A vida da funcionária pública motivou dezenas de reportagens
A servidora pública aposentada Brasília Maria Costa Góis faleceu no
último sábado. Ela foi o primeiro bebê a nascer na capital federal, às 6h15 de
21 de abril de 1960, e tinha o ex-presidente Juscelino Kubitschek como padrinho
Brasília morreu na manhã do último sábado. Não a
cidade, mas alguém que tem a história costurada com a da capital federal.
Brasília Maria Costa Góis, de família piauiense, foi a primeira criança a
nascer na recém-inaugurada capital, e veio ao mundo precisamente às 6h15 de 21
de abril de 1960. O então presidente, Juscelino Kubitschek, foi o padrinho da
menina e, aos 15 anos, as duas Brasílias comemoraram o aniversário com uma
grande festa de debutantes.
A cada aniversário da cidade, inauguração de
empreendimento ou datas especiais, Brasília estampava páginas de jornais e
marcava presença nos eventos. “Minha mãe era uma mulher do povão”, conta
Grazielle Góis, 21 anos, filha de Brasília. O outro filho é Khristiano Góis, 15
anos, que tem a letra K no nome em homenagem ao padrinho da mãe. A servidora
pública aposentada carregava o nome com orgulho e quase nomeou a filha de
Brasilinha, para preservar a tradição. Desistiu apenas no final da gestação. O
amor pela cidade era grande, apesar da persistente mágoa com o esquecimento
para o qual voltava no dia seguinte de cada festa.
Quando completou 15 anos, a jovem ganhou de presente do GDF um baile de
debutantes.
Em 2002, Brasília resolveu tentar a vida política. Se candidatou a deputada distrital pelo PMDB e recebeu 518 votos. Em 2006, quis tentar novamente, mas teve a candidatura impugnada por não ter prestado contas da campanha anterior. A servidora pública se afastou do cargo no Hospital Regional de Ceilândia para cuidar de uma depressão.
A saúde não estava bem há muito tempo. Fumante inveterada,
considerava o cigarro o único prazer que ainda tinha e, por conta dele, os
pulmões já pediam descanso. Era também hipertensa, diabética e com histórico de
problema nos rins. Além da depressão, era diagnosticada como esquizofrênica e
portadora de transtorno bipolar. Tratou-se no Hospital São Vicente de Paula,
mas, nos últimos tempos, a depressão havia se agravado.
A estudante Grazielle Góis, 21
anos, filha de Brasília, recebeu a solidariedade de amigos e parentes no
Cemitério de Taguatinga
“Ela estava sem ânimo, não queria sair de casa. Só
consegui levá-la para ver meus padrinhos. São amigos antigos e ela disse que
não sabia se ainda os veria. Na volta para casa, ouvimos a música Filho
adotivo, do Sérgio Reis, e choramos cada uma em seu canto. Éramos muito
parecidas”, conta a filha.
Em 31 de agosto, sofrendo há algum tempo, Brasília
foi internada. Só queria a companhia da filha. Dois dias depois, foi
transferida para a sala vermelha e, com dificuldade, afirmou para Grazielle que
estava “nas últimas”. No dia seguinte, Brasília foi entubada. No outro, piorou.
A filha foi informada de que podia entrar com uma ação na Justiça requerendo a
transferência para um leito de UTI. No feriado da Independência, enquanto uma
Brasília estava em festa, a outra era transferida para o Hospital Regional de
Santa Maria.
“Na quinta-feira, cheguei para visitá-la. Conversei
um pouco com ela e vi que os batimentos subiam quando eu falava. Saiam lágrimas
dos olhos dela e eu fui secando uma por uma. Ela pediu que eu a abraçasse, que
ficasse ali um tempo”, relembra Grazielle. A estudante conta que, desde que
começou a ficar doente, Brasília afirmava que não seria capaz de resistir à
hemodiálise. Quando o médico avisou, na sexta-feira, que seria preciso passar
pelo procedimento, a pressão da servidora pública baixou. No sábado cedo,
Brasília teve uma parada cardíaca e morreu.
Grazielle diz que a mãe deixou tudo pronto para a
morte. As pastas com os documentos de uma vida estavam organizadas em cima da
cama. “Ela estava sofrendo muito, tenho fé de que agora está descansando”,
explica a filha. Na tarde ensolarada deste domingo, Brasília foi enterrada no
Cemitério de Taguatinga, na presença de amigos e familiares que foram prestar a
última homenagem à senhora que levava a capital no nome.
Fonte: Juliana Contaifer –
Fotos:Antonio Cunha/D.A.Press – Arquivo-CB/D.A.Press – F.Gualberto/CB/D.A.Press
– Correio Braziliense
Tudo mentira... minhã irmã estava pedindo a morte deixou uma carta e esconderam da familia a situação dela... tanto que quando soube acionei a imprensa e conseguimos uti.. sem falar que esconderam ela... dias antes ele tentou auto exterminio...pediu inclusive para eu cuidar do khristiano... o filho menor dela... então parem de mentir...
ResponderExcluirTudo mentira...
ResponderExcluirEngraçado que cuidar dela não cuidou . Tu meu tio mesmo não sabe da missa um terço !
ResponderExcluir