Veículos que prestam serviço de transporte escolar para o governo do DF
reunidos em pátio (Foto: TV Globo/Reprodução)
"Secretaria de Educação quer monitorar frota de 600
veículos em tempo real. Processo foi suspenso pelo Tribunal de Contas, que
cobrou mais concorrência."
A
secretaria de Educação do Distrito Federal pretende gastar até R$ 23,12 milhões
para licitar um sistema de tecnologia capaz de monitorar em tempo real a frota
de transporte escolar. O sistema deve permitir controlar a quilometragem, rota
e frequência dos alunos, com a ajuda de rastreadores instalados nos veículos.
O
resultado da licitação iria sair nesta quarta-feira (4), mas o processo foi
suspenso pelo Tribunal de Contas, que não tem prazo para “liberá-lo”. A Corte
cobrou para que sejam licitados mais lotes (conjunto de itens a serem
comprados) no pregão, em vez dos seis até então disponíveis. Em licitações, a
orientação por mais lotes é para ampliar a concorrência entre empresas.
Do
total, R$ 4 milhões são para compra de equipamentos. Os R$ 19,12 milhões
restantes são para licenças e confecção de aplicativos de monitoramento, um
portal e um servidor de mensagens, entre outros. Segundo a Secretaria de
Educação, o alto custo respeita preços praticados em licitações semelhantes e é
explicado por não haver nenhum software público disponível para atender às
exigências.
De
acordo com o diretor de transporte escolar da secretaria, José Raimundo
Carvalho, o sistema vai permitir a modernização do trabalho de fiscalização.
Atualmente, a função fica a cargo de apenas dois servidores. “Com isso, vamos
ver se o ônibus está indo no caminho certo e ver a frequência dos alunos. Se
quebrou, se saiu da rota, a gente recebe o aviso imediatamente.” Pelo edital do
pregão, o governo estima comprar 700 equipamentos de rastreamento para serem
instalados nos veículos.
Ônibus de transporte escolhar estacionados em pátio (Foto: TV
Globo/Reprodução)
Com
a tecnologia, a secretaria estima uma economia de 30% nos gastos com transporte
escolar. “Quando vier a fatura, nós vamos checar e ver, por exemplo, se tal
ônibus rodou tal dia, se pegou todos os alunos ou não”, continuou o diretor. As
11 empresas que prestam o serviço recebem por cada aluno transportado.
Ao
todo, o DF tem 1,1 mil linhas e 600 veículos de transporte escolar. O serviço é
ofertado a 60 mil alunos, incluindo os de educação integral. Por mês, o governo
gasta R$ 8 milhões para levar o estudante de casa até a escola.
A
licitação é para registro de preços e tem validade de 36 meses. Na prática, o
governo tem até três anos para fazer as compras que podem custar os R$ 23,12
milhões previstos ou menos. Ou seja, os serviços e equipamentos podem ser
comprados de forma “parcelada”, com base na necessidade do governo.
Por Gabriel Luiz, G1 DF