Começou um movimento na Câmara Legislativa para
matar sem análise as representações por quebra de decoro contra os cinco
deputados investigados na Operação Drácon: Celina Leão (PPS), Júlio César
(PRB), Raimundo Ribeiro (PPS), Bispo Renato (PR) e Cristiano Araújo (PSD). O
assunto surgiu abertamente ontem em reunião dos deputados. A advogada da causa
foi a deputada Sandra Faraj (SD). Com argumentos previamente ensaiados, ela
defendeu que não há “materialidade” nas denúncias de cobrança de propina para
aprovação de emenda parlamentar destinada a pagamento de empresas na área de
saúde. O escândalo ficou conhecido como UTIGate, quando vieram à tona gravações
feitas pela deputada Liliane Roriz (PTB). A ideia, defendida por Faraj, é que
todas as bancadas ofereçam apoio político para o engavetamento das
representações. Que seja uma obra coletiva da Câmara Legislativa.
Parecer pelo arquivamento
Um dos investigados na Operação Drácon,
o deputado Raimundo Ribeiro (PPS), que é advogado, apresentou parecer para
respaldar a decisão da Câmara Legislativa. O argumento é de falta de
materialidade. Ele afirma que sequer há uma denúncia formal do Ministério
Público do DF contra os alvos das representações. O PSol pediu a abertura de
processo por quebra de decoro contra todos os alvos da Operação Drácon. No caso
do PT, o pedido envolve apenas a presidente afastada da Casa, Celina Leão
(PPS).
Metade
Metade
Não houve consenso na proposta de
Sandra Faraj (SD). Mas, poucos deputados demonstraram reação contrária. É
possível que pelo menos metade da Casa apoie o arquivamento das representações.
Mas para dar certo o caso precisa passar pela Mesa Diretora, hoje formada pelos
deputados Juarezão (PSB), Agaciel Maia (PR), Lira (PHS) e Rodrigo Delmasso
(PTN).
Na mão dos investigados
Se o Conselho Especial do Tribunal de
Justiça reconsiderar a decisão do desembargador Humberto Ulhôa e autorizar a
volta dos membros da Mesa Diretora, as representações por quebra de decoro
serão analisadas pelos próprios investigados. Nesta semana, a defesa de Celina
deu entrada no recurso. Está nas mãos do relator, desembargador José Divino.
Mais uma semana de licença
A deputada Liliane Roriz (PTB)
apresentou nova licença médica ontem e vai ficar pelo menos mais uma semana
afastada da Câmara Legislativa. Depois que vieram à tona as gravações que
respaldaram a Operação Drácon, a distrital não voltou mais ao gabinete.
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Moro nega novo depoimento de Gim
O juiz Sérgio Moro negou pedido da
defesa do ex-senador Gim Argello para realização de novo depoimento e abriu
prazo para as alegações finais. O processo está no fim. Em breve, deve sair a
sentença no processo da Lava-Jato. Gim está preso há cinco meses, em Curitiba.
Ele foi ouvido há um mês. Chorou e negou ter cobrado propina de empresas
investigadas na CPI da Petrobras.
Fonte: Ana Maria Campos -Coluna “Eixo
Capital” – Foto:Ed Alves/CB/D.A.Press – Aureliza
Corrêa/Esp.CB/D.A.Press- Correio Braziliense