Tudo pronto para a posse de Ibaneis - O governador
diplomado do Distrito Federal assumirá o cargo amanhã, em solenidade marcada
para começar às 11h, no Salão Branco do Palácio do Buriti. Antes, haverá missa
no Santuário Dom Bosco. Ele também empossará os 27 secretários de Estado
*Por Ana Viriato
Estrutura para o evento oficial começou a ser
montada na última semana, em frente à sede do Executivo local
Primeiro brasiliense eleito para o
comando do Distrito Federal, o advogado Ibaneis Rocha (MDB) submete-se, amanhã,
aos tradicionais ritos cerimoniais de posse. O emedebista receberá a faixa de
governador das mãos de Rodrigo Rollemberg (PSB) em solenidade de transmissão de
cargo prevista para as 11h, no Salão Branco do Palácio do Buriti. Logo depois,
segue para a Praça do Buriti, onde empossará os 27 secretários de Estado
escolhidos ao longo da transição e discursará para mil convidados, entre
autoridades e familiares, em estrutura montada especialmente para o evento.
Na data em que assumirá o comando da
capital, Ibaneis vestirá um terno escuro da tradicional grife alemã Hugo Boss e
uma gravata azul. Os deslocamentos entre eventos serão realizados em seu carro
pessoal. No primeiro compromisso do dia, o governador diplomado participa da
missa em Ação de Graças do Santuário Dom Bosco, na Asa Sul, às 8h — a
celebração é aberta ao público.
O escoltamento de Ibaneis, iniciado a
partir da residência do emedebista, no Lago Sul, será realizado pelo Regimento
de Polícia Montada e por motociclistas do Batalhão de Trânsito. Os militares
acompanharão, ainda, as demais locomoções da comitiva do futuro chefe do
Palácio do Buriti.
Do santuário, o emedebista segue para a
Câmara Legislativa. Às 9h30, prestigiará a cerimônia de posse dos 24 futuros
deputados distritais no plenário da Casa. Ao fim do ato, o advogado será
encaminhado a uma sala reservada, onde deve aguardar pela solenidade na qual
será empossado e, portanto, legitimado para ocupar a cadeira de governador da
capital.
Por volta das 10h30, uma comissão de
parlamentares o busca para a cerimônia, a ser conduzida pelo distrital Robério
Negreiros (PSD), único integrante da Mesa Diretora reeleito, e realizada no
auditório da Câmara Legislativa. Chegando no espaço, com capacidade para cerca
de 500 pessoas, Ibaneis receberá honras militares e, junto ao vice-governador
diplomado, Paco Britto (Avante), comporá a mesa.
Para iniciar a solenidade, são
executados o Hino de Brasília e o Nacional. Negreiros realizará um
pronunciamento inicial e lerá o termo de posse que, na sequência, será assinado
pelo futuro governador. Após esse momento, Ibaneis realizará o primeiro
discurso como chefe do Buriti. A cerimônia, então, chega ao fim, com a
convocação para a eleição da Mesa Diretora da Câmara Legislativa, prevista para
as 15h.
Em um comboio, o governador diplomado
se dirige ao Palácio do Buriti e sobe pela rampa da Loba Romana até a porta,
onde será cumprimentado pelo atual chefe do Executivo local, Rodrigo
Rollemberg. No último ato como comandante do GDF, o socialista entregará a
faixa ao sucessor.
No ato mais aguardado do dia, Ibaneis
subirá ao palco, numa estrutura montada na praça do Buriti, para discursar e
dar posse aos secretários de Estado. Para a solenidade, foram distribuídos 2
mil convites. O espaço conta com três divisões para acomodação: autoridades,
família e demais convidados. Do evento, o emedebista segue para a posse do
presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
Segurança
A Secretaria de Segurança Pública e da
Paz Social montou um esquema de policiamento reforçado para a posse, com 2 mil
policiais em ação. O Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob)
funcionará com 30 agências integradas, que incluem até mesmo órgãos federais. A
Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil e o Esquadrão de Bombas da Polícia
Militar do Distrito Federal farão varredura nos locais das três solenidades —
Santuário Dom Bosco, Câmara Legislativa e Palácio do Buriti — para prevenir
eventuais riscos. Nas localidades, ainda haverá policiamento fixo.
O Corpo de Bombeiros também atuará na
região das cerimônias com viaturas de atendimento emergencial e de salvamento.
