O Palácio do Buriti serviu de palco para o encontro com a
bancada do DF: abertura para deputados e senadores
Governador Rodrigo Rollemberg reuniu-se com deputados e
senadores do DF para pedir ajuda e aceitou ideia de se criar comissão
independente para analisar as contas públicas. Com professores, socialista não
fala de reajuste, mas promete manter benefícios
Depois de receber críticas de parlamentares e até de aliados,
o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) se reuniu ontem com deputados e senadores
do Distrito Federal para debater uma saída para a greve. Seis dos 11
integrantes da bancada participaram do encontro, realizado no Palácio do
Buriti. Durante a reunião, os parlamentares voltaram a condenar a atuação da
Polícia Militar no embate com os professores e se ofereceram para mediar uma
solução para o conflito com os servidores grevistas. Integrantes do governo
farão esta semana uma nova apresentação técnica sobre a situação das contas
públicas do GDF para tentar convencer os parlamentares sobre a gravidade da
crise financeira.
No encontro, Rodrigo Rollemberg reconheceu que precisa
aumentar a interlocução com os parlamentares e se comprometeu a ouvir mais os
representantes do Distrito Federal. O senador Cristovam Buarque (PDT), que na
semana passada fez duras críticas ao governador, participou do encontro e saiu
satisfeito. Rollemberg comprometeu-se a executar uma sugestão de Cristovam a
fim de criar a Comissão da Verdade Fiscal. A ideia do senador é formar um grupo
de especialistas sem vinculação com o governo para fazer uma análise das contas
públicas e do rombo. “A população tem que entender se realmente falta dinheiro
ou não para pagar esses reajustes, que foram concedidos de forma irresponsável
pelo ex-governador Agnelo Queiroz (PT). De qualquer forma, os sindicatos têm o
direito de lutar por esse aumento”, comentou o senador.
O deputado federal Rogério Rosso (PSD) defendeu a mobilização
de todos os representantes da bancada do DF. “O mais importante agora é essa
união da classe política para encontrar uma solução de curtíssimo prazo. Todos
se colocaram à disposição para contribuir e ajudar na busca por um consenso”,
contou o parlamentar. O federal Ronaldo Fonseca (Pros) foi mais crítico e
reclamou da posição do GDF. “Eu não acredito que não haja dinheiro para pagar
os reajustes. O governo até agora não conseguiu comprovar isso. O Rollemberg
nem queria saber da gente, ele ignorou a classe política. Só fomos trazidos à
interlocução por exigência dos sindicatos”, afirmou.
Também participaram do encontro os deputados Augusto Carvalho
(SD), Érika Kokay (PT) e Rôney Nemer (PMDB). Entre os senadores, só Cristovam
compareceu. Hélio José (PSD) estava viajando e mandou um representante para a
reunião. Já Reguffe (PDT) não participou da conversa porque passou mal de
manhã, mas entrou em contato com Rollemberg e se comprometeu a ajudar no
diálogo.
Negociação
A diretora do Sindicato dos Professores Rosilene Corrêa
acredita que a participação dos parlamentares do DF pode ajudar na negociação.
“Em 2012, a bancada do DF criou uma comissão, que teve o apoio de entidades
como a UnB, a OAB e a CNBB. Esse grupo nos ajudou na negociação que resultou no
fim da greve”, explica Rosilene. No fim da manhã, representantes do sindicato
se reuniram com o governador. Ele se comprometeu a manter benefícios da
categoria, como o pagamento da licença-prêmio, a manutenção da jornada ampliada
e o repasse de auxílios a professores temporários. “Só não houve avanços quanto
à nossa principal reivindicação, que é o cumprimento da lei que nos garantiu o
reajuste”, acrescentou Rosilene.
Rodrigo Rollemberg, mais uma vez, colocou as contas do GDF à
disposição dos sindicatos. “Não podemos assumir compromissos que não poderemos
cumprir no futuro. Estamos discutindo questões específicas com cada categoria
que possam melhorar as condições de trabalho. As questões são tratadas ponto a
ponto para garantir segurança às categorias e elas possam retomar os serviços.
Quem sai prejudicado com a greve é o conjunto da população”, comentou
Rollemberg.
Fonte: Helena Mader – Foto: Tony Winston/Agência Brasília -
Correio Braziliense