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Polo de pesquisas no HRT é referência internacional para estudos de Diabetes

Foto- Helio Monteiro
Avaliação de medicamentos é um dos trabalhos feitos pelo centro

No primeiro semestre deste ano, dois novos tipos de insulina deverão ser comercializados no país. O fabricante solicitou um estudo de efetividade dos medicamentos a um polo de pesquisa que funciona no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Esse é um de pelo menos 29 estudos já realizados pelo centro, que é referência internacional em pesquisas na área de diabetes.

Funcionando há exatos quatro anos no HRT, o Polo de Pesquisa, da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), é procurado por indústrias multinacionais e por instituições como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Anvisa.

"Nos anos de 2008 e 2012, representamos a região Centro-Oeste em um estudo para traçar o perfil do diabético tipo 1 no Brasil, encomendado pelo CNPq. Contribuímos com 120 pacientes. Além de ajudar na pesquisa, que tem reconhecimento nacional e internacional, ainda recebemos um retinógrafo, até hoje utilizado na Oftalmologia do hospital", conta a chefe do Serviço de Diabetes no HRT, Flaviene Alves de Prado.

Os estudos realizados pelo polo incluem medicamentos ainda não comercializados, aqueles que já estão no mercado e os que ainda estão em fase observacional. "Durante as consultas, avaliamos se o paciente tem as características para entrar no estudo. Eles assinam um termo e passam a cumprir o protocolo da pesquisa", explica a coordenadora dos estudos, Mônica Tolentino.

O próximo estudo a ser realizado pelo polo foi solicitado pela Anvisa, que indiciou o HRT como coordenador de todo o Brasil. "A pesquisa é para a liberação de um medicamento que ajudará a fechar as feridas do pé diabético. É muita responsabilidade e também um grande reconhecimento do nosso centro", frisa Tolentino.

PÉ DIABÉTICO – O Polo de Pesquisa da Fepecs funciona dentro da Unidade de Endocrinologia do Hospital Regional de Taguatinga, referência para o tratamento de pacientes diabéticos. O local, que atende cerca de 2 mil pessoas por mês, conta com enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, cirurgião vascular, nutricionistas e endocrinologistas adulto e pediátrico.

É nesta unidade que funciona o atendimento ao chamado pé diabético – uma complicação do diabetes -, primeiro a ser implantado no Sistema Único de Saúde no Brasil. "O Ministério da Saúde adotou o nosso modelo para o país inteiro e até hoje recebemos representantes de outros estados para montar o serviço em suas cidades", conta a enfermeira responsável pelo atendimento no HRT, Maria Aparecida Caires.

O pé diabético ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve uma ferida. Seu aparecimento pode ocorrer quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente para evitar complicações que possam levar à amputação do membro afetado.

No HRT, o trabalho é feito em duas frentes: prevenção e tratamento. "Fazemos o rastreamento de complicações. No paciente com diabetes tipo 1, iniciamos após cinco anos da doença. No tipo 2, imediatamente após o diagnóstico e acompanhamento todo ano", explica Flaviene Prado. O tratamento consiste em orientações, acompanhamento de lesões e amputações e a colocação de próteses.

Além do HRT, os hospitais regionais de Ceilândia, Sobradinho, Guará, Gama e Asa Norte contam com atendimento ao pé diabético.

AMBULATÓRIO – O HRT é também a unidade de referência da rede para a liberação da chamada bomba de insulina, um aparelho que substitui as constantes agulhadas que são feitas ao longo do dia por quem é insulinizado.

"A bomba é um recurso para aqueles pacientes que já tentaram o tratamento com os tipos comuns de insulina e com esquemas intensivos, e que ainda assim não conseguem fazer o controle glicêmico, podendo chegar a ter convulsões", explica o endocrinologista Leonardo Garcia.

O equipamento é ligado a um cateter no paciente e libera a insulina durante as 24 horas do dia. Segundo o médico, essa liberação é feita de hora em hora e também controlada pelo paciente, de acordo com a quantidade de carboidratos que ele consome. "Esse método possibilita ajustes mais precisos e também que o paciente faça a dosagem da insulina nos períodos em que mais precisa", explica o endocrinologista.

Usuário da bomba há cerca de cinco anos, Pedro Vitor, 19 anos, diz que teve um grande ganho de qualidade de vida. "Antes disso, eu precisava fazer cerca de seis aplicações de insulina ao longo do dia. Agora, é um furo a cada três dias para colocar o medicamento", conta. Segundo a mãe do jovem, Fabrícia Coelho, o aparelho fez com que as crises de convulsão e hipoglicemia de Pedro diminuíssem.

Cerca de 100 pacientes, dentre eles, 30 crianças, fazem uso de bomba de insulina na rede pública de saúde do DF. O acompanhamento é feito nas unidades de referência para diabetes e a retirada de insumos, apenas no HRT.



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