Charge do Sinovaldo
Com a Operação Lava Jato prestes a
completar três anos, 21 envolvidos permanecem presos no Rio ou Paraná, por
ordem do juiz Sergio Moro. Destes, somente sete ainda não foram julgados: o
ex-governador do Rio Sérgio Cabral, seu ex-secretário Wilson Cordeiro, o
ex-ministro Antonio Palocci, o ex-deputado Eduardo Cunha e os empresários
Carlos Miranda, Flávio Macedo e Eduardo Meira. Os outros 14 têm algum tipo de
condenação. E entre os 21, só há um delator, o empreiteiro Marcelo Odebrecht.
Os demais delatores já foram libertados.
Os outros executivos da Odebrecht,
que firmaram acordo de colaboração, já deixaram a cadeia – os últimos foram
Olívio Rodrigues e Luiz Eduardo da Rocha, em dezembro.
Um dos principais delatores da Lava
Jato, o doleiro Alberto Youssef, que firmou acordo ainda em 2014, obteve o
direito de permanecer em prisão domiciliar em novembro passado.
PALOCCI, CUNHA E
DIRCEU – Na lista dos presos remanescentes no Paraná estão figuras de
grande peso na política nacional. Além de Palocci e Cunha, lá está o
ex-ministro José Dirceu. O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) ainda aguarda
a homologação de seu acordo de delação pela Justiça e espera deixar a cadeia.
Segundo o Ministério Público Federal
e a Justiça Federal, a prisão que se estende há mais tempo é a de Renê Luiz
Pereira, detido ainda na primeira fase, em 2014. O caso já foi julgado na
segunda instância, assim como os do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, e do
ex-deputado federal Luiz Argôlo.
Em segundo lugar, está o ex-diretor
da Petrobras Renato Duque, que vai completar dois anos seguidos na prisão no
próximo mês. Antes, em 2014, ele já havia ficado três semanas detido.
CONDENAÇÕES – Duque é também quem
recebeu penas mais altas de cadeia até o momento entre os presos. Ele já foi
condenado em três ações penais em penas que somam 51 anos. O ex-tesoureiro do
PT João Vaccari Neto também já tem três condenações.
A maioria dos detidos são ex-agentes
públicos suspeitos de receber propina, como ex-congressistas. Há ainda acusados
de operar os pagamentos, como Adir Assad, já condenado por Sergio Moro a quase
dez anos de prisão.
POLÊMICA DA
PREVENTIVA – Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar
Mendes disse que a corte tem um “encontro marcado com as alongadas prisões que
se determinam em Curitiba”. “Temos que nos posicionar sobre este tema que
conflita com a jurisprudência que desenvolvemos”, afirmou.
Advogados de suspeitos vêm criticando
as ordens de prisão expedidas por Moro desde as primeiras fases da
investigação, em 2014.
Os procuradores da Lava Jato
sustentam que a quantidade de prisões remanescentes, diante do número de 260
suspeitos já denunciados na operação, mostra que os decretos de detenção são
“excepcionais”. Para a força-tarefa, as prisões impedem que crimes voltem a ser
cometidos e “protegem a sociedade ao longo do processo”. Moro costuma
citar como argumento para prisões o risco à ordem pública ou possível prejuízo
às investigações.
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NOTA
DA REDAÇÃO DO BLOG – O resultado da Lava Jato até parece decepcionante, porque
muitos delatores deixaram a cadeia, estão em regime aberto ou semiaberto. Mas a
delação premiada funciona assim mesmo – os menores entregam os maiores e são
beneficiados. Por isso, pode-se até dizer que a Lava Jato mal está começando.
Tem muito peixe grande para cair na rede.(C.N.)
Deu
Na Folha – Tribuna da Internet