Ausente nas convenções do diretório nacional do PDT, para onde migrou em
2005, após se desfiliar do PT, o senador Cristovam Buarque (DF) rebateu, ontem,
as insinuações de despedida do presidente nacional da legenda, Carlos Lupi.
“Ele era bonito até quando pulou a cerca ao sentir um cheiro de um ministério”,
criticou. Na primeira cerimônia do partido, Lupi afirmou que “partido político
é que nem igreja, a porta é aberta”, esclarecendo que os filiados são livres
para entrarem e saírem quando desejarem. “Não exigimos atestados de bons
antecedentes a ninguém que entra, nem fechamos a porta pra quem quiser sair.
Disse e repito: siga seu caminho ‘que eu quero passar com a minha dor’, como
diria o poeta Nelson Cavaquinho”, ironizou Lupi.
Representando
o Brasil num evento sobre educação no Senado do Chile, o senador voltou a
criticar o posicionamento do partido de apoiar o atual governo. “Quando entrei
no PDT, em 2005, entrei porque era um partido de oposição. Lupi (à época) deu
declarações chamando o Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) de
corrupção. Em 2006, fui candidato a presidente e o PDT representava uma
alternativa ao governo do PT. Só que, depois da campanha de 2006, Lupi
imediatamente passou a considerar Lula”, afirmou Cristovam ao Correio, por telefone,
do Chile. Após algumas tentativas de conseguir completar a ligação, devido a
interferências, o senador alfinetou: “É o poder do Lupi, que controla o
Ministério das Comunicações”, ironizou.
Por: Naira Trindade – Correio Braziliense – Foto:
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