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CARLOS CHAGAS: RESPONSABILIDADE DE DILMA E DE CUNHA

Beijinho, beijinho e tchau, tchau

Por:  Carlos Chagas
Faltam à Câmara votos suficientes para promover o impeachment da presidente Dilma. Não se encontrarão 342 deputados dispostos a afastar Madame, a menos que surjam fatos novos ou inusitados capazes de envolvê-la pessoalmente. Seu mandato está garantido. Sua rejeição pela imensa maioria da população pode não ser um detalhe, já que é uma sentença passada por tribunal irrevogável, mas como não se dispõe a renunciar, ficam as coisas como estão. Sem duvida, para vergonha de todos.
Da mesma forma, nada indica que o deputado Eduardo Cunha esteja pensando em saltar de banda. Seu mandato de deputado se completará em 2018, antes que o Supremo Tribunal Federal venha a julgá-lo. Continuará presidente da Câmara até que se esgote, ano que vem, seu período na direção dos trabalhos. Suas contas bancárias na Suíça dificilmente serão alteradas, mas se forem, nem por isso lhe farão falta.
O máximo a acontecer com os dois será a impossibilidade de aparecerem de público sem evitar a explicita repulsa popular. Viverão anos de tormenta, mas, como o jacaré, valendo-se de couro grosso para nadar de costas em rio de piranha. Há quem preveja sorte igual para o presidente do Senado, Renan Calheiros, completando-se a dicotomia entre os poderes da União. Sobrará o Judiciário, do outro lado da Praça dos Três Poderes, ainda que entregue às suas regras e a seu ritmo singular.
HÁ DOIS BRASIS
A conclusão, salvo melhor juízo ou surpresas do inesperado, é pela existência dos dois Brasis de sempre: o deles e o nosso. O Real e o Formal. Este, encenando a farsa de uma República de Fantasia; aquele, sem esperança de sobreviver à tragédia senão pelo uso das próprias forças, hoje dispersas e até conflitantes. Integram dois planos que não se tocam, duas paralelas que nem no infinito se encontrarão.
Engana-se quem supuser que as eleições, tanto as municipais quanto as nacionais, servirão para promover a unidade nacional. Faz tempo que se disputa apenas o poder, mesmo fatiado e esfrangalhado. Dilma e Cunha, é claro, são responsáveis pela débâcle, como tantos no passado. E quantos, no futuro? Incompetência e corrupção costumam conviver, mas dessa vez ultrapassaram todos os limites. Uma presidente que não preside, um deputado que enriquece através de métodos singulares, ambos oferecem triste   espetáculo à nação.
Virou sonho de noite de verão aguardar a integração entre o Brasil Real e o Brasil Formal, cada vez mais distantes. Imaginou-se o PT como ponte entre as duas abstrações, mas os companheiros despencaram.

CHARGE DO ALPINO





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