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Novo regimento na rede pública - (Secretário Rafael Parente lançou projeto de combate à violência)

Secretário Rafael Parente lançou projeto de combate à violência - “Eu estava atrás da escola com uma amiga. A gente ia para casa quando um cara de bicicleta chegou e mandou entregar o celular. Ele tinha uma arma no cós da calça, acho que uma faca.” O relato é de uma aluna do 7º ano do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 25 de Ceilândia. O roubo aconteceu na terça-feira, por volta do meio-dia. Cenas como essa são recorrentes nos arredores da unidade de ensino.

Para reforçar a segurança, ontem, a Secretaria de Educação lançou a bandeira Educação para a Paz, que altera o regimento escolar. Com isso, o comportamento do aluno passa a ter influência direta no boletim. A cada advertência, ele perde pontos e, quando é elogiado, ganha. O regimento deve ser publicado no Diário Oficial do Distrito Federal até sexta-feira e passará a valer de imediato.

A pasta também anunciou um conjunto de medidas, que incluem o investimento de R$ 28,7 mil para compra de 16 câmeras de vigilância por escola. Até o fim do ano que vem, todos os Centros de Ensino Médio (CEM), Centros Educacionais (CED) e Centros de Ensino Fundamental (CEF) deverão ter os equipamentos instalados nas áreas externas. A Polícia Militar escalou mais 180 oficiais para integrar o Batalhão Escolar. Para a mãe da adolescente assaltada na porta da escola, a novidade é bem-vinda. “Eu levo minha filha para a aula, no caminho do trabalho, mas, na saída, não tem como. Então, eu apoio esse reforço no policiamento.”

O Sindicato dos Professores (Sinpro), no entanto, faz críticas. “Professores, conselho escolar e alunos não foram consultados para participar do processo de construção”, afirma o diretor do sindicato Samuel Fernandes. “As escolas precisam ser melhoradas de uma forma geral, com a contratação de orientadores educacionais. São eles que fazem a mediação e prevenção de conflitos”, argumenta.

De acordo com o chefe da pasta, Rafael Parente, o novo regimento é uma forma de mostrar aos estudantes que atitudes erradas têm consequências. “A segurança é a maior preocupação de pais e alunos. Armas e drogas nas escolas não serão mais tolerados”, afirma. Para o relator do projeto no Conselho de Educação do DF, Luis Claudio Megiorin, presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa), trata-se de uma atitude prática. “Chega de muitas ações só educativas sem algo efetivo. Hoje, temos real risco dentro das escolas”, declara.

Controle de acesso
Um sistema desenvolvido por dois professores do CED 6 do Gama faz parte do novo pacote de ações da Educação. Até o fim de 2020, todos os CEM, CEF e CED terão equipamentos para controle de acesso. Os alunos receberão carteirinhas com códigos de barra para passar em um leitor ótico ao entrar e sair do colégio. Imediatamente, os pais receberão, nos celulares, notificações sobre a circulação dos estudantes.

O investimento será de R$ 2.610 por escola. “Com isso, criamos mecanismo de proteção ao estudante e municia o gestor para resolver problemas mais rapidamente”, explica o professor de física Hugo Alves Dutra, 38, um dos desenvolvedores do projeto.

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Por Mariana Machado – Foto: Ed Alves/CB/D.A.Press – Correio Braziliense

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