A crise estrutural e financeira por que passa a
Escola de Música de Brasília sensibilizou os deputados federais. Uma
mobilização da bancada do Distrito Federal em defesa da EMB foi proposta pelo
deputado Izalci Lucas (PSDB), que se reuniu com o secretário de Educação, Júlio
Gregório, para discutir os problemas da instituição. Com o objetivo de cobrar a
atenção do governador Rodrigo Rollemberg para a tradicional instituição,
apoiadores da escola organizaram abaixo-assinado na internet. O documento
intitulado “É preciso salvar e preservar a Escola de Música de Brasília” está
há cerca de duas semanas no meio virtual. Até o fechamento desta edição, o
número de adesão à campanha contava com 4.058 assinaturas.
A falta de verba para a manutenção dos
instrumentos, as precárias condições das instalações físicas do local, a falta
de pessoal e a questão da enturmação — juntar alunos de níveis diferentes na
mesma turma — estão entre os principais problemas apontados pelos frequentadores.
De acordo com Izalci, o principal objetivo da mobilização parlamentar é incluir
no orçamento investimentos para reforma do espaço e compra de novos
instrumentos. “Eu acompanho a situação da Escola de Música desde a gestão
passada, e a demanda por reforma é antiga. A posição do secretário de Educação
durante a audiência foi favorável às mudanças, mas ainda está em fase de
estudo”, afirma.
Com 50 anos de história e reputação de formar
musicistas e músicos de excelência, a instituição amarga o sucateamento. “Vou
levar à reunião da bancada a questão da reforma, mas estamos preocupados também
em manter o padrão reconhecido internacionalmente. Nenhuma mudança no método
pedagógico, que é amplamente reconhecido e utilizado pela EMB, pode ser implementada
sem discussão com a comunidade musical. A instituição não pode receber o
tratamento de uma escola profissionalizante comum”, argumenta Izalci.
Esforço
conjunto
A empresária Núbia Teixeira, 37 anos, tem uma filha
de 9 anos no terceiro semestre de musicalização. Ela reclama das dificuldades
da instituição e destaca a falta de pessoal, mas reforça a excelência do
ensino. Na turma da filha dela, tiveram que fazer a enturmação. Ainda assim,
ela elogia o empenho dos professores. “Eles são comprometidos com o ensino.”
Núbia mora em Águas Claras e, duas vezes por semana, sai cedo de casa e passa a
manhã na EMB para que a filha estude. “É um sacrifício que vale a pena. O
investimento é válido, porque a escola é muito boa”, afirma.
Participe - Assine o abaixo-assinado
Fonte: Nathália Cardim – Correio Braziliense –
Foto/Ilustração: Blog-Google