Serão 66 bombeiros e seis viaturas na operação. Devido à posse presidencial,
que ocorrerá no mesmo dia, as delegacias da Criança e do Adolescente, da Mulher
e a 1ª e a 5ª Delegacias de Polícia terão o efetivo reforçado para atender a
população.
Trânsito
Em razão das cerimônias de posse e de
transmissão do cargo, haverá alterações no esquema de trânsito. A faixa da
direita do Setor de Indústrias Gráficas (SIG), entre a Câmara Legislativa e o
Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), será exclusiva para os
participantes da cerimônia do Legislativo local, a partir das 8h. O
estacionamento externo do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estará reservado
para convidados.
Está prevista também intervenção na via
S1, em frente à Casa, após o término da solenidade, para o deslocamento do
futuro governador e do vice-governador diplomado, Paco Britto. Entre a Câmara
Legislativa e a sede do Executivo local, será montado um ponto de travessia de
pedestres, sob a coordenação dos agentes do Departamento de Trânsito do
Distrito Federal (Detran).
Para o último ato, em frente à Praça, o
trânsito na via N1 ficará bloqueado a partir das 10h. No mesmo horário, haverá
desvios para a lateral do Tribunal de Contas do DF (TCDF), subindo pela pista
localizada atrás do Palácio do Buriti, que terá o sentido único invertido.
(*) Ana Viriato - Fotos: Wallace
Martins/CB/D.A.Press - Blog - Google- Correio Braziliense
Cerimônias históricas
*Por Renata Nagashima
Ao todo, 17 governadores foram empossados no Distrito Federal até hoje.
Quatro deles substituíram políticos eleitos que, por algum motivo, deixaram o
cargo, e oito assumiram por indicação do presidente da República. O primeiro
deles, Hélio Prates, comandou a cidade entre 1969 e 1974. À época, como o
governador era escolhido por meio de indicação, não havia cerimônia de posse,
apenas nomeação.
Prates foi nomeado em uma solenidade
presidida pelo então Ministro da Justiça, professor Alfredo Buzaid, no prédio
do órgão. A transmissão do cargo ocorreu de forma rápida e simples, no Palácio
do Buriti, às 17h, após Wadjô Gomide, último ocupante do cargo, na condição de
prefeito de Brasília, agradecer o apoio recebido durante seus dois anos e meio
de administração.
Além de Hélio Prates, outros sete
governadores foram indicados ao cargo, até que, em janeiro de 1991, Joaquim
Roriz tomou posse como o primeiro governador eleito pela população e comandou o
DF até 1º de janeiro de 1995, quando Cristovam Buarque assumiu o posto. Roriz
já tinha sido governador entre 1988 e 1990, nomeado pelo então presidente José
Sarney. Ele retornou ao Buriti em 1999 e comandou o Executivo por dois
mandatos.
O cerimonialista Paulo Domingues
participou na organização da cerimônia de posse do primeiro governador eleito
no DF e de outros sete governos. Ele conta que o plenário da Câmara Legislativa
foi feito às pressas e a segurança era a maior dificuldade. “Atrás da Mesa
Diretora, tinha uma janela aberta e Brasília inteira queria assistir a essa
cerimônia, então as pessoas ficavam escalando para ver. Hoje, é diferente,
porque temos um sistema de segurança mais elaborado e entradas privadas”,
recorda.
Além disso, a falta de um regimento
interno da Casa se mostrou outro empecilho. “Pegamos o regimento do Senado e
fizemos algumas alterações e se tornou o rito que temos hoje”, acrescenta
Paulo. Para o cerimonialista, um momento marcante é a transição da faixa. Ele
recorda de quando o ex-governador Agnelo Queiroz deixou o cargo. “Fui à casa do
Rollemberg para ele experimentar o tamanho e fazer ajustes. No dia da cerimônia
de transmissão, peguei a faixa no gabinete do Agnelo, coloquei nele e auxiliei
a passar para o governador eleito. Foi um momento de ruptura e despedida para
uns, mas também marcou um recomeço.”
Hoje, o rito continua o mesmo e,
segundo Liney Toledo Soares, chefe de cerimonial de Rollemberg, pequenas
mudanças são feitas de acordo com o perfil de cada gestor. Ela acrescenta,
ainda, que a programação tem que ser feita sempre pela manhã, já que depende do
cronograma do governo federal. “No Brasil inteiro, as posses devem acontecer de
manhã, para que os governadores tenham a disponibilidade de vir a Brasília
acompanhar a posse presidencial.”
(*) Renata Nagashima (* Estagiária sob supervisão de Mariana
Niederauer) - Correio Braziliense