Grupo eleito para comandar votações tem Robério
Negreiros, que responde por nepotismo, Raimundo Ribeiro e Cristiano Araújo,
citados na Drácon. Composição vai até 2018.
Na
primeira entrevista como presidente eleito da Câmara Legislativa do Distrito
Federal, o deputado Joe Valle (PDT) afirmou que a presença de três deputados
investigados na nova composição da Mesa Diretora "não constrange a
gestão".
"Vamos
cumprir todos os ritos na casa que existem. E dar oportunidade de todos se
defenderem de forma legal", declarou. Joe foi apoiado na eleição por 12
dos 24 distritais, e empatou em número de votos com Agaciel Maia (PR). No
desempate, ele venceu porque tinha um dia a mais de mandato, referente a uma
passagem pela Câmara como suplente em 2009.
Dos
oito membros da Mesa Diretora, três são investigados por supostas condutas
irregulares no mandato. O segundo secretário, Robério Negreiros, é acusado de
nepotismo. Já Raimundo Ribeiro (PPS), escolhido como terceiro secretário, e
Cristiano Araújo (PSD), suplente da mesma cadeira, são acusados de corrupção
passiva no âmbito da operação Drácon, que apura suposta propina em emendas
parlamentares.
Sobre
a expectativa para os dois anos no comando da Câmara, Joe disse que não
pretende se colocar como aliado ou opositor do Palácio do Buriti. "A
Câmara nunca pode ser de oposição ou situação. Ela tem que firmar uma posição.
A mesa é a mesa, não existe isso. Vamos trabalhar para uma cidade melhor",
afirmou.
Joe
Valle foi secretário de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade
Racial e Direitos Humanos do governo Rodrigo Rollemberg durante 10 meses. Após
esse período, o PDT se afastou da base de apoio. A eleição de Joe para a
presidência é considerada uma derrota para o governo Rollemberg, que apoiava a
candidatura de Agaciel para o cargo.
Entenda
as denúncias
Negreiros é investigado por suspeita de nepotismo
cruzado. Os investigadores apuram se ele e o deputado federal Felipe Maia
(DEM-RN) fizeram acordo para nomear parentes um do outro em seus respectivos
gabinetes. A cunhada de Negreiros estava lotada no gabinete de Maia, e a do
deputado do Rio Grande do Norte dava expediente no gabinete da liderança do
PSDB no DF.
Já
Ribeiro e Araújo foram denunciados pelo Ministério Público do DF em novembro.
Para os investigadores, há provas suficientes de que eles pediram propina à
entidade ligada à construção civil e a prestadores de serviços na saúde para
aprovar emendas destinadas a reformas de escolas e sobre serviços de UTI na
cidade. Além deles, outros três deputados foram denunciados no mesmo processo.
“O
que nós temos hoje é uma investigação que ofertou uma denúncia que poderá ser
aceita ou não pelo Tribunal de Justiça do DF. As pessoas maximizam muito”,
minimizou Ribeiro sobre as acusações contra ele. O parlamentar, que chegou a
ser afastado da Câmara Legislativa mas voltou depois de uma decisão do
Tribunal, disse que vai apresentar sua defesa no caso nesta sexta (16).
Agradecimento
Valle foi eleito por critério de desempate em uma
eleição que ficou empatada graças a um recuo de última hora de Negreiros. O
tucano teria prometido a contragosto à presidência nacional do partido apoio ao
candidato do governo à presidência da Casa, Agaciel Maia (PR). Mas voltou atrás
após ser acusado de não ter convicção própria e ser chamado de “moleque” em
plenário.
Eleito,
Vale disse que não houve promessas a Robério para o deputado mudar de lado. “Eu
já havia prometido a segunda secretaria a ele, mas a candidatura de oposição
também. O que eu disse a ele é que eu o trataria com o respeito que ele merece.
Eu não tenho nada para dar a ele a não ser o trabalho e o respeito”, justificou
Valle.
Por Gustavo Aguiar e
Gabriel Luiz, G1 DF
Negreiros é investigado por suspeita de nepotismo cruzado. Os investigadores apuram se ele e o deputado federal Felipe Maia (DEM-RN) fizeram acordo para nomear parentes um do outro em seus respectivos gabinetes. A cunhada de Negreiros estava lotada no gabinete de Maia, e a do deputado do Rio Grande do Norte dava expediente no gabinete da liderança do PSDB no DF.
Valle foi eleito por critério de desempate em uma eleição que ficou empatada graças a um recuo de última hora de Negreiros. O tucano teria prometido a contragosto à presidência nacional do partido apoio ao candidato do governo à presidência da Casa, Agaciel Maia (PR). Mas voltou atrás após ser acusado de não ter convicção própria e ser chamado de “moleque” em plenário.