Torna-se conhecido pelos leigos, na área da
botânica, um personagem que faz renovar as esperanças de quase todos os estados
brasileiros: a crotalária. Devido à ameaça sob a qual estamos sujeitos, ou
seja, seremos abatidos implacavelmente por um ser aparentemente insignificante
e frágil, mas que se agiganta ameaçador: o aedes aegypti. Tudo se torna pior
quando sabemos que ainda não há uma vacina que evite o ataque das doenças
trazidas pelo mosquito.
Elas são
comprovadamente causadas e pela falta de cuidados, higiene e limpeza de
quintais, áreas e depósitos de tudo o que se possa imaginar. Mesmo esclarecida
sobre a gravidade das consequências nefastas para a saúde de adultos e
crianças, a população parecia não se conscientizar e, infelizmente,
possibilitar ainda a proliferação desses insetos vetores, agora não só da mais
conhecida dengue, como também da chikungunya e do vírus zika, causador da
microcefalia em bebês.
De origem
indiana, muito usada na recuperação do solo, eis que a natureza se torna uma
grande aliada da população, ainda mais através de uma linda folhagem, que
produz flores tão bonitas e sedutoras, que atraem outro inseto tão delicado, a
libélula. Valente e destemida, é predadora natural do malvado aedes aegypti.
Sabemos
que, em várias cidades brasileiras, já existe o plantio sistemático das
sementes da crotalária para serem distribuídas à população que, tendo-as em
casa, terão uma verdadeira arma contra esse terrível algoz, que tem causado
tanta tristeza e apreensão nos últimos tempos. Ainda mais animador é saber que
a libélula é capaz de eliminar o aedes aegypti não só enquanto larva, como
também na fase adulta. Num verdadeiro fenômeno da natureza, a larva da
libélula, resultado das posturas em água limpa, como o aedes, “se alimenta da
larva do mosquito e a libélula adulta se alimenta também do mosquito adulto”,
afirma o engenheiro agrônomo Claudio Gotardo.
Por isso,
achamos que, depois de notícia tão auspiciosa, todas as prefeituras, de todos
os estados do Brasil e também nós brasilienses, possamos contar com o cultivo
intenso e contínuo da crotalária, com distribuição de mudas e sementes à
população formando, assim, uma poderosa corrente em defesa, principalmente, das
grávidas e dos bebês, novas vítimas desse terrível mosquito.
Cidade
com tantos e tantos canteiros centrais em toda a extensão do Distrito Federal,
mais os das entre quadras das W3 Sul e Norte, sempre mal-cuidados e cheios de
mato, sugiro que a planta seja semeada em cada um deles. Além de ficarem
lindos, com seus arbustos verdes e suas flores amarelas que parecem orquídeas,
teremos o orgulho de exibir “lavouras” de flores amarelas e proteger, de forma
real e palpável, toda a população dessa terrível doença.
Que
saibamos aproveitar essa dádiva da natureza.
Por:
Jane Godoy – Coluna 360 Graus – Correio Braziliense