A distrital, que é investigada também na Câmara, nega as acusações - Ministério Público do DF encaminhou à Justiça denúncia
contra a distrital pelo crime de estelionato majorado. Ela é suspeita de ter
fraudado notas fiscais para embolsar mais de R$ 140 mil em verba indenizatória
O Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios (MPDFT) denunciou à Justiça, ontem, a deputada distrital Sandra
Faraj (SD) pelo crime de estelionato majorado. A denúncia aponta que a
parlamentar fraudou notas fiscais e assinaturas para receber reembolso no valor
de R$ 174 mil junto à Câmara Legislativa do DF, valor referente à prestação de
serviços de publicidade e informática, mas que não foram pagos integralmente à
empresa contratada, a Netpub. Assim, a acusada teria obtido vantagem ilícita de
mais de R$ 142 mil.
O MP pede, no corpo da denúncia, que a parlamentar
seja condenada ao pagamento do valor mínimo de R$ 200 mil para reparação à
administração pública e solicita ainda a convocação de novas testemunhas.
Segundo a vice-procuradora-geral de Justiça, Selma Sauerbronn, “outros fatos
envolvendo a deputada Sandra Faraj continuam sendo investigados no âmbito da
vice-procuradoria”.
O processo começou depois da denúncia do empresário
Filipe Nogueira Coimbra, ex-funcionário do gabinete da deputada e sócio da
Netpub. Ele acusou a parlamentar de embolsar parte da verba indenizatória.
Nogueira teria prestado serviço de informática para a distrital entre março de
2015 e março de 2016, e recebido apenas R$ 24 mil dos R$ 174 mil devidos. A
quantia total, entretanto, foi declarada pela parlamentar e ressarcida pela
Câmara. Segundo o empresário, além do desvio, Faraj teria fraudado, com carimbo
e assinaturas falsos, a nota fiscal que atesta pagamentos.
Operação Hemera
No fim de abril, a Comissão de Defesa dos Direitos
Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar decidiu pela continuidade do
processo de cassação da deputada. Além do processo por uso irregular de
recursos da verba indenizatória, a distrital é acusada de cobrar parte dos
salários de servidores comissionados nomeados por ela ou por indicação dela, de
acordo com investigações da Operação Hemera. À época, a distrital negou as acusações
e disse ser vítima de um complô articulado por ex-servidores de seu gabinete. O
Correio entrou em contato, por telefone, com a assessoria de Sandra Faraj, mas
não obteve retorno das ligações até o fechamento desta edição.
Correio Braziliense - Foto: Marcelo
Ferreira/CB/D.A.Press