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GDF: Apelo ao STF contra o TCU


Apelo ao STF contra o TCU. GDF recorre ao Supremo Tribunal Federal na tentativa de reverter decisão de repassar à União recursos referentes ao Imposto de Renda incidente sobre os contracheques das forças de segurança. Senadores do DF querem mudar a Constituição

A Procuradoria-Geral do Distrito Federal recorreu ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar evitar que a capital perca os recursos referentes ao Imposto de Renda incidente sobre os salários e proventos de funcionários da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros — apenas em 2019, a baixa na arrecadação seria de R$ 680 milhões. As remunerações desses profissionais são pagas com recursos do Fundo Constitucional do DF, abastecido pelo Tesouro Nacional. A relatoria da matéria ficou nas mãos do ministro Marco Aurélio Mello.

O protocolo da ação declaratória cível originária na Corte ocorre após o Tribunal de Contas da União (TCU) publicar o acórdão que estabelece que a cifra milionária pertence ao governo federal, e não à capital. Com base na decisão, o Ministério da Economia reterá os valores a partir da folha salarial de abril. Em apenas um mês, o rombo nos cofres brasilienses seria de R$ 56,6 milhões, segundo a Secretaria de Fazenda, Orçamento, Planejamento e Gestão. O TCU ainda imputou uma dívida de R$ 10 bilhões ao GDF, referente ao passivo acumulado desde 2003, ano da implementação do Fundo Constitucional.

A Procuradoria pede, em tutela de urgência, que o STF determine que, até o julgamento do mérito da questão, a verba do Imposto de Renda incidente sobre remuneração, pensões e proventos de servidores das forças de segurança brasilienses fique com o GDF. “A necessidade de imediata reparação dos valores passados ou mesmo a perda dos recursos atuais representarão um gravíssimo problema para o DF, podendo inviabilizar a prestação de serviços públicos, a realização de investimentos e mesmo o pagamento de servidores públicos e fornecedores”, destaca a ação.
Simultaneamente, os senadores da capital tentarão mudar a Constituição Federal para evitar a perda bilionária. Um projeto deve ser protocolado em até 15 dias, segundo Izalci Lucas (PSDB). A proposta precisa da assinatura de pelo menos 27 parlamentares para começar a tramitar. A mudança ocorrerá no artigo 157, o qual prevê que pertence aos Estados e ao DF “o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem”.

Para Izalci Lucas, a PEC “esclareceria uma determinação constitucional em vigência”. “Ora, os servidores são do DF. Portanto, o Imposto de Renda deve voltar para cá. A União repassa os recursos para o governo local, mas é o GDF quem efetua o pagamento”, explicou.


Ana Viriato – Correio Braziliense

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