Foto Tony Winston - Agência Brasília
O secretário Humberto Fonseca anunciou as mudanças e diz que resultados
serão sentidos em 2018
Por Otávio Augusto,
Governo anuncia a implantação de mais 329 equipes do programa de atenção
básica à população, que passará a assistir 75% dos moradores. Com a mudança, os
centros de saúde funcionarão em horário estendido e os hospitais podem
desafogar
A atenção básica é um dos setores mais castigados
da saúde na capital federal. A cobertura de serviços simples, como consultas e
exames de rotina, alcança apenas 33% da população da cidade. A aposta do
Executivo local para resgatar a eficiência da área era repassar a gestão para
organizações sociais (OSs). Entretanto, a resistência ao projeto desestimulou o
governo, que anunciou, ontem, uma nova alternativa: ampliação do programa Saúde
da Família. Serão contratadas 329 equipes. Atualmente, 242 grupos fazem o
trabalho. A expectativa da Secretaria de Saúde é que o serviço atenda 75% da
população.
A reforma altera o funcionamento de 170 centros de saúde, que passam a funcionar como Unidades Básicas de Saúde (UBS) e com horário estendido. A partir de julho, as consultas serão marcadas somente na cidade de moradia dos pacientes. Profissionais de clínica médica, ginecologia e pediatria vão compor as equipes — cada uma será responsável por um grupo de 4 mil habitantes. Os servidores poderão escolher se querem migrar para programa de atendimento. Ao todo, a capital federal terá 571 equipes. Com base no cálculo, seriam necessárias 725 para atender os 2,9 milhões de habitantes.
As mudanças contarão com equipes de transição e deverão ser concluídas em até 120 dias. O Saúde da Família será responsável por atendimentos como pré-natal, acompanhamento do desenvolvimento de crianças com até 2 anos, monitoramento de pacientes diabéticos e hipertensos, rastreamento de casos de câncer, entre outras atividades, como vacinação, tratamentos odontológicos, consultas e exames de rotina e ações preventivas. As alterações trazem mais dinheiro do Ministério da Saúde para o DF. Por ano, a Secretaria de Saúde recebe R$ 23 milhões do governo federal. Com a reestruturação, o montante sobe para R$ 50 milhões.
O ponto central do projeto se baseia no aumento da cobertura de equipes de Saúde da Família, de forma a conseguir, aos poucos, frear a grande demanda nas emergências. A ideia é que os centros de saúde sejam a porta de entrada da população na rede pública para reduzir a pressão sobre os hospitais. A assistência contará também com equipes rurais, prisionais e itinerantes. Cerca de 85% dos atendimentos hospitalares poderiam ser feitos na atenção primária, segundo a Secretaria de Saúde.
Os primeiros resultados, acredita o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, serão sentidos já em 2018. “Vamos ter treinamentos, protocolos e cartilhas que vão mudar a cultura e o modelo de trabalho. Temos um ano para construir isso”, explica. E emenda. “Haverá treinamento aos servidores por serem especialistas focais trabalhando como médicos de família. Um pediatra pode ter dificuldade de fazer um pré-natal, por exemplo. Funcionando dessa forma, a resolutividade aumenta e isso reduz o adoecimento da população”, conclui.
Sem OSs
A reforma do programa Saúde da Família afasta, mesmo que temporariamente, a possibilidade de implantação de organizações sociais (OSs) para a administração da atenção primária. Agora, o governo estuda a proposta de adotar o modelo de gestão para as seis unidades de pronto atendimento (UPAs). “Discutimos muito a implantação das OSs, sobretudo na atenção primária de Ceilândia, mas chegamos à conclusão de que temos profissionais suficientes para o serviço. Basta que haja um engajamento’’, destaca Fonseca.
O debate sobre a implantação das organizações sociais começou ainda em 2015 e enfrentou a resistência de órgãos de controle e entidades de classe. Essa era a principal aposta do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para atenuar os problemas na saúde. “Nunca foi pensado, por exemplo, gestão de OSs na atenção secundária e especializada”, ressalta Fonseca.
Serviços
O programa Saúde da Família, iniciado em 1994 pelo Ministério da Saúde, estabelece que as equipes deverão ser compostas por um médico, um enfermeiro, auxiliares ou técnicos de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de saúde bucal, como cirurgião-dentista.
Radiografia
33%
Cobertura da população que tem acesso à atenção básica no DF. A meta do governo é ampliar para 75% até 2018
571
Número de equipes que farão os atendimentos do programa Saúde da Família
R$ 50 milhões
Volume de repasses do governo federal para a capital federal. Antes da reforma, o montante era de R$ 23 milhões
Dengue avança
Nas seis primeiras semanas do ano, a Secretaria de Saúde registrou 267 casos de dengue na capital federal — alta de 44% em relação ao dado anterior, quando havia 185 casos. No mesmo período de 2016, foram notificadas 4.982 infecções, queda de 93%. Dez regiões administrativas concentram mais da metade das ocorrências. O pior cenário é em São Sebastião. Lá, 32 pessoas adoeceram. Até o momento não foram registrados casos de dengue hemorrágica nem mortes causadas pela doença. Os dados mostram que a chicungunha infectou 22 pessoas. Já a zika fez 19 vítimas. Uma gestante está com a doença. A ocorrência aguarda confirmação laboratorial.
