O empresário Paulo Octávio e a mulher, Anna Christina Kubitschek,
receberam o governador Ibaneis Rocha
*Por » Agatha Gonzaga
O presidente visionário. A capital federal celebra os 117 anos de
nascimento de Juscelino Kubitschek com dois eventos realizados no Memorial JK e
no Senado Federal: passagens da vida do mineiro foram relembradas e enaltecidas
Construído para abrigar a história de Brasília e do ex-presidente, o
Memorial JK abriu as portas para receber a população durante a solenidade de
comemoração da data
Em 12 setembro de 1902, nascia, em Minas Gerais, Juscelino Kubitschek de
Oliveira, o visionário que acreditava ser possível fazer o Brasil crescer “50
anos em cinco”. Esse era o lema de seu governo (1956-1961), que era
pautado por um detalhado plano de metas para alcançar o progresso de cinco
décadas de gestão dentro de um único mandato. Entre os objetivos estava a
construção de Brasília, a nova capital federal, no meio do Planalto Central,
uma ideia que havia nascido antes mesmo de JK, mas que nunca fora concretizada.
O nascimento do presidente visionário foi celebrado ontem em cerimônias
oficiais em várias instâncias de governo. Senadores, familiares e comunidade se
reuniram em dois momentos para comemorar os 117 anos do nascimento do
ex-presidente. Durante a manhã, a população teve acesso gratuito ao Memorial JK
e pôde participar de uma celebração com com a presença do governador Ibaneis
Rocha (MDB). Durante a tarde, as homenagens ocorreram no Senado Federal, em
sessão solene proposta pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em memória do
ex-presidente.
O empresário e vice-presidente do Memorial JK, Paulo Octávio, esteve
presente nos dois eventos e falou sobre a importância das obras de JK não só
para Brasília, como também para o restante do país. “Nós, brasilienses, temos
que perpetuar essa história e mostrar que tudo é possível quando se tem
vontade, determinação, coragem, entendimento, democracia… Esse legado não pode
ser esquecido. Por isso que no Senado hoje, nesta sessão solene, com a
participação de vários senadores de vários estados brasileiros, foram feitos
discursos tão emocionados. Então não foi um homem que só fez Brasília, foi um
homem que mudou o Brasil, e isso tem que ser homenageado, tem que ser
reverenciado e tem que ser enaltecido todo o tempo”.
Com a palavra, o senador Reguffe (PODEMOS) reforçou a necessidade de se
aprender e de se colcar em prática as estratégias de governo de JK. “Juscelino
teve uma visão de interiorizar o desenvolvimento deste país. Uma visão que
falta hoje na política, uma visão de um homem público com a grandeza que os
homens públicos deveriam ter. As pessoas sempre dizem pra mim: ‘ Mas Reguffe,
com um mandato só ninguém consegue fazer nada num governo’, e aí eu respondo:
Juscelino Kubitschek conseguiu. Ele teve uma visão que hoje está tão em falta
na política brasileira”, concluiu.
Guilherme Machado, vice-presidente executivo do Correio Braziliense,
enfatizou a importância da homenagem e relembrou a conexão direta do jornalismo
com a maior obra de Juscelino Kubitschek: Brasília. “Juscelino é um
típico visionário, vê o futuro e faz. Se ele fosse pensar em todas as barreiras
para se construir uma cidade no meio do cerrado, nós não estaríamos aqui agora.
Nós, dos Diários Associados, estamos intimamente ligados a essa linha histórica,
porque também fizemos a criação de uma rede de comunicação de 50 anos dentro de
cinco anos”, relembrou.
A promessa de criação de um periódico na capital federal nasce de um
compromisso firmado na tarde de 13 de setembro de 1959, quando foi instalada a
pedra fundamental do primeiro veículo de comunicação originalmente brasiliense.
“Nosso fundador, Assis Chateaubriand, fez uma promessa a Juscelino de que,
assim que fosse feita a transferência da capital para o Distrito Federal, seria
inaugurada uma estação de televisão e um jornal impresso. Ou seja, a cidade vai
completar 60 anos, e o Correio Braziliense e a TV Brasília também completam
também 60 anos. Então hoje, a importância desses veículos no cenário
nacional se equivale à importância de Brasília”, destacou Guilherme Machado.
Memórias do Brasil 1956: A data também serviu para marcar o
lançamento do livro Memórias do Brasil 1956, o primeiro de uma série de cinco
publicações, impressas pelo Senado, com os discursos proferidos por JK durante
a presidência da República.
O projeto é desenvolvido pelo Memorial JK e traz a trajetória enfrentada
por Juscelino em um momento político complicado, marcado pelo período que se
seguiu à morte de Getúlio Vargas. O livro deve esmiuçar as 31 metas traçadas
pelo presidente, das quais eram prioritárias as áreas de energia, transporte,
alimentação, indústria de base e educação.
"Nós, brasilienses, temos que perpetuar essa história e mostrar que
tudo é possível quando se tem vontade, determinação, coragem, entendimento,
democracia… Esse legado não pode ser esquecido” Paulo
Octávio, empresário e vice-presidente do Memorial JK
Celebridades: Nem Juscelino Kubitschek resistiu
aos flashes aos e encontrar com o ator Marlon Brando. O momento em que os dois
se conheceram foi registrado, e a foto está exposta no segundo andar do
Memorial JK.
A imagem foi feita em 1961, no set de gravação de O grande motim. Brando
aparece usando o figurino do tenente imediato Fletcher Christian, seu
personagem no filme. O encontro do ator com o presidente brasileiro ocorreu
durante uma viagem de descanso de JK a Los Angeles, nos Estados Unidos.
A cena está disponível para o público na exposição permanente JK e
Personalidades, na qual é possível ver Juscelino ao lado de outros famosos,
como a atriz norte-americana Kim Novak, o apresentador Chacrinha e a princesa
italiana Ira de Furstenberg. Os registros também estão no site http://www.memorialjk.com.br/.
(*) » Agatha Gonzaga – Fotos: Fabiano Neves – Arquivo/Memorial -
Correio Braziliense