Negreiros
Por Domingos Sabino Diniz, Lago Norte
Fui um privilegiado ao fazer parte de uma jovem equipe de jornalistas que se
iniciava na profissão na década 1970, em um matutino de BSB(JBr). Lá estavam
talentos como Valdimir Diniz, Carlos Zarur, Heitor Tepedino, Carlos Henrique,
José Humberto Neto, Mariângela Hamu, Silvestre Gorgulho, Helival Rios, entre
outros, e o nosso saudoso José Negreiros.
Éramos jovens repletos de
ideias criando um novo jornal. E esse fogaréu de criatividade inerente à
juventude, transformava juntamente com o tilintar das maquinas de escrever, a
redação do jornal numa deliciosa ensurdecedora de vozes, às vezes,
incompreensíveis. E esse fantástico e alegre ambiente do passado, hoje
inexistente, recentemente descrito em uma extraordinária crônica de autoria do
jornalista Severino Francisco, encontrava o jovem jornalista José
Negreiros. Com o seu sorriso sereno e com a sua inteligência impar sendo um
humilde e especial aglutinador, sabia como poucos fazer uma filtragem das
ideias que borbulhavam aos bordões dos iniciantes jornalistas. Permita-me,
jornalista José Negreiros, por você ter sido uma pessoa extraordinária,
homenageá-lo ao transferir para você uma parte do seu texto quando da
passagem para outra vida do poeta e jornalista Valdmir Diniz, publicado no
jornal Correio Braziliense, em 21 /12/86, e atualizá-lo com a data triste de
hoje (ontem). “... Até 12/3/2018, eu era uma pessoa feliz não acreditava na
morte, agora, para me consolar, eu não acredito mais é em José Negreiros. Eu
acho que nunca existiu. Era uma pessoa tirada da nossa ficção.”
Por Domingos Sabino Diniz, Lago Norte
Caderno Opinião – Correio Braziliense – Foto: Facebook-Ilustração: Blog - Google