Servidor de carreira do GDF, Fábio Felix acumulava
funções, mas teria deixado uma delas de lado. O militante diz ser perseguido no
governo
*Por Caio Barbieri
*Por Caio Barbieri
Conhecido ativista de direitos humanos e presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSol-DF), Fábio Félix Silveira passou de pedra à vidraça nas últimas semanas. Servidor de carreira do sistema socioeducativo, o assistente social responde pela acusação de forjar folhas de frequência da Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal para não aparecer na Unidade de Internação do Recanto das Emas, onde é lotado. Segundo disse, soube da acusação pelo Metrópoles.
De acordo
com a denúncia, o caso teria ocorrido durante o ano de 2016 e em parte de 2017,
justamente quando o servidor alternou cargos de presidente e vice-presidente do
Conselho de Direitos da Criança e Adolescente (CDCA) do Distrito Federal.
Apesar de não ser gratificada, a função exercida por Félix servia para
acompanhar o Sistema Socioeducativo local, de forma paralela ao trabalho
realizado pelo governo. O resultado foi um duro relatório contra o
sistema, que deve ser apresentado nas próximas semanas.
Conforme a denúncia obtida pelo Metrópoles, durante esse período,
Fábio Félix deveria ter desempenhado as funções no CDCA sem deixar de prestar
serviço na unidade de internação na qual é lotado. O texto sugere que
o servidor não teria aparecido no local de trabalho, como é exigido, durante
mais de um ano.
“Além de
aparentemente a situação atentar contra a probidade administrativa, a situação
tem gerado graves prejuízos ao atendimento dos jovens da Unidade de Internação
do Recanto das Emas”, consta no documento assinado por Carlos Augusto de Sousa,
coordenador de Internação e Semiliberdade, e abonado pelo subsecretário do
Sistema Socioeducativo, Paulo Távora.
Perseguição
- Em conversa com a reportagem, Fábio Félix questionou a autenticidade
da denúncia. O militante alega que o instrumento é parte de uma estratégia para
tentar prejudicar sua atuação à frente do CDCA. O servidor sustenta ainda estar
sendo vítima de “revanchismo” e “perseguição” por parte de autoridades da
secretaria. “É óbvio que o trabalho que fazemos incomoda, e muito, alguns
gestores. Não é fácil denunciar o caos em que se encontra o sistema
socioeducativo e achar que tudo ficaria por isso mesmo”, afirmou.
Por ser presidente e militante do PSol, o servidor
garante que a luta dele causa desconforto às autoridades, principalmente pelo
fato de ser um ativista de direitos humanos. “Essa denúncia parte de pessoas
que são acostumadas a manchar a biografia das outras, num jogo completamente
sujo. Estou tranquilo”, reforçou.
Félix
estranha o fato de a denúncia relatar a ausência dele na unidade por
mais de um ano e somente agora a chefia questionar. “Quando um
servidor não aparece no local, o natural é que a chefia corte o ponto no mesmo
dia. Se eles alegam isso, por que meu ponto não foi cortado? É completamente
incoerente essa acusação”, destacou o assistente social.
Até o
contato do Metrópoles, ele não havia tido acesso ao conteúdo do documento,
afirmou. Felix contou que apenas foi chamado pela corregedoria do órgão,
na condição de “testemunha”, para confirmar se trabalhou ou não no período
mencionado. “Nem ao menos fui noticiado sobre essa denúncia”, reclamou.
Outro
lado
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do DF informou, em nota, que “a apuração está a cargo da corregedoria desta Pasta e que o processo de investigação administrativo tramita sob sigilo.”
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do DF informou, em nota, que “a apuração está a cargo da corregedoria desta Pasta e que o processo de investigação administrativo tramita sob sigilo.”
A Unidade de Internação do Recanto das Emas é a
maior unidade do sistema socioeducativo. Atualmente, segundo a Pasta, atende
242 jovens em situação de vulnerabilidade social. O local conta com psicólogos,
pedagogos e assistentes sociais. Dentre as atividades realizadas, os jovens
recebem atendimentos individuais e em grupo, além de assistência e suporte
familiares.
Militância
Fábio Félix é conhecido militante do PSol. Em outubro, foi eleito para o comando da legenda no Distrito Federal. Ativista gay, chegou a disputar eleições pelo partido ao concorrer a deputado distrital, mas não conquistou uma cadeira na Câmara Legislativa do DF. Há 7 anos, o servidor ocupa cargo definitivo nos quadros do governo local.
Fábio Félix é conhecido militante do PSol. Em outubro, foi eleito para o comando da legenda no Distrito Federal. Ativista gay, chegou a disputar eleições pelo partido ao concorrer a deputado distrital, mas não conquistou uma cadeira na Câmara Legislativa do DF. Há 7 anos, o servidor ocupa cargo definitivo nos quadros do governo local.
*Fonte: Caio Barbieri – Metrópoles