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À QUEIMA-ROUPA: Georges Michel Presidente regional do PDT

Georges Michel
Presidente regional do PDT


O PDT já dá como favas contadas a saída dos senadores Cristovam Buarque e José Antônio Reguffe do partido?
O partido não trata assim. São duas lideranças nacionais e do Distrito Federal. O partido lamentaria se saíssem dos seus quadros. O PDT os recebeu muito bem, sempre os tratou com respeito e não vejo razão para que nos deixem.

Eles dizem que são contrários ao apoio que o PDT mantém em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff, ainda mais agora que o diretório nacional fechou questão contra o impeachment…
Mas eles precisam discutir isso dentro do partido. Só discutem pela imprensa. Queremos conversar com eles, para ver as dificuldades e buscar soluções. Mas o debate é travado sempre pela imprensa.

O PDT vai ficar muito enfraquecido sem os dois campeões de voto?
Não acho. Isso já aconteceu aqui no Distrito Federal, com a saída do ministro Maurício Corrêa. O PDT tinha cinco deputados distritais e Maurício Corrêa era senador e ministro da Justiça. Ele era a favor da privatização da Vale do Rio Doce contra a posição do Brizola. Acabou migrando para o PSDB. Na eleição seguinte, apenas um dos distritais, Benício Tavares, se reelegeu. Maurício Corrêa nem conseguiu ser candidato.

Da sua parte, há alguma possibilidade de seguir os passos de Cristovam e de Reguffe e mudar de partido?
Eu? De jeito nenhum. Sou fundador do PDT, tenho uma história de lutas. Fui exilado, preso, torturado na ditadura militar. Tenho compromisso com a democracia. Por isso, sou contra o golpe e contra o impeachment da presidente Dilma.

O senador Cristovam Buarque demonstra vontade de concorrer novamente à Presidência da República. Sem espaço para essa pretensão no PDT, ele não estaria buscando uma outra legenda para conquistar esse objetivo?
Cristovam quer sair, mas não acho que seja esse o motivo. Vi uma entrevista dele à BBC, em que ele fala que, na idade dele, não teria pretensão de ser candidato à Presidência. Mas ele precisa dizer que quer. Por que não diz isso dentro do partido?

Reguffe já comunicou que tem intenção de sair?
Reguffe não participa de reuniões do PDT há muito tempo. A última vez  foi antes de ser eleito. Ele também nunca nos comunicou nada. Vejo pela imprensa.

A presidente Celina Leão é a favor do impeachment da presidente Dilma. Essa posição provoca algum conflito diante da posição tomada na última sexta-feira pelo diretório nacional do PDT contra o fim do mandato da presidente?
Celina é uma filiada importante, militante. Ela nunca comunicou ao partido sobre essa posição. Mas, se pensa assim, vamos sentar e conversar. O PDT é um partido democrático. Não impõe nada a seus militantes. Se algum deputado federal quiser votar a favor do impeachmet, nada lhe será imposto. Mas vai sofrer um processo interno.

Mas isso não seria impor uma posição?
Imposição seria uma expulsão imediata, sem chance de defesa.

O que o levou a deixar a Secretaria do Trabalho do governo Rollemberg?
Pedi a minha exoneração porque não concordei em ver a revogação pelo governador Rollemberg da concessão do terreno do Memorial João Goulart. Ele foi um líder para nós e esse memorial é uma bandeira do nosso partido. Tínhamos o terreno e nos foi retirada a concessão. Não concordei em permanecer num governo que tinha cometido esse ato.

Foi uma traição?
Não foi uma traição. Foi um equívoco. Ele não é filiado ao PDT. Tanto que ainda apoiamos o governo dele.

Acha que o governo do DF vai bem?
O governador Rodrigo Rollemberg está tentando acertar e tenho a convicção de que vai acertar. Um bom exemplo é o trabalho do nosso companheiro Joe Valle, na Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.

O partido apoia a emenda da reeleição que vai possibilitar um segundo mandato de Celina Leão à frente da Câmara Legislativa?
O partido não fechou posição, mas eu, como presidente do PDT, sou a favor da aprovação da emenda da reeleição e de um novo mandato para a Celina.




Por: Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Correio Braziliense -Foto: Pedro França – Agência Senado -



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