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Chega de expandir. Agora é melhorar - "Como as medidas de expansão a qualquer custo se tornaram mote da maioria das campanhas ao governo do DF"


Chega de expandir. Agora é melhorar

*Por Circe Cunha

Questões como impactos ambientais e outras avaliações de infraestrutura ficam para posteriori, ou nem isso. O que parece nunca ocorrer, nesse caso, é o estabelecimento de políticas sérias para o atendimento de moradias para professores, bombeiros, policiais e outras categorias profissionais que, depois de décadas de serviço, não conseguem adquirir a tão sonhada casa própria.

Como as medidas de expansão a qualquer custo se tornaram mote da maioria das campanhas ao governo do DF, a única saída encontrada por cada governador que chega ao cargo é alargar as áreas residenciais, mesmo contrariando pareceres dos órgãos de planejamento e de preservação ambiental. Não se discute a necessidade primária de moradia para muitas famílias na capital. O problema é que essa questão sensível e que deveria envolver, sobretudo, planejadores com expertise no assunto, virou, dentro das velhas tradições, assunto de caráter restritamente político.

Constrói-se, nesse sentido, zonas residenciais inteiras para atender apoiadores de campanhas, simpatizantes, correligionários ou outros financiadores eleitorais. Medidas como essas, se repetem a cada eleição, beneficiando, de forma direta, grandes empreendedores e grupos milionários ligados ao setor de imóveis.

Desde a emancipação política da cidade, esta coluna alerta para a gravidade da expansão sem freios para o futuro da capital. Muito mais importante e urgente do que discutir longamente os diversos e complexos documentos, como Pdot, Luos e mesmo a Lei Orgânica do DF, é fazer acrescentar, às escrituras oficias, dispositivo que vetasse políticos de passagem pela cidade  de legislar e decretar ordens de serviço sobre questões envolvendo expansão e construção de áreas residenciais.

Assuntos desse nível de complexidade deveriam caber, restritamente, a conselhos formados por técnicos gabaritados nas diversas áreas do planejamento urbano. O problema aqui é adequar a área do quadrilátero do DF, que é fixada de forma permanente, com as promessas feitas pelas  administrações políticas que virão a cada nova eleição.

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A frase que foi pronunciada
“De longe, a maior e mais admirável forma de sabedoria é necessária para planejar e embelezar cidades e comunidades humanas.”
(Sócrates)

Agenda
»Brasília recebe o 5º Seminário Internacional Água, Floresta, Vida e Direitos Humanos. O evento é promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), pela Procuradoria-Geral da República(PGR) e pela Escola Superior do Ministério Público (ESMPU).  Os avanços e desafios da proteção ambiental no Brasil e no mundo à luz dos direitos humanos são os principais assuntos em discussão.

Cuidados
»Coincidentemente com o Seminário Internacional Água, Floresta, Vida e Direitos Humanos,  foi publicado, no Diário Oficial do Distrito Federal, o Decreto nº 39.469, de 22 de novembro de 2018, que rege a autorização de supressão de vegetação nativa, a compensação florestal, o manejo da arborização urbana em áreas verdes públicas e privadas e a declaração 
de imunidade ao corte de indivíduos arbóreos situados no âmbito do Distrito Federal.

Boa escolha
»Rafael Parente é a grande expectativa para a educação no DF. Quer resgatar a educação da capital como nos áureos tempos, quando servia de parâmetro para todo o país.

Beabá
»Partindo para a prática, um conselho de estudantes da  Universidade de Brasília (UnB) criou uma comissão para discutir diretrizes de convivência da comunidade universitária. Parece algo impensável para se debater em um centro de estudos científicos. Mas, uma vez que é assim, uma cartilha para os novatos, com regras básicas de comportamento diretamente proporcional às punições cabíveis, seria um começo.


(*) Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog – Google


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