Combate ao racismo faz parte da
campanha da Sejus neste Carnaval - A Secretaria de Justiça e Cidadania do
Distrito Federal (Sejus/DF) promove neste Carnaval campanha voltada à garantia
dos direitos humanos, que tem como um de seus motes o combate ao racismo. Com
os lemas “Xô, racismo”, “Preconceito? Tô Fora!” e “Tire a máscara do
preconceito”, a Sejus vai contar com um ponto para receber denúncias, realizar
atividades pedagógicas e distribuir bottons e pulseiras para a população
durante a festa.
Segundo o secretário da Sejus, Gustavo
Rocha, o tema da campanha este ano será o combate ao “blackface”, que é a
representação de personagens negros, satirizando e ridicularizando de modo
extravagante a população negra, a exemplo da fantasia de “negra maluca”, muito
comum no Carnaval.
“Nós falamos em racismos. A ideia é que
essa campanha informe ao folião que ele pode pular o Carnaval de forma pacífica
e sem agredir a cultura que construiu o país. Essa questão do “blackface” e da
negra maluca tem cunho pejorativo e precisamos acabar com isso. É possível se
fantasiar de diversas coisas sem praticar racismo”, explicou.
Em conjunto com a Delegacia Especial de
Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação
Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) e a Defensoria
Pública, a Sejus terá um ponto de apoio durante o Carnaval para receber
denúncias e realizar atividades pedagógicas.
Na avaliação do subsecretário de
Direitos Humanos, Juvenal Araújo, a ação de conscientização e políticas
eficientes de prevenção da violência são muito importantes para garantir o
direito à vida e à segurança da população negra no Brasil. “Racismo ocorre
todos os dias do ano. Ainda somos minoria política e não temos acesso às mesmas
oportunidades que as pessoas não negras. Durante o Carnaval, o número de casos
de racismo só aumenta. Por isso, queremos alertar as pessoas sobre as diversas
vertentes do racismo e a importância de denunciá-las”, explicou.
De acordo com dados do Ministério
Público do DF, as denúncias de racismo estão crescendo. Apenas entre 2010 e
2016, o aumento foi de 1.190% na capital. Nas ações penais, 7% são por crime de
racismo e os demais são por crime de injúria racial.
Homicídios
Dados do Atlas da Violência de 2018,
produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostram que os
negros, especialmente os homens jovens, são o perfil mais frequente do
homicídio no Brasil. Em 2016, a taxa de homicídios da população negra foi duas
vezes e meia superior à de não negros (16% contra 40%). Entre 2006 e 2016, a
taxa de homicídios de negros cresceu 23,1%. No mesmo período, a taxa entre os
não negros teve uma redução de 6,8%. De acordo com o levantamento do Ipea, as
maiores taxas de homicídios de negros encontram-se nos estados de Sergipe
(79,0%) e do Rio Grande do Norte (70,5%).
Arte: Arte: Geolando
Gomes - Ascom/Sejus
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JUSTIÇA