“Acordo
bilionário dos procuradores da Lava Jato é do interesse nacional”, diz a
Petrobras - Advogados da Petrobras
contaram a verdade sobre o acordo
Amanda Pupo
Estadão
Estadão
A Petrobrás defendeu no Supremo
Tribunal Federal (STF) o acordo fechado com o Ministério Público Federal no
Paraná (força-tarefa da Lava Jato), que previa a criação de uma fundação para
gerir recursos oriundos de multa de R$ 2,5 bilhões paga pela estatal em ação
nos Estados Unidos. A estatal prestou informações no âmbito do processo pelo
qual o ministro Alexandre de Moraes suspendeu o acordo brasileiro, a pedido da
Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge. Ao STF, a estatal disse que
confia que acordo é lícito em todos os aspectos.
Um dos motivos que levaram a suspensão
do acordo foi o fato de ele sido fechado com a força-tarefa da Lava Jato no
Paraná. Na visão da PGR, no que concordou Moraes, os procuradores excederam em
suas funções ao negociar esse tipo de tratativa com a Petrobras.
TUDO CERTO – A companhia, no
entanto, afirmou ao Supremo que as autoridades norte-americanas tinham total
ciência e concordância de que o MPF, há mais de dois anos, atuava com vistas ao
repatriamento dos valores decorrentes do acordo com os EUA.
“Embora outras autoridades do país
tenham tido relevantíssimo papel de suporte à Petrobras, com vasta contribuição
para o êxito das negociações nos EUA, a SEC e o DoJ (U.S. Securities and
Exchange Commission e o Department of Justice) sempre confirmaram à Petrobras
suas tratativas unicamente com o Ministério Público Federal, neste particular”,
afirmou a Petrobras ao Supremo.
Segundo a Estatal, não havia motivos
para considerar que o MPF, em especial a força-tarefa da Lava Jato, não fosse
legitimado para a celebração do acordo, lembrando, por exemplo, o fato dos
procuradores serem responsáveis pela atuação decorrente dos crimes apurados na
Lava Jato.
A FAVOR DO PAIS – De acordo com a
Petrobras, o MPF atuou “para a proteção do patrimônio nacional” para que
parcela “significativa” dos valores do acordo fossem vertidos ao Brasil. A
estatal também apontou que essa informação constou inclusive no acordo fechado
com o MPF, homologado pela 13ª Vara Federal de Curitiba.
A companhia explicou que, no primeiro
semestre de 2016, a força-tarefa do MPF indicou à Petrobras que existiam
tratativas com as autoridades norte-americanas para que, caso o acordo fosse
celebrado, uma parcela do valor devido poderia ser paga no Brasil. Desde então,
observou a estatal, tiveram várias interações entre a Petrobras e o MPF sobre o
assunto.
“E também foram várias as vezes em que
as autoridades norte-americanas indicavam à Petrobras que estavam cientes e
concordantes com o tema”, completou, acrescentando ainda que o MPF jamais se
intrometeu das decisões tomadas pela Petrobras com as autoridades
norte-americanas.
MULTA – Outra crítica rebatida
pela Petrobras foram as alegações de que o dinheiro deveria ter sido destinado
aos cofres públicos, e não a uma fundação a ser gerida por entidade privada
criada através do MPF. Segundo a Estatal, os termos dos acordos com os EUA
“deixam claro” que a companhia não poderia pagar o montante ao acionista
controlador da Petrobras.
A Petrobras também negou que o dinheiro
pago ao Brasil poderia ser qualificado como multa ou indenização, “até porque a
Petrobras refuta ter responsabilidade por danos à luz do direito brasileiro”.
“Assim, o pagamento dos US$ 682,560,000
reveste-se de ineditismo no ordenamento pátrio, qualificando-se como uma verba
de natureza sui generis, devida originalmente aos EUA, mas que foi repatriada
em decorrência da atuação do MPF e da própria Petrobras na defesa do interesse
social e patrimônio nacional”, disse ainda, entendendo que o dinheiro não
deveria ser revertido aos cofres públicos por não ser tributo, multa, tampouco
indenização em favor da União.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG (TRIBUNA DA INTERNET – A Petrobras disse também ao STF que avisou autoridades brasileiras sobre acordo polêmico com Lava-Jato e não recebeu objeções sobre o tema. Além disso, explicou que a suspensão liminar do acordo pode levar a uma possível necessidade de devolver R$ 2,5 bilhões aos Estados Unidos. E agora, o que dirão os detratores dos membros do Ministério Público? Especialmente o ministro Gilmar Mendes, que chamou os procuradores de “gentalha”, o que ele dirá? E o pior é saber que, mesmo de tantos serviços extraordinários e fundamentais, prestados ao país com tamanha dedicação, ainda haja quem lance suspeição sobre a honorabilidades desses jovens que estão tirando o Brasil da lama onde chafurda a geração anterior. É lamentável. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG (TRIBUNA DA INTERNET – A Petrobras disse também ao STF que avisou autoridades brasileiras sobre acordo polêmico com Lava-Jato e não recebeu objeções sobre o tema. Além disso, explicou que a suspensão liminar do acordo pode levar a uma possível necessidade de devolver R$ 2,5 bilhões aos Estados Unidos. E agora, o que dirão os detratores dos membros do Ministério Público? Especialmente o ministro Gilmar Mendes, que chamou os procuradores de “gentalha”, o que ele dirá? E o pior é saber que, mesmo de tantos serviços extraordinários e fundamentais, prestados ao país com tamanha dedicação, ainda haja quem lance suspeição sobre a honorabilidades desses jovens que estão tirando o Brasil da lama onde chafurda a geração anterior. É lamentável. (C.N.)
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