Lehandro Lira é criador e integrante da companhia
Transições e pretende utilizar o espaço para ensaios - Projeto criado para expandir a cultura em Planaltina deve ficar pronto no primeiro semestre
Por Isabella
de Andrade,
Depois de décadas de luta e população mobilizada,
Planaltina vai ganhar o seu complexo cultural. O espaço será sede para a
criação dos artistas da cidade e pretende reunir os moradores em prol da
expansão cultural da região. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil
(Novacap) informa que a obra da Casa de Cultura de Planaltina está em
andamento, com 60% dos serviços realizados. O investimento no complexo é de R$
3,444 milhões, com previsão de término para março de 2017. O projeto é da
Administração Regional de Planaltina e inclui teatro com capacidade para pouco
mais de 400 lugares, além de salas multiuso, sala de dança e espaço para
exposições de arte.
Vanderlei
Dias Soares, servidor da área de planejamento e gestão urbana da administração
regional de Planaltina, afirma que o complexo cultural é uma demanda antiga. O
terreno foi definido para o espaço em 1986, há 30 anos. “Eu entrei na
administração em 1978 e naquela época já havia um movimento da cidade para a
construção do complexo. O propósito do projeto é atender as demandas de setores
de cultura da cidade, especialmente porque não temos uma estrutura que atenda a
espetáculos teatrais e de dança, locais para exposições de arte”, afirma o
servidor.
A ideia é
que o espaço se transforme em um polo de desenvolvimento cultural, com oficinas
de dança, literatura e teatro. “Ele tem uma importância muito grande para a
cidade, pode até atrair grandes apresentações”, destaca Vanderlei.
A
licitação começou em 2015 e as obras começaram em junho de 2016, no final do
primeiro semestre. A previsão inicial era para entregar no fim de 2016, mas
foram necessários ajustes na obra, por falta de detalhamentos no projeto. “Os
equipamentos mobiliários não foram considerados na licitação. A população
sempre reivindicou a construção da Casa de Cultura, mas a cidade tinha demandas
na estrutura básica que acabavam sendo priorizadas”, conta Vanderlei Dias.
Complexo em construção: prazo para entrega é o mês
de março
As obras já estão 60% concluídas: também falta
mobiliário
Praça do Museu, um dos espaços de ensaio pela
companhia Transições
Relação com a cidade
A Administração Regional e a Secretaria de Cultura criaram o grupo
de artistas. Um complexo em movimento, que acompanha as obras, participa de
reuniões e já ocupa com arte os muros da construção. Enquanto isso, o dançarino
e criador da companhia de dança Transições, Lehandro Lira, aguarda pela
inauguração do complexo para ter um local apropriado para os ensaios de seu
grupo. “Ele será o nosso futuro ponto de apoio e de sustentabilidade para
desenvolvermos nossos trabalhos artísticos, ensaios e oficinas para a
comunidade. Será nosso porto seguro, uma vez que não possuímos uma sede fixa”,
afirma o artista.
Lehandro
lembra que a luta dos artistas dura mais de duas décadas e que o espaço
terá condições de atrair espetáculos e projetos de qualidade para a cidade,
motivando os artistas e ampliando a produção local. O dançarino enfrentou
dificuldades com seu grupo em 2015 para conseguir estrear o espetáculo As faces
de um povo centenário, já que Planaltina não conta com espaços públicos
adequados para ensaios e apresentações.
“Fizemos
o espetáculo no Centro Educacional Delta por ainda atender algumas demandas e
pelas portas que foram abertas para nós. Atualmente, temos ensaiado no Studio
de dança Cláudio Cristian, em Planaltina e no Centro de dança Alex Gomes, na
Asa Norte. Por muitas vezes, ensaiamos na praça do Museu em Planaltina, e foi
nessa praça que a companhia Transições nasceu e até hoje ocupa aquele lugar,
enquanto aguarda pelo sonhado complexo cultural”, conta Lehandro. As obras
continuam e a previsão de entrega é para 2017. Enquanto isso, artistas da
cidade e o grupo complexo em movimento prometem não deixar de acompanhar o
avanço da esperada Casa de Cultura de Planaltina. A ideia é que o complexo
possa dialogar com outras iniciativas culturais, manifestações e projetos
tradicionais da cidade.
“O Complexo será nosso porto seguro, pois não temos um espaço fixo. Será
nosso ponto de apoio para criar trabalhos e oficinas para a comunidade",
(Lehandro Lira,dançarino)
Por Isabella de Andrade - Especial para o Correio Braziliense – Fotos: Arquivo pessoal – Novacap – Iano Andrade/CB/D.A.Press -