A torcida do Botafogo será a primeira a invadir o
Mané Garrincha na rodada dupla do fim de semana. Chance de título na Série B
deixa ingresso caro
Ver o time do coração de pertinho no Mané Garrincha
pode ser até 14 vezes mais caro do que o cobrado pelo seu clube nas exibições
em casa. Vendas de mando de campo inflacionam bilhetes do Botafogo e do
Flamengo
O ingresso para assistir ao time do coração em
Brasília pode sair até 14 vezes mais caro do que adquirir o bilhete para vê-lo
jogar na cidade sede do clube. Prova disso é o preço cobrado para prestigiar o
possível jogo do título do Botafogo na Série B, amanhã, contra o ABC-RN, no
Mané Garrincha. No primeiro turno, o tíquete para a mesma partida, válida pela
18ª rodada, chegou a custar R$ 5 (meia) no Estádio Nilton Santos. O torcedor
ficava atrás dos gols. Amanhã, mesmo com o desconto de 50% a estudantes e idosos,
o acesso à arena da capital do país custará pelo menos R$ 70. A “inflação” para
os rubro-negros é nenor. Para dar uma força a Guerrero & Cia. no
domingo, diante da Ponte Preta, pela Série A, os flamenguistas pagarão 2,5
vezes mais do que seria no Maracanã.
Promotor
de ABC x Botafogo, o ex-jogador Roni comprou o mando de campo do time potiguar.
Apesar do preço diferenciado em relação ao cobrado no Rio, e até mesmo em
Natal, ele argumenta. “O torcedor é passional. Ele vai economizar em outra
coisa para ir ao jogo, porque não sabe quando terá a chance de ver isso de
novo.”
Neste
caso, a oportunidade de presenciar o time carioca sagrar-se campeão da Série B
inflacionou os preços em relação à primeira atuação da equipe nesta temporada
no Mané Garrincha, em maio, contra o Atlético-GO. Ainda assim, no duelo válido
pelo primeiro turno, o menor investimento do torcedor foi de R$ 60.
Considerando
proporcionalmente a quantidade de entradas vendidas pelos preços cobrados, o
Botafogo arrecadou R$ 26, em média, por ingresso durante a campanha na Série B.
Contra o Atlético-GO, no Mané Garrincha, o valor médio pago por bilhete subiu
para R$ 47. Os números apontam que os botafoguenses residentes no Rio pagaram
25% menos do que os alvinegros que prestigiaram a equipe na capital federal.
Para se ter uma ideia, a média mais alta do time atuando em território carioca
pela categoria de acesso foi de R$ 34, diante do Santa Cruz.
Ironicamente,
o valor mais barato cobrado pelo Glorioso ao longo da Série B foi justamente
contra o ABC, no primeiro turno. No Nilton Santos, os torcedores pagaram R$ 11,
em média, por bilhete. Mandante da partida de amanhã, o ABC cobra preços
alarmantes, se comparado ao de costume no Rio Grande do Norte. A meia-entrada
contra o Botafogo, em Brasília, equivale ao ingresso mais caro cobrado pela
equipe potiguar Natal: R$ 70.
Flamengo
Ao
contrário da primeira passagem pela capital neste Brasileirão — em que chegou
embalado pela sequência de vitórias e lotou o estádio com 67 mil pessoas —, o
rubro-negro enfrentará a Ponte Preta com chance remota de entrar no G-4. Ainda
assim, os preços para ver a equipe são os mesmos da partida contra o Coritiba:
variam de R$ 50 a R$ 200.
Na última
passagem pelo Mané, o Flamengo cobrou R$ 59 em média pelo ingresso. No
Maracanã, o bilhete mais acessível sai pela metade do preço comercializado em
Brasília. Isso ocorre também devido à escassez de divisões dentro do Mané
Garrincha. Além de arquibancadas superior e inferior, o Maracanã conta com
setores norte, sul (atrás dos gols), leste e oeste (nas laterais do campo).
PIB é
argumento
Promotor
de ABC x Botafogo, o ex-jogador Roni trouxe três jogos para o Mané Garrincha
neste ano, incluindo ABC x Botafogo. Entre os atrativos para tornar o negócio
rentável, ele aponta a renda da cidade. “É a capital do país, que sabemos ter
um poder aquisitivo melhor do que em relação a outros lugares e contar com
muitos torcedores do Rio”, explica. O empresário justifica que os altos
preços dos ingressos são em função dos custos para trazer uma partida que,
originalmente, seria realizada na cidade sede do clube. “São muitos impostos e
temos de arcar com cachê e viagem dos clubes, borderô”, argumenta. Neste ano,
porém, o GDF diminuiu a taxa de 15% para, no mínimo, 8%.
Desembarques
Na
ansiedade de comemorar com os torcedores brasilienses a ascensão para a Série A
e uma possível conquista do título da Série B, o Botafogo trará ao DF a Taça
Brasil de 1968. Botafoguenses terão acesso ao troféu e a curiosidades da
conquista amanhã, das 18h às 20h, no Só Drink’s, na 403 Norte. Hoje, logo após
a chegada do time a Brasília, o atacante Luis Henrique distribuirá autógrafos
na Loja Oficial do Botafogo, na 308 Sul, entre as 19h e 19h30. O acesso
será gratuito.
No domingo, o Fla pisa no Mané para enfrentar a Ponte Preta às 18h. Os
jogadores desembarcam no Aeroporto Juscelino Kubitscheck amanhã, às 14h50.
Por: Maíra Nunes – Foto: Carlos
Moura – CB/D.A.Press – Correio Braziliense