Barco foi apreendido por estar em área irregular e conter material de pesca
Após cinco dias sem operações de retirada de
cercas, agentes do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e da Agência de
Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) retomaram, ontem, as ações em áreas
irregulares no Lago Sul. Duas residências da QL 12 foram visitadas. Ao chegarem
para trabalhar, os fiscais tiveram também uma surpresa: depararam-se com um
buraco feito na grade de entrada do Parque Península Sul. Segundo moradores,
visitantes usaram a abertura irregular para promover uma festa no lago.
Pela manhã, as grades de uma casa, no Conjunto 16, acabaram retiradas com o
auxílio de um trator. No terreno em espaço público, um píer tinha sido
construído. À tarde, as equipes retornaram ao Conjunto 7, que foi visitado no
início das operações, há 10 dias. Na época, algumas casas ficaram sem vistoria
por não terem recebido a notificação a tempo. Porém, o prazo expirou e os
agentes puderam retirar as cercas. Na residência fiscalizada, os agentes
avaliaram que parte do terreno se encontrava na Área de Proteção de Permanente,
além de ocupar espaço da poligonal do parque. Assim, a nova grade terá de ficar
a 60m da margem.
Agentes encontraram também outra irregularidade no local: um pequeno barco foi
apreendido por conter aparatos de pesca. Segundo um agente do Ibram presente na
ação, o fato de o barco conter esse tipo de equipamento e se encontrar em uma
área de proteção permanente, onde é proibido pescar, configura crime ambiental.
A embarcação foi levada para o pátio da instituição e o proprietário responderá
pelo crime judicialmente.
Invasores não se intimidaram com o cercamento do Parque da Península Sul, na QL
12, e invadiram a orla na segunda-feira, 7 de setembro. A entrada do local está
fechada pelo Ibram enquanto as ações ocorrem no local, uma vez que ainda não há
condições plenas de segurança para os usuários. “Várias pessoas trouxeram
comida e bebida e deixaram um rastro de lixo no parque”, denunciou o vigilante
Gil Rodrigues.
Segundo informação do superintendente de Educação Ambiental do Ibram, Luiz
Rios, que esteve na área durante o fim de semana, 12 pessoas invadiram o local.
No momento, a equipe do órgão estava próxima ao Morro da Asa Delta. Ao chegarem
ao Parque da Península, constataram que as pessoas cortaram as fitas de
interdição e quebraram duas barras da grade. Os agentes conseguiram retirar os
invasores, convencendo-os da necessidade da proibição da entrada para a
conclusão dos trabalhos e para a própria segurança deles.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social do Distrito Federal
afirmou que a Polícia Militar tem um plano de ação para intensificar as rondas
na área desocupada da orla do Lago.
Fonte: João Gabriel Amador - Especial
para o Correio Braziliense – Foto: Rodrigo Nunes/CB/D.A.Press