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Fake News. Jornais são mais seguros que a internet


Fake News. Jornais são mais seguros que a internet

*Por Circe Cunha

Sem imprensa livre, não existe Estado democrático de direito com respeito às liberdades civis e aos direitos humanos. Com importância tão relevante e fundamental para a existência de um Estado moderno e transparente, não surpreende que a imprensa e principalmente os jornalistas sejam, em todo o mundo, transformados em alvo potencial por governos desonestos e grupos criminosos diversos que almejam manter nas sombras suas atividades.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a cada semana mais de um jornalista é assassinado em algum lugar do planeta, sendo que apenas um entre 10 crime  é levado aos tribunais. Nos países dominados por ditaduras ou onde o crime organizado possui ramificações dentro do Estado, o trabalho dos jornalistas se torna tão ou mais perigoso do que cobrir conflitos armados e sangrentos diretamente do front. Na última década, mais de 600 jornalistas foram assassinados em diferentes pontos do planeta. No último dia 30, 10 profissionais foram mortos, de uma só vez, em uma emboscada covarde preparada pelo grupo terrorista Estado Islâmico, no Afeganistão.

Relatório divulgado agora pela ONG Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) aponta o aumento de crimes cometidos contra os profissionais de imprensa no Brasil, no Paquistão e na Somália, entre 2003 e 2012, e que não foram elucidados. No Brasil, que ocupa a décima posição nesse ranking, em cada 10 assassinatos, nove estão sem solução.

Apenas nos primeiros quatro meses deste ano, 39 jornalistas foram mortos em todo o mundo, contra 79 no ano passado. Até 2013, o Brasil era considerado o país mais perigoso do continente para a profissão de jornalista, sendo, posteriormente, substituído pelo México, onde o narcotráfico está, cada vez mais, se ramificando entre a classe política e  os agentes da lei, transformando o Estado numa espécie de cúmplice dos crimes.

Com as manifestações que começaram a ocorrer a partir de 2013, a imprensa, tachada de golpista pelos governos petistas, passou a ser o alvo principal de ataques de todo tipo, sendo rotineiramente ameaçada na cobertura dos eventos convocados pelos partidos de esquerda.

Para o diretor-geral da Unesco, Audrey Azoulay, “para se ter informação de qualidade é necessário realizar o trabalho de verificação das fontes e de seleção dos assuntos pertinentes; também são necessários ética e um espírito independente. Dessa forma, isso depende totalmente do trabalho dos jornalistas”.

Além das ameaças e dos assassinatos cometidos contra os profissionais, nas últimas décadas a imprensa, de modo geral, enfrenta um novo e sério inimigo. Com a advento das mídias sociais, propiciadas pelo fenômeno da internet, surgiram as fake news, que, além de espalhar notícias falsas, calunia profissionais e órgãos de impressa, gerando um ambiente de confusão onde a verdadeira notícia é escondida sob uma névoa densa de outras informações mentirosas.

O presidente do TSE, ministro Luiz Fux, contou, em entrevista a programa de tevê, que o TSE tem um conselho de inteligência que trabalha com Abin, Exército e Polícia Federal para a repressão e prevenção das notícias falsas espalhadas pela internet. Disse também que a melhor aliada da Justiça Eleitoral é a imprensa. “Ela (a imprensa) tem uma responsabilidade preventiva formidável”, disse o ministro, por aferir e colher a informação. Na verdade, o surgimento das fake news fez aumentar a credibilidade dos jornais e revistas impressos, assim como das agências tradicionais de notícias. A internet é 100% vulnerável às notícias falsas.

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A frase que foi pronunciada:
“Os eleitores mais enfadados são os mais susceptíveis às notícias falsas.”
(Ministro Luiz Fux)
Discussão
»“Ciclo mutações – A outra margem da política”. Filósofos do Brasil e do exterior vão se reunir no grande encontro promovido pela Escola Nacional de Administração Pública, Enap, às 18h, em 8 de maio, com a palestra de Franklin Leopoldo. As conferências serão simultâneas no Rio de Janeiro, em São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Veja a planilha de palestrantes e temas no blog do Ari Cunha. Não precisa de senha.

Consciente
»Diego Barros Maia, postulante a candidato a deputado federal, lançou uma série de vídeos preparando os eleitores do país para um voto consciente. O primeiro vídeo está circulando na internet e é muito didático. Vale compartilhar. Assista pelo blog do Ari Cunha.

Dignidade
»Fernando Gomide gravou um vídeo sobre o Hospital da Criança e o imbróglio com o GDF. Está no blog do Ari Cunha.

Gaudi
»Em Lençóis, na Chapada Diamantina, a arte em pedra de milhões de anos lembra Gaudi. A foto nos foi enviada pelo cientista Reginaldo Marinho. Você poderá conferir no blog do Ari Cunha. (https://goo.gl/zLAJyu )


(*) Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense - Foto/Ilustração: Blog – Google


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