O governador Rodrigo Rollemberg durante a cerimônia de assinatura
da regulamentação do Sistema de Bilhetagem Automática, nesta quinta-feira (16),
no Palácio do Buriti. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília
"Concessionárias
vão selecionar representantes para venda de cartões e de créditos. Sistema
também receberá melhorias como pontos de comercialização descentralizados e
biometria facial"
Mudanças que permitem a adoção do Bilhete Único em Brasília foram
anunciadas pelo governo local nesta quinta-feira (16). Com a regulamentação do
Sistema de Bilhetagem Automática, assinada hoje pelo governador Rodrigo
Rollemberg e publicada em edição extra do Diário
Oficial do DF, as concessionárias do transporte coletivo vão
selecionar representantes para comercializar cartões e créditos. O prazo para
início das modificações é de 90 dias, com conclusão em até seis meses. Não
haverá aumento de custos para o Executivo.
O regulamento
dispõe sobre quatro frentes em especial: o bilhete único; o rastreamento da
frota por GPS, com a informação dos horários dos ônibus em tempo real; a
criação de uma Central de Supervisão Operacional; e o controle de gratuidades e
benefícios nas catracas por biometria facial.
Essa última
entrará em fase piloto já em março. O critério para escolha da linha a ser
testada é a que tiver um alto número de registro de gratuidades. Esse recurso
será importante para coibir fraudes. Ainda no mês que vem, também começa o
teste de GPS e do aplicativo que mostra, em tempo real, o trajeto e os horários
dos ônibus em 24 veículos de duas linhas. “É um momento muito importante para
Brasília. Vamos acompanhar de perto para que os prazos sejam cumpridos e a
população sinta a melhoria no transporte”, disse Rollemberg.
Entre as
melhorias está a descentralização dos pontos de venda. A expectativa da Secretaria de Mobilidade é que pelo menos mil sejam instalados
em diferentes locais do DF. Os pontos não serão restritos aos terminais e, por
meio de parcerias, poderão ser levados para farmácias e bancas de jornal, por
exemplo.
Venda
on-line e em caixas automáticos
Outra forma
de diversificar a venda serão os chamados ATM (caixas automáticos em que o
próprio passageiro faz a recarga) e a compra de créditos on-line. Para
operacionalizar o sistema, a ideia é que as concessionárias escolham uma
entidade representativa. O cadastro dos usuários — após o período de transição
— também passará a ser feito pela instituição selecionada. As autorizações de
benefícios e gratuidades continuam sob aval do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans).
“As pessoas
vão usar mais o cartão, já que haverá mais facilidade para compra. Assim, o
transporte vai sair mais barato, porque elas aproveitarão mais a integração.
Isso aumenta a possibilidade de ampliá-la com mais linhas”, prevê o secretário
de Mobilidade, Fábio Damasceno. Com a efetivação do bilhete único, outro grande
benefício será a uniformização das catracas do metrô, para evitar que algumas
só aceitem um tipo de cartão.
Mais uma
melhoria no sistema será a inclusão das bicicletas compartilhadas na integração,
que hoje inclui ônibus (contando o BRT), micro-ônibus e metrô. O modelo a ser
usado está em fase de avaliação do governo com a empresa responsável pelas
bicicletas compartilhadas no DF.
O
secretário destaca ainda que, sem ser sobrecarregado com as atividades de
cadastro e de comércio dos cartões e dos créditos, o governo poderá se
concentrar no seu papel de regulador e gestor do sistema. “Hoje, o governo faz
tudo. Aí vêm os problemas com número de funcionários e locais”, exemplifica
Damasceno.
“Haverá uma
série de metodologias para aferir o número de passageiros. Quem diz o que paga
e como paga é o Estado”, ressalta o titular da Mobilidade. Para isso, todo o
banco de dados e o processamento de informações do sistema automatizado terão
de ser enviados ao governo — inclusive os registros dos validadores dos
veículos e de venda dos créditos.
Além do
Sistema de Bilhetagem Automática, o decreto e o regulamento tratam do Sistema
Inteligente de Transporte. Esse engloba a Central de Supervisão Operacional,
que será instalada no DFTrans e fará o monitoramento em tempo real da operação
dos serviços; a Central de Vigilância, que deverá coletar e analisar imagens do
interior dos ônibus; e a Central de Relacionamento com o Cliente, para
informações e registro de reclamações.
Como vai
funcionar a biometria facial
A biometria
facial funcionará com uma câmera instalada acima dos validadores, também no
metrô. As imagens, tiradas automaticamente, serão analisadas pelo sistema
informatizado que fará a comparação com a foto do cadastro.
Quando
identificar incompatibilidade, o governo, que é o órgão regulador, analisará as
fotos dos beneficiários, que terão de ser atualizadas. Não se trata, contudo,
de novo cadastro, apenas atualização da imagem. O processo será gradativo e com
cronograma a ser divulgado.
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Fotos – ( goo.gl/McXy3H )