O ex-senador Gim Argello está na prisão há seis
meses
O juiz que comanda a Lava-Jato no Paraná, Sérgio
Fernando Moro, acatou apelação criminal do ex-senador Gim Argello (ex-PTB-DF)
para que ele recorra ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região. No entanto, o
juiz determinou que o político continue preso no Complexo Médico Penal de
Pinhais (PR), em Curitiba. Gim foi condenado a 19 anos de cadeia pelos crimes
de corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação.
De acordo
com a sentença, quando o senador era vice-presidente da CPI mista da Petrobras,
em 2014, solicitou e recebeu propina de empreiteiros interessados em serem
blindados nas apurações . O dinheiro foi pago sob a forma de doações oficiais
de campanha e de repasse para festa de uma paróquia em Taguatinga, no Distrito
Federal.
De acordo
com fontes ligadas ao caso, Moro esclareceu que era necessário manter as
medidas cautelares porque, senão, seria obrigado a soltar Gim para que
recorresse em liberdade. Na avaliação dessas fontes, o Ministério Público ainda
deve recorrer da sentença, em que foram absolvidos quatro réus e, portanto, o
recurso do ex-senador só deve ser analisado pelo TRF depois de um mês ou mais.
Na
decisão, o juiz havia destacado que as condutas avaliadas indicavam ser preciso
manter o ex-senador encarcerado. “A prática de crimes mesmo durante uma
investigação criminal é indicativo de envolvimento profissional e habitual na
prática delitiva e que somente a segregação cautelar constitui remédio apto a
interrompler o ciclo criminoso”, disse Moro na ocasião. Gim deverá pagar ou
perderá bens no valor de R$ 14,74 milhões. Tudo deverá ser destinado ao
Congresso.
Como
mostrou o Correio no domingo (23), Moro manteve o tamanho da pena de Gim
Argello em 19 anos.O magistrado reconheceu que houve, equívoco na fração
de aumento da continuidade delitiva do crime de lavagem de dinheiro, mas
a contabilidade da punição final não mudou.
Delatores de Lula
O juiz federal Sérgio Moro marcou para novembro os depoimentos de 10
delatores, do ex-deputado Pedro Corrêa e do pecuarista José Carlos Bumlai, como
testemunhas de acusação em ação na qual é réu o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. O petista é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A
denúncia do Ministério Público Federal sustenta que ele recebeu vantagens da
OAS por meio de um triplex no Guarujá (SP) e do armazenamento de bens do acervo
presidencial. Além de Lula e sua mulher, Marisa Letícia, viraram réus Paulo
Okamotto, Léo Pinheiro, Paulo Gordilho, Agenor Franklin Medeiros, Fábio
Yonamine e Roberto Ferreira.
Fonte: Eduardo Militão – Foto:
Heuler Andrey- AFP – Correio Braziliense