros culturais prometidas por Rodrigo Rollemberg
Governador lança plano de obras com intervenções prometidas
há várias gestões. As melhorias têm previsão para terminar até 2019
Não teve reclamação sobre a situação financeira, discurso de
herança maldita, muito menos referência ao rombo de R$ 3,5 bilhões nas contas
públicas. Otimista, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) apresentou ontem o
plano de obras do governo, com intervenções prometidas há anos por várias
gestões e que, se saírem do papel, podem garantir a reeleição do atual projeto
— esse é o cálculo dos governistas. Projetos para solucionar engarrafamentos,
como o túnel de Taguatinga e o viaduto de ligação do Sudoeste ao Parque da
Cidade; construção de cinco estações do Metrô; e investimentos na
infraestrutura de diversas cidades são algumas das promessas. Somadas, superam
R$ 5 bilhões, todas com previsão para terminar até 2019.
Foi um
dos primeiros discursos em que o socialista não fez questão de registrar a
situação financeira deixada por seu antecessor, Agnelo Queiroz (PT). Atolado em
dívidas e temendo faltar verba até para salários, no entanto, ele repetiu
diversas vezes que a maioria dos recursos são empréstimos de bancos públicos e
não darão despesa ao GDF. “O dinheiro para investimentos não pode ser usado
para salários, são fontes diferentes. Além disso, a maior parte dos recursos
vêm do governo federal, de bancos públicos e do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID)”, explicou.
Entre as
obras, muitas foram iniciadas pela gestão passada e agora serão retomadas, como
intervenções na saída norte da cidade que visam aliviar o congestionamento da
região. Outras são promessas de campanha que Rollemberg pretende tirar do
papel. A expansão da linha e a construção de cinco novas estações do Metrô, por
exemplo, sempre eram faladas nos discursos do então candidato, no ano passado.
É o mesmo caso de restaurações de centros culturais.
Melhorias
na infraestrutura de várias cidades também estão previstas. Drenagem e
pavimentação em todo o Sol Nascente, que já foram iniciadas, podem ser um dos
marcos do mandato de Rollemberg, como analisa ele. “Vai mudar a vida de muita
gente”, acredita. Pensado pelo socialista quando esteve à frente da Secretaria
de Turismo no governo de Cristovam Buarque, nos anos 1990, o Projeto Orla será
retomado. Três pontos às margens do Lago Paranoá serão revitalizados: o
Piscinão do Lago Norte, o Calçadão da Ponta das Garças e a Concha Acústica.
As principais obras
Cultura
Restauração
de três centros culturais de Brasília: Espaço Renato Russo, Museu de Arte de
Brasília e Centro de Dança do DF. Ao todo, as três obras custarão R$ 13,8
milhões e serão financiadas pelo GDF.
Projeto Orla
Revitalização
de três pontos à beira do Lago Paranoá: o piscinão do Lago Norte, o calçadão da
Ponta das Garças e a Concha Acústica. As intervenções nas duas últimas estão
orçadas em R$ 18,4 milhões, a serem desembolsados pelo GDF. A primeira ainda
não foi estimada.
Novo bloco do Hospital da Criança
A
estrutura terá 202 leitos, sendo 38 de UTI pediátrica, cinco salas de cirurgia,
laboratório especializado, anatomia patológica, centro de ensino e pesquisa,
entre outros. Custará
R$
100 milhões: R$ 82 milhões a serem arcados pelo governo local e o restante pela
Organização Mundial da Família (WFO).
Drenagem e pavimentação
Estão
previstas obras dessa natureza em diversas cidades: Sobradinho II, os três
trechos do Sol Nascente, Vicente Pires e Santa Maria, além de serviços de
infraestrutura interna e externa no Paranoá Parque. Os recursos têm origem
variada.
Terminal rodoviário
Construção
de oito terminais rodoviários e conclusão e reforma de outros nove. Alguns,
como o de Sobradinho II, serão inaugurados ainda este ano. As obras sairão por
R$ 112 milhões: R$ 41 milhões originários do GDF e R$ 71 milhões do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Escolas técnicas
Construção
de centros de educação profissionalizante em Brazlândia, Paranoá e Guará. Todas
as obras são bancadas pelo governo federal e sairão por R$ 35,1 milhões.
Prisão
Quatro
novos centros de detenção provisória (CDP) e a ampliação do atual, além de
melhorias na Penitenciária Feminina. Ao todo, as intervenções custarão R$ 133,4
milhões: R$ 94,9 milhões da Caixa Econômica Federal e R$ 44,5 milhões do GDF.
Túnel
Construção
do túnel rodoviário de Taguatinga, promessa antiga de governantes brasilienses
para a solução do trânsito na região. Custará R$ 273 milhões: R$ 259 milhões da
Caixa Econômica Federal e R$ 14 milhões do GDF.
Viaduto Sudoeste
Está
previsto um viaduto de ligação do Sudoeste com o Parque da Cidade, outra obra
que visa aliviar o trânsito. Custo: R$ 20,6 milhões, sendo R$ 3,7 milhões
originários do GDF e o restante da Caixa Econômica Federal.
Metrô
Expansão
da linha e construção de cinco estações: duas em Ceilândia, duas em Samambaia e
uma na Asa Norte. R$ 630 milhões ao todo (R$ 560 milhões da Caixa Econômica e
R$ 70 milhões do governo local).
Fonte: Por Matheus
Teixeira, Correio Braziliense com foto de Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press