A reforma altera o funcionamento de 170 centros de saúde, que passam a funcionar como Unidades Básicas de Saúde (UBS) e com horário estendido. A partir de julho, as consultas serão marcadas somente na cidade de moradia dos pacientes. Profissionais de clínica médica, ginecologia e pediatria vão compor as equipes — cada uma será responsável por um grupo de 4 mil habitantes. Os servidores poderão escolher se querem migrar para programa de atendimento. Ao todo, a capital federal terá 571 equipes. Com base no cálculo, seriam necessárias 725 para atender os 2,9 milhões de habitantes.
As mudanças contarão com equipes de transição e deverão ser concluídas em até 120 dias. O Saúde da Família será responsável por atendimentos como pré-natal, acompanhamento do desenvolvimento de crianças com até 2 anos, monitoramento de pacientes diabéticos e hipertensos, rastreamento de casos de câncer, entre outras atividades, como vacinação, tratamentos odontológicos, consultas e exames de rotina e ações preventivas. As alterações trazem mais dinheiro do Ministério da Saúde para o DF. Por ano, a Secretaria de Saúde recebe R$ 23 milhões do governo federal. Com a reestruturação, o montante sobe para R$ 50 milhões.
O ponto central do projeto se baseia no aumento da cobertura de equipes de Saúde da Família, de forma a conseguir, aos poucos, frear a grande demanda nas emergências. A ideia é que os centros de saúde sejam a porta de entrada da população na rede pública para reduzir a pressão sobre os hospitais. A assistência contará também com equipes rurais, prisionais e itinerantes. Cerca de 85% dos atendimentos hospitalares poderiam ser feitos na atenção primária, segundo a Secretaria de Saúde.
Os primeiros resultados, acredita o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, serão sentidos já em 2018. “Vamos ter treinamentos, protocolos e cartilhas que vão mudar a cultura e o modelo de trabalho. Temos um ano para construir isso”, explica. E emenda. “Haverá treinamento aos servidores por serem especialistas focais trabalhando como médicos de família. Um pediatra pode ter dificuldade de fazer um pré-natal, por exemplo. Funcionando dessa forma, a resolutividade aumenta e isso reduz o adoecimento da população”, conclui.
Sem OSs
A reforma do programa Saúde da Família afasta, mesmo que temporariamente, a possibilidade de implantação de organizações sociais (OSs) para a administração da atenção primária. Agora, o governo estuda a proposta de adotar o modelo de gestão para as seis unidades de pronto atendimento (UPAs). “Discutimos muito a implantação das OSs, sobretudo na atenção primária de Ceilândia, mas chegamos à conclusão de que temos profissionais suficientes para o serviço. Basta que haja um engajamento’’, destaca Fonseca.
O debate sobre a implantação das organizações sociais começou ainda em 2015 e enfrentou a resistência de órgãos de controle e entidades de classe. Essa era a principal aposta do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para atenuar os problemas na saúde. “Nunca foi pensado, por exemplo, gestão de OSs na atenção secundária e especializada”, ressalta Fonseca.
Serviços
O programa Saúde da Família, iniciado em 1994 pelo Ministério da Saúde, estabelece que as equipes deverão ser compostas por um médico, um enfermeiro, auxiliares ou técnicos de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de saúde bucal, como cirurgião-dentista.
Radiografia
33%
Cobertura da população que tem acesso à atenção básica no DF. A meta do governo é ampliar para 75% até 2018
571
Número de equipes que farão os atendimentos do programa Saúde da Família
R$ 50 milhões
Volume de repasses do governo federal para a capital federal. Antes da reforma, o montante era de R$ 23 milhões
Dengue avança
Nas seis primeiras semanas do ano, a Secretaria de Saúde registrou 267 casos de dengue na capital federal — alta de 44% em relação ao dado anterior, quando havia 185 casos. No mesmo período de 2016, foram notificadas 4.982 infecções, queda de 93%. Dez regiões administrativas concentram mais da metade das ocorrências. O pior cenário é em São Sebastião. Lá, 32 pessoas adoeceram. Até o momento não foram registrados casos de dengue hemorrágica nem mortes causadas pela doença. Os dados mostram que a chicungunha infectou 22 pessoas. Já a zika fez 19 vítimas. Uma gestante está com a doença. A ocorrência aguarda confirmação laboratorial.
Por Otávio Augusto – Correio
Braziliense