Rollemberg afirmou que dirigentes sindicais e políticos estão mentindo
por interesses particulares e não estão focando no bem da cidade
Na manhã desta quarta-feira (6), em Brazlândia, o governador Rodrigo Rollemberg voltou a defender a
aprovação do projeto de lei complementar (PLC) que institui novo sistema de
previdência para servidores públicos do Distrito Federal. A votação no plenário
da Câmara Legislativa foi suspensa nessa terça (5) por decisão judicial.
O chefe
do Executivo afirmou que, com a aprovação, estarão garantidos os pagamentos em
dia a todos os servidores e aposentados e às empresas terceirizadas e
prestadoras de serviços, além da possibilidade de voltar a quitar os salários
no dia 30 de cada mês — atualmente é no quinto dia útil do mês seguinte — e de
depositar os salários de dezembro até o dia 20.
“Não
aprovar, permanecendo na situação de dificuldade financeira em que estamos, é
um risco grande de parcelamento e de atraso de salários. É uma certeza que
vamos atrasar o pagamento das empresas terceirizadas e de fornecedores e
prestadores de serviços”, garantiu o governador.
Debate honesto e profundo sobre a
previdência
Rollemberg
frisou a importância de um debate honesto e profundo sobre o que realmente
favorecerá servidores, terceirizados e população em geral. “Os dirigentes
sindicais estão mentindo descaradamente. Estão mentindo porque não interessa a
eles resolver a situação dos servidores públicos, pois eles só sobrevivem na
dificuldade.”
"Não aprovar, permanecendo na situação de
dificuldade financeira em que estamos, é um risco grande de parcelamento e de
atraso de salários" - - (Rodrigo Rollemberg, governador de Brasília)
O
governador de Brasília também citou políticos: “Tem muito pouco político nesta
cidade, e eu sou um deles, que pensa na cidade”. Rollemberg lembrou que recebeu
o DF numa situação parecida com a do Rio de Janeiro. Enquanto aqui muito foi
feito, o estado fluminense se encontra numa crise sem precedentes.
Ele
mencionou o caso de Brazlândia, onde todas as crianças entre 6 meses e 5 anos
estão matriculadas em creches. Sucesso que, segundo o chefe do Executivo, não é
visto nem em países desenvolvidos.
“Desconfiem
desses políticos que estão pensando neles e em 2018. E vamos pensar na cidade”,
alertou Rollemberg.
Funcionamento dos fundos
previdenciários
Atualmente,
o Distrito Federal conta com dois fundos previdenciários para arcar com
aposentadorias.
O
financeiro fechou 2016 com um déficit de R$ 2,1 bilhões, e a previsão é
encerrar 2017 com um saldo negativo de R$ 2,9 bilhões.
Nele,
segundo o Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev), há 52.336
servidores contribuintes e 58 mil aposentados e pensionistas.
Já o
fundo capitalizado tem superávit de R$ 3,7 bilhões, porque 34.193 funcionários
públicos contribuem, e apenas 152 são aposentados e pensionistas.
Pelas
regras atuais, o DF não pode utilizar o que sobra do capitalizado para cobrir o
rombo do financeiro.
A fartura
de um e a falta no outro decorrem da data de entrada dos servidores na
administração distrital. Quem passou em concursos após 2006 contribui para o
fundo financeiro.
Como vão
demorar para se aposentar por tempo de serviço, esses 34.193 servidores
contribuem para o pagamento de apenas 152 pessoas, normalmente aposentadas por
invalidez.
“É um
princípio da previdência: a solidariedade. Por que a contribuição dos mais
novos não pode ser usada para pagar aos mais velhos?”, argumentou Rollemberg.
Agência Brasília