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#ENTREVISTA: RODRIGO ROLLEMBERG » "Não somos nós que estamos dividindo o país" ("Até aqui, ninguém apresentou uma proposta melhor)

"Até aqui, ninguém apresentou uma proposta melhor. Os especialistas em segurança pública que eu tenho ouvido dizem que não existe outra alternativa"

"Governador explica que a grade cortando a Esplanada foi a melhor forma encontrada para evitar confusões graves durante a semana"

Como o GDF chegou a esse modelo?
Desde o início, nós dissemos que, no dia da votação do impeachment, nós não tínhamos como liberar apenas um grupo. Seria injusto. E que nós teríamos que montar alternativas que garantissem a segurança dos manifestantes. Isso foi debatido com a área de segurança pública, sempre me consultando e eu concordando, sempre privilegiando o aspecto técnico e a segurança das pessoas.

Como o senhor vê as críticas em relação ao aspecto simbólico de uma divisão na Esplanada?

Não somos nós que estamos dividindo o país. O país está dividido entre duas posições. O país está radicalizado e nós vivemos uma situação inusitada na história, porque nunca nós tivemos, no mesmo local e no mesmo horário, um público de centenas de milhares de pessoas com posições divergentes. Quando houve o impeachment do ex-presidente Collor, existia quase uma unanimidade na população. Hoje é diferente. Daí, a necessidade de tomarmos todas as medidas de precaução para garantir a segurança das pessoas e a livre manifestação.

Alguma outra proposta foi presentada?
Até aqui, ninguém apresentou uma proposta melhor. Os especialistas em segurança pública que eu tenho ouvido dizem que não existe outra alternativa. Nós temos uma área central que será uma espaço de apoio para todos os manifestantes e, ao mesmo tempo, uma área de contenção. Nós temos uma preocupação com a dispersão. A ideia é que o lado vitorioso e os trios elétricos possam entrar e ter o momento deles, de comemoração, de discursos. A parte que perdeu sai e evitamos encontros de manifestantes em momentos mais exaltados, em um ambiente de grande movimento.

O governo teme alguma situação mais grave no domingo?

É claro que, para o sucesso de tudo isso, a gente conta com o bom senso da população. A gente espera o espírito democrático da população, para que cada um possa manifestar sua posição e o faça de forma respeitosa. Respeitosa pela opinião divergente; afinal, somos o mesmo país. É natural que, no ambiente político, nós tenhamos posições políticas diferentes, mas isso não pode, jamais, descambar para o ódio e para a violência.

O Iphan foi consultado?
O Iphan não é uma força de segurança. Nessa questão específica, toda a estrutura ali ela é provisória e ela será retirada logo no dia seguinte ao término da votação. Eu não recebi nenhuma manifestação formal do Iphan. Mas, se receber, eu farei a mesma proposta para o Iphan: aponte uma alternativa melhor do que essa.


Fonte: Correio Braziliense – Foto: Carlos Moura/CB/D.A.Press 

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