Walid de Melo: “Estamos
trabalhando para que o serviço público seja mais transparente, mais célere e
com preço mais justo”.
Walid de Melo: menos burocracia e mais transparência para o setor
empresarial. Em entrevista à Agência Brasília, o presidente da Jucis-DF fala
sobre a facilitação na abertura de empresas e o maior incentivo ao
empreendedorismo no Distrito Federal
Reivindicação antiga do
setor empresarial, a Junta Comercial, Industrial e de Serviços do Distrito
Federal (passou a integrar a estrutura administrativa do governo
local Jucis-DF) em julho deste ano por meio da Lei Distrital nº 6.315. Vinculada à
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a autarquia tem a função de executar e
administrar os registros das atividades comerciais e empresariais da capital,
além de fomentar, simplificar e integrar o registro de empresa e
negócios.
À frente da Jucis há dois
meses, Walid de Melo participou das diretorias das Relações de Trabalho,
Assuntos Legislativos e Financeira da Federação das Indústrias do DF. Tem
formação técnica administrativa e cursos de técnica em logística. Em entrevista
à Agência Brasília, o presidente da autarquia conta sobre as expectativas
para o setor empresarial, a facilitação na abertura de empresas e o maior incentivo
ao empreendedorismo no DF.
Qual é a
função da Junta Comercial, Industrial e de Serviços do Distrito Federal
(Jucis-DF)?
Temos três órgãos
certificadores. A Junta, a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional DF (OAB-DF)]
e os cartórios. A formação, transformação ou alteração de uma empresa, ou seja
a vida formal do empresário, passa por nós. Temos dos pequenos aos grandes
empresários, inclusive as S/A. Somos ligados à Receita Federal e à Secretaria
de Economia. Toda a vida empresarial é assistida pelo contabilista que dá o
suporte ao empresário, mas a certificação é dentro da Junta
Comercial.
Em julho,
graças a ações do GDF, a Junta passou a integrar a estrutura administrativa do
Executivo. Qual a importância dessa integração e o que muda?
Antes a Junta pertencia ao
Governo Federal. Sempre foi um pleito do empresariado brasiliense que ela
estivesse dentro do GDF. Assim como todas as Juntas de todos os estados do
país. Por várias vezes já se tentou essa negociação. Tivemos a sorte e a
competência do governador Ibaneis Rocha, que assim que foi eleito conseguiu
fazer isso. A Junta vindo para o DF foi de uma importância gigantesca porque dá
celeridade aos procedimentos, diminui a burocracia e fomenta políticas públicas
que precisam ser feitas para um desenvolvimento do empresariado.
A Junta
vindo para o DF foi de uma importância gigantesca porque dá celeridade aos
procedimentos, diminui a burocracia e fomenta políticas públicas que precisam
ser feitas para um desenvolvimento do empresariado. Walid de Melo, presidente
da Jucis-DF
Quais são
as prioridades da sua gestão frente à Junta Comercial para promover o avanço do
setor produtivo?
Quando assumimos em julho
tivemos a preocupação de entender como estava a situação. Tínhamos uma
reclamação muito grande do setor produtivo, em especial dos contabilistas, com
relação aos prazos de trâmite de documentação. Atualmente, toda a documentação
que dá entrada e que não tem uma exigência sai praticamente no mesmo dia. A
redução de tempo foi enorme. Em média, levava 11 dias para a pessoa dar entrada
e sair com a certificação necessária. Fazemos em um dia, há casos que fazemos
em horas. Estamos trabalhando para reduzir ainda mais esses prazos. Também
temos planos de digitalizar a Junta.
Como
seria o processo de digitalização de todos os dados e documentos da Junta
Comercial? Já há um prazo previsto para que isso ocorra?
Até o final do ano devemos
estar com a Junta toda digitalizada. Para o setor produtivo essa tecnologia é
muito importante. O empresário precisa ter o certificado digital. Quando não
tem ele pode dar uma procuração para o contador fazer. Na maioria das vezes
quem faz as alterações são os contabilistas. Eles não vão precisar ter pessoas
que se deslocam de um escritório de contabilidade todos os dias, pois isso gera
um custo. Há uma eficiência maior. Até a questão de segurança jurídica, também.
Quanto mais célere for o processo e mais transparente, de forma digital, é
melhor para o setor produtivo, empresariado e a economia.
Antes era um Departamento
da União e havia 117 funcionários, entre servidores de carreira, concursados,
comissionados e terceirizados. Atualmente estamos com 93 empregados. Alguns
continuaram, outros foram devolvidos. Foi muito difícil conseguir informações
do passado, pois não havia um relatório de gestão. Estamos buscando saber o que
aconteceu na Junta aos poucos.
Há expectativa de concurso
público para cargos efetivos no órgão? A lei deu o prazo de dois anos para
fazermos concurso público e estamos correndo atrás dos requisitos para poder
lançar o edital. Nossa ideia é manter os cargos comissionados e preencher
vagas, talvez cerca de 20 vagas, com servidores de carreira em áreas que a
legislação exige, como recursos humanos, auditorias, ouvidorias.
A Junta pretende diminuir a
taxa para empresários? Estamos trabalhando para que o serviço público seja
mais transparente, mais célere e com um preço mais justo. Estamos na média do
Brasil. Isso não quer dizer que vamos continuar com esse preço, mas não podemos
ser irresponsáveis de dizer que vamos baixar os preços sabendo dos custos.
Estamos fazendo tudo com responsabilidade. Já há grupos de trabalho cuidando
disso para vermos como faremos a compensação dessa taxa e se há legalidade para
isso. Estamos notando um otimismo, apesar de pouco tempo, do
empresariado.
Ana Luiza Vinhote - Foto: Acácio Pinheiro - Agência Brasília
Tags
ENTREVISTA