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Denise Rothenburg (Análise da semana): A dieta detox da corrupção

Dilma na Cop 21 e o Brasil na sua dieta “detox”
O Brasil está como aquele cidadão que comeu de tudo e bebeu todas por muitos anos. Agora, vem a fase “detox”. Estamos no detox da corrução há mais de um ano e tudo indica que ficaremos assim por um bom tempo, com os enroscados na Lava Jato tentanto burlar a dieta, ou seja, as investigações e a s punições. Essa semana, tem conselho de Ética da Câmara, dedicado ao caso Eduardo Cunha. No Conselho de Ética do Senado, representação contra Delcídio do Amaral. Teremos ainda desdobramentos da delação premiada de Nestor Cerveró e de Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, essa, aliás, está tirando o sono de muitos politicos em Brasília. Em meio a tudo isso, governo tentará votar a reduçãod a meta fiscal, o PLN 05, para tentar aliviar um pouco a vida de Dilma Rousseff, até aqui “calada, caladinha”, sobre a prisão de Delcídio. Diante disso, ela só terá um alívio se Eduardo Cunha não colocar o pedido de impeachmet em tramitação esta semana. E, pelo que tem informado a seus aliados, ele vai colocar, ainda que esteja sob o foco do desgaste e das denúncias e cada vez mais enroscado.

Cunha, o foco desse início de semana
O país amanheceu nesta segunda-feira sob o impacto do papel encontrado na casa do assessor de Delcídio, onde está dito que Eduardo Cunha recebera R$ 45 mihões por ajudar o BTG Pactual numa Medida Provisória. Cunha considerou isso “um absurdo”. No twitter disse parecer “armação”, mas enquanto as investigações prosseguem, ele se afunda mais um pouco, uma vez que o conjunto da obra pode impedir que as manobras em curso pelos aliados dele tenham sucesso no Conselho de Ética.

Para completar, ainda teve a pesquisa Datafolha que mediu o humor do brasileiro. A pesquisa mostra que oito em cada dez eleitores querem a cassação do mandato do presidente da Câmara por quebra de decoro. Quem decide, entretanto, são as nobres excelências que, ontem tentavam buscar uma saída alternativa à cassação, como, por exemplo, a suspensão do mandato.

Cunha, por sua vez, tem forçado seus aliados a derrotar o processo no nascedouro, ou seja, não permitam a aprovação do parecer de Fausto Pinato que se ateve apenas aos indícios de quebra de decoro. Ou seja, se aprovado esse parecer, a investigação começa. Eduardo, entretanto, prefere que a investigacão termine aí. Até os aliados consideram difícil não prosseguir com as investigações. Portanto, a tendência é o Conselho apreciar o mérito da denúncia e não matar o caso na admissibilidade, como deseja Eduardo Cunha.

Acuado, o presidente da Câmara ameaça colocar a prsidente Dilma na berlinda, fazendo tramitar o processo de impeachment. Esse tema vai e vem, de acordo com o balançar do bote de Cunha, mas agora, que o mar agitou de vez com a prisão de Delcidio do Amaral, o impeachment voltou à pauta. E desta vez com um alento para o governo: a OAB considerou que as pedaladas de 2014 não são motivo para tirar o mandato de Dilma. Restam as de 2015,que o governo tenta contornar revendo metas e ajeitando as contas.
Enquanto isso, no Senado…
Amanhã, a Rede entra com uma representação contra Delcídio do Amaral. Diante da gravidade do caso, os senadores não têm como segurar o processo. Delcídio, abandonado, deve entregar os demais.
…e no Congresso, de maneira geral
É tanta tensão com os desdobramentos da Lava Jato chegando aos parlamentares, que eles dificilmente terão clima para votar os projetos que o governo precisa, especialmente, o PLN 05, com a revisão da meta fiscal. Hoje vence o prazo para editar o decreto de programação financeira de 2015 e, sem a revisão da meta, restam os cortes, já anunciados na sexta-feira, da ordem de R$ 10 bilhões.
E na vida do cidadão comum…
… Prosseguem as agonias. No rastro do rompimento das barragens da mineradora Samarco vêm toda uma falta de planejamento e prevenção. Vamos ver a agilidade da empresa agora em esvaziar o reservatório da barragem que apresenta risco de vazamento.
Enquanto Minas e o Espírito Santo tentam limpar a lama, as autoridades sanitárias montam uma caçada aos mosquitos, apresentados como os vetores da onda de microcefalia que ameaça o futuro de milhares de crianças. A proliferação dos insetos e das doenças, aliás, é mais um reflexo da falta de ações públicas e recursos para atendimento à população.
Dilma em Paris
A presidente permanece em Paris, onde chegou no último sábado, pra a conferência de cúpula do clima, a COP 21. Só deve retornar ao Planalto na quarta-feira. Por aqui, os líderes do governo que restam tentam colocar em pauta a mudança da meta fiscal, já mencionada acima, e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. A oposição tenta evitar o recesso, mas o governo o deseja, assim como todos os políticos enroscado na Lava Jato. Veremos quem vai ganhar essa queda de braço.

(*)Denise Rothenburg -Jornalista- colunista- repórter - Correio Braziliense - Foto/Ilustração: Blog - Google

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