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#CORRUPÇÃO » CPI quer ouvir investigado

Reck é suspeito de ter direcionado a escolha de duas empresas que operam atualmente no Distrito Federal

Sacha Reck, envolvido em fraudes na licitação do transporte público no DF, estaria ligado também a desvios de recursos do Ministério do Planejamento, sob investigação na Operação Lava-Jato. O escritório dele teria sido usado no esquema de Milton Pascowith

O relator e o presidente da CPI do Transporte, Raimundo Ribeiro (PSDB) e Bispo Renato (PR), respectivamente, querem ouvir o depoimento do advogado Sacha Reck, que participou como consultor da lictiação para o transporte público do DF, em 2012, e está sob investigação na Operação Lava-Jato. O depoimento deve ocorrer no fim dos trabalhos da investigação na Câmara Legislativa. Ainda não tem data para ocorrer, mas é considerado fundamental pelos deputados que integram a CPI.

O escritório de advogados Sacha Reck e Guilherme Gonçalves está envolvido no maior escândalo nacional de corrupção dos últimos anos. Na 18ª fase da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no endereço que funciona a banca de advogados. Reck estaria diretamente ligado ao esquema de desvio de recursos do Ministério do Planejamento, que pode ter causado prejuízo de R$ 52 milhões aos cofres públicos. Ele seria um dos responsáveis por lavar o dinheiro sujo dos desvios.

Os operadores do esquema seriam o ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano e Milton Pascowith, supostamente beneficiados com repasses de R$ 37 milhões e R$ 15 milhões, respectivamente. A origem da verba seria a Consist, empresa que recebia cerca de R$ 3,5 milhões mensais do Planejamento para fazer a gestão de concessões de empréstimos consignados a servidores públicos — ontem, os banco privados suspenderam esse tipo de transação por causa das suspeitas. O funcionamento do esquema foi revelado por Pascowith, um dos delatores da Lava-Jato.

O escritório de Reck era usado para lavar o dinheiro. As apurações identificaram repasses de mais de R$ 5 milhões da Consist ao escritório do advogado. A empresa afirmava que os pagamentos eram relativos a “honorários advocatícios”. Não foi constatado, porém, nenhum tipo de serviço prestado. A PF suspeita que o dinheiro repassado a Reck se referem a uma parcela dos R$ 37 milhões que passaram pela mão de Romano, responsável por distribuir a quantia a agentes políticos.

CPI
Na licitação de R$ 7,8 bilhões que renovou a frota de ônibus do Distrito Federal, em 2012, Sacha Reck é acusado de ser um dos mentores do esquema. Ele foi contratado pela Secretaria de Transporte por meio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para prestar consultoria jurídica da concorrência. Enquanto isso, também era representante de duas companhias vencedoras do certame. Por isso, diz-se que o edital da licitação, que o advogado ajudou a redigir, teria sido direcionado às companhias que o advogado também prestava serviço.

Além da licitação realizada no Distrito Federal, Reck prestou consultoria no certame de Guarapuava (PR). O Ministério Público do Paraná ajuizou ação contra o advogado e apontou irregularidades na concorrência pública daquele município, que culminou com a contratação da empresa Transportes Pérola do Oeste Ltda. “Ora, se a Logitrans (de propriedade do pai de Reck) é uma das autoras do estudo que embasa o projeto básico, não poderia participar da licitação a pessoa jurídica que conta, como um de seus representantes, o filho e o irmão dos sócios da referida empresa. Há regra expressa indicando que aqueles que participam de trabalhos prévios à realização do certame licitatório não podem participar da licitação”, alegou o MP. O Correio não localizou Sacha Reck nem a empresa Consist.


Fonte: Matheus Teixeira – Correio Braziliense – Fotos: Google

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